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quarta-feira, julho 17, 2013

PARTIDOS EXTRA-PARLAMENTARES REITERAM INTERESSE EM DIALOGAR COM A RENAMO

Os partidos extra-parlamentares moçambicanos reiteram que vão continuar a lutar, de modo a manter conversações com a Renamo e o seu líder, Afonso Dhlakama, com vista a garantir uma paz duradoira no país. 

Esta posição, anunciada hoje, em Maputo, surge na sequência da recusa de Dhlakama em receber os líderes destes partidos em Santujira, distrito de Gorongosa, em Sofala, no centro do país, onde este se encontra aquartelado, onde deveriam manter conversações com o presidente da Renamo sobre a situação politica no país.


Contudo, Miguel Mabote, representante daquela agremiação, disse que para o efeito, deve-se escolher outro local distante de Santujira.

“Estamos ainda interessados em manter conversações com a Renamo, mas não em Santujira, queremos que estas conversações sejam numa zona neutra. As conversações que pretendemos manter representam o problema dos 23 milhões de moçambicanos”, afirmou Mabote durante uma conferência de imprensa. 

A fonte explicou que a exclusão dos partidos extra-parlamentares está relacionada ao facto de a Renamo ser nociva a assuntos relacionados a desmilitarização.

“Estamos dispostos a trabalhar com Dhlakama, mas em pé de paridade de ideias. Nós temos que ter um único exército no país, porque dois leões não reinam na mesma montanha”, defendeu Mabote, acrescentando que tentarão convencer os dois protagonistas, Governo e a Renamo, a procurar entendimentos.

“ A partir do momento que a Renamo percebeu que nós rejeitávamos a ideia de não abordar o assunto desmilitarização, ela recusou-se em receber-nos. Nós soubemos que íamos ser recebidos sábado a noite, mas através de um canal televisivo tomamos conhecimento do receio do presidente da Renamo de nos receber”, disse.

Por seu turno, António Muchanga, membro sénior do partido Renamo, esclareceu que não se tratou de exclusão alguma, mas sim do atraso da tramitação dos documentos, por parte daqueles partidos, para deslocar-se a Santujira.

“Queria lamentar a atitude dos nossos colegas. Estes senhores formalizaram o pedido de ir a Santujira, na quinta-feira, dia 11 e dia 12 já queriam partir. Eles deviam esperar pela resposta. O grupo do Partido de Ampliação Social de Moçambique (PASOMO) pediu ir a Santujira a mais de 15 dias, antes do Presidente da República ter a iniciativa de receber os partidos”, disse Muchanga. 

Segundo ele, os partidos extra-parlamentares deveriam partir para Santujira esta semana, mas, quando na sexta-feira se contactou telefonicamente com Yaqub Sinby (Presidente do PIMO) com vista a dar-lhe a resposta, este, por seu turno, disse que se encontrava no distrito de Zavala, na parte meridional da província de Inhambane, a sul do país, com Raúl Domingos.

“Este facto não correspondia a verdade, porque ligamos para Raúl Domingos e ele disse que estava em Maputo a espera da resposta. E nós dissemos-lhes para não irem a Santujira”, disse.

Muchanga desmentiu as declarações dos partidos extra-parlamentares segundo as quais Dhlakama estaria com medo de falar sobre a desmilitarização da Renamo.

“O presidente Afonso Dhlakama não teme a ninguém neste país. Quem é Mabote e quem é Sinby, para a Renamo temer?”, questionou. 

Fonte: AIM - 16.07.2013

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