Por Adelino Timóteo
Beira (Canalmoz) – Antigamente as atitudes de subserviência dos “lambe-botas” cingiam-se aos fóruns privados. Costumavam fazer as suas operações cosméticas nos bastidores, mas depois foram evoluindo numa ordem inversa a da escala da evolução do homem, até se tornarem répteis.
Antigamente, a subserviência pautava por certa discrição. Os “lambe-botas” regiam-se por regras mais dignificantes para eles, salvaguardando alguma auto-estima, que ainda havia, daí que se postulavam na prática de vassalagem mais subtil, como perguntar ao chefe como almoçou, como jantou, elogiar o corte de cabelo, elogiá-lo adjectivamente a excelente família e bela mulher do chefe, transmitir recados sociais, como que o povo está feliz com a governação e patati patatá. Conservavam uma atitude demasiadamente atenciosa para com o chefe, tratando-os como ovos ou vidros no seu funesto e servil exercício, apesar deles como subordinados serem mais fracos que o chefe. E nas situações em que o chefe se desequilibra e se vê quase a tombarem os bons dos novéis “lambe-botas” vão primeiro ao chão para poupar o chefe de cair e os colocam na posição normal.
Um novel “lambe-botas” comporta ligeiramente como um clone, sente o que o chefe sente, e antes do chefe tratar de chamar o médico, pessoal de apoio, já ele antecipou.
É uma profissão moderna e contemporânea, o lambebotismo. No nosso país, com a economia de mercado florescente, esteve para cair em desuso, mas foi salvo pelo centralismo, pois na falta de alternativas muitos “lambe-botas” encontram vagas na função pública, onde, pois, sem fazerem nada senão bajular o chefe têm o salário garantido e gozam de emprego estável porque cada vez mais há muitos chefes com apetência para serem publicamente bajulados. Ler mais
Eu sou um dos maiores lambebotas, Sera que me podem dizer onde posso comprar este manual, pois quero pogredir no lambebotismo
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