O vice-Ministro mocambicano dos Recursos Minerais, Abdul Razak, apontou a falta de infra-estruturas como um grande obstáculo para o desenvolvimento e aproveitamento dos recursos naturais, o que muitas vezes apenas pode ser removido através do desenvolvimento de grandes projectos dirigidos para a exportação.
A criação de novas infra-estruturas, no âmbito de projectos de grande dimensão, a semelhança do que acontecerá com a implementação do projecto de Gás Natural Liquefeito (LNG) e como aconteceu com a construção do gasoduto de 865 km no sul do país, é determinante para a utilização doméstica do gás natural em Mocambique.
“Temos como nossa visão para o futuro uma ampla utilização do gás natural em Moçambique, em paralelo com a exportação, e a instalação de uma vasta rede para o transporte e distribuição deste importante recurso natural de norte a sul do país e a sua extensão a outros países da África Austral”, revelou Razak.
O gás natural, segundo a fonte, é um recurso cuja utilização tem vindo a aumentar a nível mundial quer como combustível, incluindo a geração de energia eléctrica, quer como matéria-prima para a indústria. O objectivo é assegurar a gestão e exploração sustentável dos mesmos e, segundo as estimativas, o país possui mais de seis triliões de pés cúbicos.
O vice-titular da pasta dos recursos minerais falava quarta-feira num dos painéis d Conferência Internacional sobre Gás, cujo objectivo é discutir o impacto na indústria global das recentes descobetas de gás natural na bacia do Rovuma, norte do país.
O crescimento deve-se, de entre outros motivos, ao seu contributo na redução dos impactos ambientais resultantes da sua utilização, comparativamente a outros recursos como por exemplo o carvão e os combustíveis derivados do petróleo.
“O desenvolvimento de grandes projectos à utilização de gás natural, tais como fertilizantes, energia eléctrica, combustíveis sintéticos, podem constituir oportunidades para o desenvolvimento de infra-estruturas de transporte de gás para diversos pontos do país.
O acesso ao gás natural por parte de pequenas e médias indústrias, tais como cerâmicas, panificadoras, etc., poderá gerar muitos novos negócios e postos de trabalho que constituam uma pedra base para o desenvolvimento socio-económico sustentável de Moçambique.
Defendeu que o gás natural deve contribuir para um crescimento económico integrado do país, através da geração de actividades económicas diversificadas e desenvolvimento de infra-estruturas para evitar que o país fique dependente da exportação dos seus recursos naturais e da volatilidade dos seus preços no mercado internacional.
Fonte: AIM - 14.03.2013
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