MARCO DO CORREIO
Por Machado da Graça
Bom dia Julieta
Como vai a tua vida? Do meu lado está tudo bem, felizmente.
Só que é difícil acompanhar a velocidade a que correm as notícias políticas no nosso país.
No momento em que te escrevo estou a ouvir, na Rádio, que Afonso Dhlakama deu, no final do encontro da Renamo que decorreu em Santungira, por não dito aquilo que tinha dito no início.
Afinal já não há nenhum ultimato para se chegar a consenso nas negociações com o Governo no prazo de uma semana, sob pena de o país ser retalhado em duas ou três partes diferentes. O encontro decidiu que as negociações devem continuar sem prazo para se obterem resultados.
E isso é, aparentemente, uma coisa boa. Retira de cima de nós mais uma ameaça de violência a curto prazo, o que é sempre positivo.
Mas, por outro lado, a questão do prazo não pode ser muito adiada. A dizer a verdade, praticamente não pode ser adiada se queremos que todo esse esforço dê alguns resultados. Porque, não esqueçamos, quaisquer alterações à Lei Eleitoral terão de ser aprovadas pela Assembleia da República e a sessão extraordinária do Parlamento já começou e vai durar, em princípio, duas semanas. Tendo ainda outros assuntos a tratar.
Portanto, se o acordo entre as partes demorar mais do que uma semana, ou se prolonga a sessão extraordinária ou o assunto terá de ficar adiado para a próxima sessão ordinária, o que colocaria em causa todo o calendário eleitoral, nomeadamente no caso das eleições autárquicas.
E as autárquicas estão a ser muito necessárias.
Ao longo dos últimos anos os mandatos dos edis, eleitos debaixo da bandeira da Frelimo, têm estado a ser ensombrados por sucessivos escândalos, com
pedidos de demissão arrancados à força e, agora, o julgamento do Presidente do Município de Tete, acusado de abuso do poder e falsificação de documentos, aparentemente em casos de atribuição de terrenos.
Claramente, um número significativo dos candidatos que o partidão fez candidatar a edis estaria longe de merecer essa eleição. Malhas que a politiquice tece, diria o poeta se ainda estivesse vivo...
Curiosa, de resto, a forma como a Rádio Moçambique deu a notícia sobre o julgamento do Presidente do Município de Tete. Em vez de noticiar as acusações de que ele é alvo, de forma a esclarecer os ouvintes, envolveu-se numa embrulhada tecnicojurídica, sobre processos de querela ou de polícia correccional que só servem para afastar quem ouve do fundo do problema.
Enfim, coisas deste nosso belo país.
Um beijo para ti
Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ - 02.08.2013
Lamento bastante que o partidao esteja a fazer isso. O pior de tudo e que os partidinhos MDM e outros tambem estao a apresentar gente de pouca qualificacao, por outro lado aonde este nosso pais vai ir buscar doutores.
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