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quarta-feira, abril 02, 2014

GOVERNO E RENAMO DIVERGEM SOBRE PERMANÊNCIA DOS OBSERVADORES INTERNACIONAIS

As delegações do Governo e da Renamo, maior partido da oposição e antigo movimento rebelde, divergem quanto ao período de permanência dos observadores internacionais, que irão trabalhar com vista a garantir a cessação das hostilidades em Moçambique.

O facto é que enquanto a Renamo propõe um período de seis meses, o governo, por seu turno, afirma que bastam apenas 90 dias. 


A missão de observação é composta por Botswana, Zimbabwe, África do Sul, Cabo Verde, Quénia, e Itália, Portugal, Grã-Bretanha e Estados Unidos de América. O comando central que dirigirá a missão de observação, criado na ronda da segunda-feira, será liderado pelo Botswana e coadjuvado pela Itália e Zimbabwe.

O comando central será composto por 70 observadores nacionais e 23 internacionais, liderados por um brigadeiro proveniente do Botswana.

“Não chegamos ao acordo em relação ao período desse processo. Nós defendemos que, no mínimo, os observadores têm que estar aqui em Moçambique durante 180 dias, tendo em conta que a sua tarefa não é só a supervisão do cessar-fogo, mas também vão estar connosco a trabalhar os passos subsequentes,” disse o chefe da delegação e deputado da Renamo, Saimone Macuiane, minutos após o fim de mais uma ronda do diálogo político.

Por seu turno, o chefe da delegação governamental e ministro da agricultura, José Pacheco, entende que, tendo em conta a tarefa a ser desempenhada pelos observadores internacionais, o prazo proposto pela Renamo é demasiadamente longo. 

“Os observadores internacionais vêm apenas para a observar a cessação de hostilidades militares, a desmilitarização e uma terceira tarefa é observar o início do processo de reintegração social e económico de homens da Renamo desmilitarizados,” disse Pacheco. 

Entretanto, as partes não concluíram a discussão sobre as tarefas a serem desempenhadas pelos observadores.

Num outro desenvolvimento, Pacheco revelou que o governo moçambicano suportará todas as despesas decorrentes da presença de observadores internacionais no processo de cessação de confrontos armados no país.

“Nos termos de referência há indicação clara que as questões inerentes ao financiamento são da responsabilidade do governo de Moçambique. Nós veremos como fazer isso pelas mais variadas fontes financeiras que o governo faz recurso para as operações militares, de investimento, de desenvolvimento económico e social do nosso país”, explicou Pacheco.

Fonte: AIM - 02.04.2014

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