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sábado, fevereiro 02, 2013

UEM chumba médicos estagiários envolvidos na greve do mês passado


A direcção da Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) reprovou todos os estudantes do 6º ano do curso de medicina que estavam em estágio e que aderiram à greve dos médicos que teve lugar no início de Janeio.

A paralisação foi convocada pela Associação Médica de Moçambique e de âmbito nacional em reivindicação do aumento salarial e melhoria das condições de trabalho, condicionando, durante os nove dias que durou, o funcionamento dos hospitais e centros de saúde.
Numa nota comunicativa, a Faculdade de Medicina da UEM refere que todos os estudantes do 6º ano que comprovadamente faltaram às suas obrigações académicas consideram-se reprovados no seguimento do Estágio Médico Integrado em que se encontravam,   quando eclodiu a greve.
Este grupo, segundo as normas académicas vigentes naquele estabelecimento de ensino, cujas cláusulas se desconhecem, será obrigado a repetir o estágio.
Para os finalistas e estagiários que não aderiram à greve, a Faculdade de Medicina refere que vai lhes atribuiu certificados de reconhecimento pela “abnegação” e sacrifício nas suas obrigações académicas.
Entretanto, a Associação Médica de Moçambique manifesta o seu descontentamento em relação a esta medida tomada pela direcção da Faculdade de Medicina. Mesmo reconhecendo que a decisão nada tem a ver com o MISAU, a organização lembra que terá assinado um memorando de entendimento com o pelouro da Saúde em que este se comprometia a orientar todas as instituições do sistema a não tomarem medidas administrativas contra os grevistas.
Paulo Samo Gudo, porta-voz da Associação Médica de Moçambique, disse ser necessário primeiro que se olhe para o regulamento pedagógico da Faculdade de Medicina para se ver com quantos dias ou horas de faltas o estudante é considerado reprovado e comparar com o período em que durou a greve para se determinar.
A fonte refere também que não há nenhum mecanismo que controla a presença ou assiduidade do estudante no estágio. Questionou como é que a instituição vai comprovar que estes estudantes faltaram ao estágio.
Em relação ao número de estudantes abrangidos pela medida, Samo Gudo referiu que o 6º ano é composto por 133 estudantes e destes, apenas dois não aderiram à greve e outros, embora se tenham  envolvido na paralisação, trabalharam porque estavam afectos às urgências e unidades de cuidados intensivos.
“Todos os 133 estudantes terminaram no domingo o Estágio Médico Integrado e deviam passar a médicos generalistas, mas,  com esta medida,  só dois é que vão transitar para esse nível”, disse,  salientando que,  neste momento, a AMM está a envidar esforços no sentido de fazer passar o seu descontentamento em relação à medida.
A decisão de chumbar os estudantes do 6º ano e estagiários da Faculdade de Medicina foi tomada na terça-feira passada e comunicada aos visados no dia seguinte, quarta-feira desta semana


Fonte: Diário de Mocambique - 02.02.2013

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