O ministro da Agricultura de Moçambique, José Pacheco, desmentiu hoje o seu alegado envolvimento no tráfico de madeira com operadores florestais chineses, colocando-se à disposição de qualquer investigação para se apurar a verdade sobre o caso.
"As notícias que circulam à volta de qualquer relacionamento com algum operador florestal no nosso país são mentiras, porque eu não tenho nenhum negócio. Disponho-me à investigação que for recomendada para este efeito", disse José Pacheco.
Respondendo a uma pergunta da bancada parlamentar da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, na Assembleia da República, o governante distanciou-se "das intrigas que estão a ser propaladas" relacionadas com o seu suposto envolvimento em negócios de exploração florestal.
"Eu nunca tive negócios, não tenho negócios e não tenciono fazer negócios relacionados com atividade florestal. Distancio-me das intrigais que estão a ser propaladas à volta do meu envolvimento em negócios de exploração florestal de qualquer ordem", disse José Pacheco, durante a sessão de perguntas ao Governo.
O titular da pasta da Agricultura de Moçambique viu o seu nome citado num documento publicado recentemente pela Agência de Investigação Ambiental, organização não-governamental do Reino Unido, que denuncia a exploração ilegal de madeira por empresas chinesas com conivência de altos quadros do Governo moçambicano.
A pesquisa aponta José Pacheco e Tomás Mandlate (ex-ministro moçambicano da Agricultura) como "facilitadores" da exportação ilegal de madeira.
Investigadores da agência britânica fizeram-se passar por interessados na compra de madeira e conversaram, de forma disfarçada, com um empresário chinês. Durante o diálogo, o proprietário da empresa de importação e exportação de madeira para a Ásia tratava José Pacheco como "um amigo e irmão".
"Quando o ministro (José Pacheco) não tem dinheiro vem buscar em mim. Eu e ele somos como irmãos", disse um empresário chinês, citado pelo relatório intitulado "Conexões de primeira classe: contrabando, corte ilegal de madeira e corrupção em Moçambique".
Também o antigo ministro da Agricultura Tomás Mandlate é referido como estando no "esquema" de contrabando de madeira, encarregando-se de intermediar o processo de quotas de exportação e concessões florestais.
"É um trabalho pelo qual ele recebe um salário mensal e uma participação na companhia", refere o relatório da agência britânica.
A Procuradoria-geral da República moçambicana anunciou, no mês passado, que iria, "de acordo com os fatos apresentados, iniciar as investigações".
De acordo com o documento da Agência de Investigação Ambiental, a China é o país que mais importa, exporta e consome no mundo, além de ser o principal responsável pela destruição das florestas tropicais.
A investigação aponta que "entre 80 e 90 por cento das árvores derrubadas em Moçambique têm como destino final a China".
Fonte: Lusa - 19.04.2013
Nguiliche
ResponderEliminarQuem vai conduzir tal investigação, a PGR, com autorização de quem? Num estado de direito o simples facto de o nome dele aparecer ligado a contrabando, seria suficiente para no dia seguinte apresentar pedido de demissao. Que fundamento havia para a PGR mandar deter Ramaya depois de sair em liberdade condicional? Quais são esses cidadãos que são iguais perante a Lei? O POVO é que é parvo!