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domingo, janeiro 27, 2013

Movimento Democrático de Moçambique (MDM) acusa Governo de "burocratizar" ajuda a vitimas das cheias

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido do país, acusou hoje o governo de Maputo de "burocratizar a assistência humanitária" às vítimas das cheias, depois do partido ter enfrentado dificuldades para entregar ajuda em Maputo.
Uma delegação do MDM viu-se obrigada a contrariar uma decisão do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de impedir o partido de doar diretamente bens a 150 famílias vítimas das enxurradas, albergadas numa escola secundária dos arredores da cidade de Maputo.
Num processo testemunhado pela Lusa, um funcionário do INGC em serviço na Escola Secundária Força do Povo, nos arredores da capital, onde estão alojadas as 150 famílias, tentou impedir a entrega direta no local, alegando orientações superiores para que as ajudas sejam dirigidas a postos previamente definidos pela instituição, para posterior distribuição.

Apesar da resistência verbal do funcionário do INGC, a delegação do MDM, dirigida pelo delegado do partido em Maputo, Elísio Freitas, e que incluía o chefe da bancada do partido na Assembleia da Republica, Lutero Simango, procedeu à entrega da doação aos responsáveis dos bairros de origem das famílias alojadas, na presença das vítimas.
Em declarações à Lusa, Elísio Freitas considerou "estranha" a "burocratização da ajuda" às vítimas das calamidades naturais, defendendo que o apoio devia ser facilitado e sem qualquer entrave.
"O INGC sabia que nós vínhamos cá fazer esta doação. Deviam ter-se organizado para receber a ajuda e não estar cá alguém para nos dizer que o apoio deve ir primeiro ao INGC num outro local", afirmou o delegado do MDM em Maputo.
Reagindo à situação, um membro do MDM que acompanhava a delegação disparou: "Não querem que o povo veja que a ajuda vem do MDM".
Na sexta-feira, a Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO), principal partido da oposição, acusou o Governo de permitir que os membros da Frente de Libertação de Mocambique (FRELIMO, no poder) assumam protagonismo nos centros de acolhimento das vítimas das cheias, circulando livremente nesses locais com símbolos partidários.
PMA // SMA
Fonte: Lusa  in Mocambique para todos – 26.01.2013

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