Por Sérgio Vieira
Quando no final dos anos cinquenta frequentei a Universidade de Lisboa, na Faculdade de Direito, participei no movimento associativo estudantil, além de ativista na Casa dos Estudantes do Império.
Quando no final dos anos cinquenta frequentei a Universidade de Lisboa, na Faculdade de Direito, participei no movimento associativo estudantil, além de ativista na Casa dos Estudantes do Império.
Elegeram-me para posições de direção
na Associação de Direito e até exerci as funções de Secretário-Geral da RIA
(Reunião Inter-Associações), quando o saudoso José Bernardino passou à
clandestinidade. Jorge Sampaio sucedeu-me em 1961.
Nunca passou pela cabeça de
alguém nesses tempos receber qualquer tipo de pagamento pela atividade.
Mondlane, Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Marcelino dos Santos, Fernando Vaz,
Hélder Martins, José Óscar Monteiro e tantos outros serviram sem um centavo de
paga. Assim devia-se comportar um dirigente associativo.
Para nos protegermos das
arremetidas do colonial-fascismo em todas as associações estudantis havia um
celebérrimo artigo 3 nos Estatutos que as declaravam apolíticas e arreligiosas. Assim contornavam-se as tentativasda União Nacional e do regime em subordinarmos à Mocidade Portuguesa ou em participar nos apoios ao
colonialismo.
No nosso país requer-se que, para o
exercício de certas funções o titular não pertença a qualquer órgão dirigente
de organizações políticas, caso por exemplo de magistrados, titulares de postos
nas Forças Armadas, na Polícia, etc. Não se proíbe em parte nenhuma a filiação
em partidos, organizações religiosas, a pertença a uma confissão. Fazê-lo
negaria um direito fundamental de qualquer cidadão.
Por outras palavras, um
funcionário, um militar, um magistrado, um membro da CNE, de variegadas
comissões não pratica qualquer ilegalidade nem viola a Ética se estiver filiado
no FRELIMO, FUMO, MDM, MONAMO PAPOMO, PIMO, PPD, RENAMO etc. Igualmente assiste-lhe
todo o direito de praticar o islamismo, cristianismo, budismo, confissões
tradicionais e até o agnosticismo e ateísmo.
Isto vem a propósito das campanhas para
descartar A ou B de uma candidatura a funções em certas instituições quando
nunca fez parte de qualquer órgão directivo de um partido. X assistiu, como
convidado, ao IX Congresso da FRELIMO em Quelimane em 2004 e até envergava uma T Shirt ou boné que aí lhe ofereceram. Desqualificará apenas,
repito, apenas isso a sua candidatura?
Nestas designações provindas de uma Sociedade Civil deixará C ou D de poderem pertencer a um
Sindicato, organismo juvenil, de mulheres, de e de... Porque crente de uma
confissão ou membro de um partido?
Muitas ONG funcionam com
dinheiros do estrangeiro, dirigentes pagos e obrigados a seguir a batuta de
quem lhes dá o pão e a viatura. Há órgãos de comunicação financiados pelo estrangeiro
que se afirmam independentes. Alguns candidatos à CNE providenciam campanhas pouco éticas nos jornais
contra concorrentes para os desacreditarem e tentarem o posto. Feio, muito feio
e sujo!
A corrida para a CNE ao nível central,
provincial e local parece desenfreada. Todos e mais alguém aspiram a postos,
desde gente que recentemente se tornou moçambicana a jornalistas, professores,
desempregados, clérigos, sei lá. A luta parece feroz.
Do que leio dá-se a entender que por
excesso de zelo oportunismo e lambe-botismo de dirigentes locais da FRELIMO,
por outras razões e até sem verdade, procura-se excluir dos órgãos eleitorais
quem não está nas suas fileiras. Se real, feio e sectário, se falso, calúnia
baixa. Feio que um candidato se declare proposto por um Sindicato que em carta
à comunicação social declara não o haver feito. Uma nódoa mancha a mais bela e
pura toalha. Se verdade, à partida isso desqualifica a qualidade de docente e
de candidato. Se falso, há que saber que a difamação responde perante os
tribunais. Faz parte dos crimes.
A concepção da CNE a meu ver
está errada.
Devia este órgão, como se faz em numerosos
países, compor-se exclusivamente por funcionários admitidos via concurso
público, com qualidades e perfis rigorosos e que controlariam e validariam todo
e qualquer tipo de eleições, não apenas as estatais e municipais, mas também as
partidárias, sindicais, nas associações mais diversas, nos clubes desportivos.
Não estariam a ganhar
ociosamente durante o longo intervalo entre eleições municipais e estatais.
Validariam as diversas eleições e isso serviria perante tribunais.
Despartidarizava-se de uma vez para todas o órgão e ganhava-se o prestígio e
seriedade requeridas.
As tentativas de à força buscarem-se
paridades partidárias nos órgãos e especialmente nas Forças Armadas só põem em
causa a isenção e o prestígio desses órgãos, a sua vocação de a todos servirem,
para além das raças, cores da pele, regiões, credos e filiações políticas.
Moçambique pertence a todos os patriotas,
a todos que amam a pátria. Não pertence aos vendilhões do templo,
aos que servem o estrangeiro ontem e hoje em detrimento da sua terra. Muitos
desses doadores, financiadores desinteressados,
apoiaram o colonialismo e o apartheid, só descobrindo os nossos países quando
derrotados os seus aliados de sempre. Basta!
Desejo que todos vivam a
pátria e a queiram servir.
Para esses e para idoneidade o meu abraço,
Sérgio Vieira
P.S. Saúdo o PCA da MCEL que publicamente
desmentiu uma calúnia contra a Senhora X acusada de se fazer substituir no
Conselho de Administração da empresa por um genro e acusada assim de nepotismo.
Já me conformei com o facto que nalguns
jornais se pratica o estupro bem violento contra a gramática, se faça
propaganda do etilismo, do consumo da droga, da promiscuidade sexual se utilize
o calão. Feio, mas que fazer quando fazemos face aos Golias da ignorância
mascarados de jornalistas e colunistas.
Nunca o direito à difamação e calúnia
fizeram parte do direito a informar e à liberdade de pensamento. A calúnia, a
difamação atacam direitos básicos da pessoa, o seu bom nome reputação.
Gostaria que o Sindicato Nacional dos
Jornalistas e o Conselho Superior da Comunicação Social fizessem ao país o
grande favor de abandonarem a letargia e tomassem medidas contra a infâmia.
Abraço e solidarizo-me com as vítimas que
nos tribunais exigirem que se reponha a verdade e reclamem indenizações sérias
que levem ao encerramento da pouca-vergonha
Fonte:
Jornal Domingo (05.05.2013)
Nguiliche
ResponderEliminarHe,he,he! O camarada Sérgio Vieira continua a ser perseguido com a sombra do imperialismo. Já viu a mão do imperialismo em alguns jornais. No "Domingo" e "Noticias" não há mão no socialismo? Não lhe valeu nada o curso de direito na Universidade de Lisboa. Quem pode conferir que o fulano é ou não convidado do beltrano no congresso é o camarada Sérgio Vieira. O problema não é ser membro de partido, é ser conehcido como tal e participar nos eventos desse partido que o pode tornar ilegível para membro da sociedade civil. Por que a Lei 06/20013 fez esta divisão de X membros dos partidos e Y da sociedade civil se tudo é mesma coisa?
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