Páginas

sexta-feira, janeiro 04, 2013

Próprio das ditaduras

Por Machado da Graça

Olá, Fernandes
Como foram as entradas neste 2013? Do meu lado foram sossegadas, como acontece todos os anos.
Mas queria falar-te hoje de um fenómeno que, sendo próprio das ditaduras, e de alguns regimes monopartidários, se está a infiltrar, cada vez mais, nesta nossa tão bizarra democracia multipartidária.
Estou a falar do culto da personalidade.
Daquelas atitudes destinadas a endeusar o dirigente máximo como forma, normalmente, de convencer o povo de que sem ele não é possível dirigir o país.
Ora isso tem vindo a acontecer entre nós e percebe-se mal porquê na medida em que o actual dirigente máximo, em teoria, abandonará o poder no próximo ano e iremos ser governados por alguma outra pessoa.
Por outro lado, alguns aspectos dessa campanha deixam muito a desejar em termos da própria dignidade do Chefe de Estado.
Por exemplo, durante alguns dias a Rádio Moçambique colocou, nos seus espeços publicitários, partes do discurso de Armando Guebuza na Assembleia da República. De repente, entre um anúncio do Arroz Lulu uma promoção do Verão Amarelo, aparecia a voz do Presidente da República a falar dos grandes projectos. Custa a acreditar.
Mas agora temos outra coisa tão má ou ainda pior. São uns spots em que aparecem pessoas a dizer como a sua vida melhorou graças à acção do Governo. O que seria normal dado que são spots produzidos pelo próprio Governo. O que já não parece normal é que essas pessoas atribuam esses benefícios na sua vida ao “Guebas”.
Que muitas pessoas, no dia-a-dia, chamem Guebas ao Chefe de Estado, é uma coisa. Que um spot, produzido pelo Governo, chame Guebas ao seu chefe máximo é outra coisa muito diferente. Será que nas reuniões do Conselho de Ministros os membros do Governo tratam o Presidente por Guebas?
E não é por acaso que aquele nome aparece nos spots, porque aparece em todos
eles, seja quem for a pessoa a falar.
É, portanto, intencional. Algum inteligente propagandista deve ter achado que isso era uma forma de popularizar a figura do Chefe de Estado quando, na minha opinião, o que estão a fazer é tirar-lhe a dignidade que lhe é devida, pelo cargo que exerce.
Aprendizes de feiticeiro!
Mas, de facto, o aspecto mais intrigante é saber o porquê deste esforço em relação a alguém que, em 2014, deixará o poder.
Ou será que não deixa?

Um abraço para ti do

Correio da manhã, edição Nº 3986 – 04.01.2013

Nota: O título é da responsabilidade do Reflectindo sobre Mocambiqque.

1 comentário:

  1. Voces aqui a conversar a toa, Guebas nao Guebas e o coitado do Dhakama a ser envenenado, ninguem se interessa do assunto, todos so falam de ditaduras nao ditaduras, isso nao interessa ao povo o que nos interessa e a vida do povo e dos seus cidadaos, se um cidadao esta a ser envenenado, nao nos interessa quem seja, se guebas, se mazivila, Dhakama, ou esse o tal do simango, nao interessa quem seja o que nos interessa e que isso tem quue acabar, veneno nao e boa coisa isso pode matar, nao e brincdeira nenhuma< nos somos irmaos unidos do rovuma ao maputo e temos que acabar com essas loucuras de estar uns contra os outros, ter invejas de outros fomentar baotas e schamar os outros de ditadores, guebas nao guebas, que e isso. Confusao querem criar no Pais, eu pessoalmente penso que Dhakama e o mais certo para este pais, mas democracia e democracia, se vier um nguenia, ndhakama, simango, guebas, eu aceito, eu aceito e pronto

    ResponderEliminar