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quinta-feira, julho 31, 2014

Barack Obama desafia jovens africanos a mudar o mundo

"Os jovens africanos estão menos interessados em ajuda e mais interessados em querer aprender a empreender, eles querem saber como se criam empregos e oportunidades, essa é a chave", disse o Presidente Barack Obama, no primeiro de três dias da cimeira com os jovens líderes africanos em Washington.
No encontro, na capital americana, o Presidente americano, agradeceu a coragem e convicção destes jovens, pelo trabalho que têm feito nos seus países. As palavras de Barack Obama foram de motivação, mas também deixou alguns conselhos:
"Para uma melhor governação, estes jovens terão que aceitar a responsabilidade de fazer parte de uma geração que tem todas as condições para mudar o rumo do continente e do mundo. Para começar, é preciso criar uma base de respeito pela lei e respeito pelas mulheres", lembrou o Presidente que se opôs veemente "às tradições que fazem mal às pessoas".
No discurso motivador, desafiou os jovens a perseguir os seus sonhos e a combater a corrupção.
Apesar do grande desafio que África tem pela frente, o momento é agora, as oportunidades existem, há mais democracia, mais respeito pelos direitos humanos, justificou Barack Obama.
Países africanos têm recursos e precisam usá-los da melhor forma
Da corrupção, à dívida externa, passando pelo acesso ao financiamento e ao empreendedorismo, o Presidente Obama deu algumas respostas, senão esclarecedoras, com um fio condutor comum: África tem tudo o que precisa para crescer economicamente.
Ao longo da conversa com os futuros líderes, ao Presidente americano foi questionado por que motivo o ocidente não perdoa a dívida aos países africanos, para que eles possam reerguer-se. Numa resposta sem muitos rodeios, Barack Obama lembrou que apesar de ser importante que o ocidente reveja essa questão, é igualmente importante reconhecer que muitos desses países têm recursos suficientes para fazerem melhor do que têm feito.
O líder dos Estados Unidos disse também que "África tem que deixar de lado a noção de que a corrupção é uma maneira de estar africana", que é preciso fazer das leis a norma e não a excepção.
Obama reconheceu que o financiamento é um dos obstáculos ao empreendedorismo, mas ficou a promessa de que os Estados Unidos vão tentar ajudar.
África tem que se actualizar
"Não acredito em tradições que façam mal às pessoas, que não funcionam e segregar mulheres não funciona", vincou o Presidente, acrescentando que "é preciso respeitar as mulheres para que as nações africanas se desenvolvam, porque empoderar uma mulher, dar-lhe educação é garantir o progresso de toda uma comunidade".
Obama ressalvou que África precisa de se actualizar, reconhecendo a importância das tradições, mas que estas também podem ser alteradas e que nenhuma tradição deveria defender práticas como a mutilação genital feminina.
A bolsa Yali passa, a partir de hoje, a chamar-se Washington Mandela Fellowship, em homenagem a Nelson Mandela, por ter inspirado tantos a acreditar que não existem impossíveis.

In Voz da América – 28.07.2014

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