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segunda-feira, dezembro 10, 2012

Daviz Simango deplora distribuição injusta de riqueza nacional

“O quadro real do País é que enquanto o regime produz novos ricos a maioria dos nacionais pobres está sendo “encurralada” na pobreza”

“Não se esqueçam de que um país sem imprensa livre, não pode ser um país democrático.” – Daviz Simango

O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, deplorou, sábado, na Beira, a falta de justeza na distribuição dos recursos nacionais no país, o que cria um fosso entre ricos e pobres.


Falando na cerimónia de encerramento do 1º Congresso daquela formação que dirige e desde a sua fundação e para que foi reeleito presidente, Simango ressaltou o facto de Moçambique ser um país de incontáveis riquezas, que não beneficiam o povo.

Ele explicou que as riquezas não se limitam às disponíveis no subsolo, pois “vão desde a força de seu povo, até os grandes recursos naturais. Infelizmente esses recursos não são transformados no país, por conseguinte não contribuem para a promoção de pequenas e medias empresas, o que permitiria a transferência de tecnologia e conhecimento para além de proporcionar postos de trabalho”.

Nas palavras de Simango, não existem políticas de reserva, não existem sindicados de defesa do cidadão abrangido, por conseguinte penaliza as famílias abrangidas e as gerações vindouras.

“Não é aceitável que uns poucos se beneficiem, enquanto a maioria sofre as consequências de um Estado que confunde o partido com a nação, com total incapacidade de gerir os bens do país. Um Estado que distribui privilégios somente aos amigos”, afirmou o presidente do MDM.

“Não podemos aceitar que nossos homens e mulheres não tenham emprego, não tenham condições de cuidarem de suas famílias”, palavras de Simango, que adjuntou não ser aceitável que nossas crianças morram sem ter acesso às garantias de suas necessidades mais básicas, como o alimento, a saúde e a formação.

Num outro desenvolvimento, Daviz Simanho afirmou, numa alusão aos quadros do MDM que “somos uma grande família. Uma família que está a crescer cada vez mais e que busca os ideais de liberdade, de dignidade e de oportunidades para todos. E esta família provou, no decorrer dos últimos dias, que é capaz de dialogar, apresentar ideias, discutir seus pontos de vista e, sobretudo, escutar o seu próximo”.

A reunião magna finda tomou a repercussão de “congresso da vitória”, porque, segundo Simango, “o MDM consolida-se, nesse momento histórico, como um partido de todos os moçambicanos, porque estão aqui representados, neste Congresso, mulheres, homens, jovens e velhos de todas as nossas Províncias e de todas as culturas de Moçambique. Pessoas que dedicam suas vidas a trabalharem pelo Galo em cada canto deste país. E provamos mais uma vez de que somos a nova força política de Moçambique, um partido de unidade nacional, comprometidos com a Democracia e o Estado de Direito, onde há clareza na separação de poderes”.

Durante os quatro dias do referido evento, disse Simango, “a cidade da Beira galvanizou atenções de milhares de moçambicanos, em todo o nosso País, e não só. Compatriotas radicados no exterior, e amigos de outros países, também acompanharam com interesse, este movimento de massas, aqui representado por ilustres delegados ao Congresso, vindos de todas as províncias e distritos de Moçambique”.

Somos um partido com ideal, com objectivo de fazer valer, de facto, os direitos dos moçambicanos, por um Moçambique para Todos, sublinhou Daviz Simango.

O congresso do MDM teve o seu mais alto momento, quando parte dos recém libertos 35 presos políticos do MDM condenados por juiz de Inhambane em resultado de processo derivado das eleições autárquicas intercalares de Abril último, se fizeram ao estrado do Pavilhão dos Desportos. A propósito deste momento que arrancou a emoção de todos, Simango descreveu o ambiente como “um dos mais emocionantes da minha vida, ao vê-los entrar aqui, libertos, no primeiro dia do Congresso”. “A vós, nossos eternos agradecimentos, pela bravura com que enfrentaram esses momentos difíceis, com perseverança e determinação. Saibam, meus amigos, que vós sois símbolos de resistência”.

Daviz Simango defendeu ainda que “O MDM almeja que o mundo veja Moçambique como uma Nação moderna, democrática e como um Estado de Direito de facto. Onde quem tenha opiniões diferentes das do partido no poder, possa manifestá-las livremente sem correr riscos ou privações, por isso arbitrariedades como estas, não podem ser toleráveis. “Que fique aqui registado o nosso protesto às nossas Instituições Judiciais e aos magistrados, convidando a respeitarem e a valorizarem a sua profissão com dignidade e ética e que contribuam para a construção dum estado mais justo, solidário e com separação de poderes”, frisou Daviz Simango pouco depois de tomar posse como presidente do MDM para o período de cinco anos.

Imprensa livre é fundamental

No seu discurso o presidente do MDM também ressaltou a presença da imprensa, que com competência realizou o seu importante trabalho. “Não se esqueçam, de que um país sem imprensa livre, não pode ser um país democrático. A imprensa livre desempenha um valioso papel na consolidação dos processos democráticos em todo o mundo. E, em Moçambique esse trabalho sério e imparcial é fundamental para o nosso progresso. Por isso, recebam os melhores cumprimentos por essa cobertura e continuem na grande missão de representarem a voz da verdade”, apelou o presidente do MDM.

Refira-se que no 1º Congresso do MDM foram traçadas as bases de preparação para as eleições municipais de 2013, assim como as provinciais, legislativas e presidenciais de 2014. E essa preparação, na óptica de Simango, “vem confirmar o nosso desafio em aumentar a participação na governação do nosso país, para que possamos melhorar as condições de vida de nossos concidadãos”.
Também foi eleito o Conselho Nacional composto por sessenta membros.

Comissão Política

O presidente do MDM, já após o Congresso ter encerrado, disse ao Canalmoz – diário digital – e ao Canal de Moçambique – semanário impresso, que não irá nomear a nova comissão política nos próximos dias, conforme a prerrogativa que lhe assiste, conferida pelos Estatutos aprovados nesta reunião magna.
“Tal acontecerá a qualquer momento nos próximos seis meses, depois de efectuar um trabalho de base, que me permita avaliar e colocar cada pedra no lugar certo e levar a minha proposta a ractificação do Conselho Nacional” (Adelino Timóteo e Fernando Veloso) in "Canal de Mocambique 10/12/2012"

Fonte: Canal Moçambique in Marcação Cerrada – 10.12.2012

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