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quarta-feira, outubro 17, 2012

Irmã de Nini Satar foge do País

POLÍCIA COM BATATA QUENTE ÀS MÃOS PARA DETER BURLADORES DE IMÓVEIS

- Depois de um golpe milionário de 500 mil dólares, suspeita-se que se tenha juntado à família em Dubai

A fuga de Rachida Abdul Satar, irmã mais velha de Momade Assif Abdul Satar, o Nini, não vai ajudar muito à polícia na dissipação das zonas de penumbra envoltas às burlas no sector imobiliário moçambicano.

É que Rachida Abdul Satar, depois da fuga de Danish Abdul Satar para fora do País, era a peça-chave para se desmantelar toda a gang envolvida nas burlas de imóveis. A polícia estava a investigá-la há um tempo, tendo se refugiado para Nampula e Cabo Delgado e só mais tarde deixou o País.

Suspeita-se que Rachida Abdul Satar, assim como o seu sobrinho Danish Abdul Satar estejam algures em Dubai. Refira-se que este último é filho de Asslam Abdul Satar, também irmão de Nini, várias vezes citado durante o julgamento do “caso BCM” como cérebro da fraude dos 144 biliões de meticais (antiga família) que deixaram o defunto banco de rastos.

DETENÇÃO DE RACHIDA SATAR

Rachida Abdul Satar, no entanto, fora detida nos princípios deste ano, concretamente no mês de Fevereiro, acusada de burla por defraudação, sendo indiciada de ter emitido cheques de uma conta encerrada e sem cobertura, num montante avaliado em cerca de dois milhões de meticais, a um fornecedor de telemóveis.

LIBERDADE E NOVO GOLPE

Restituida à liberdade em virtude de ter pago uma caução num valor não especificado, a irmã de Nini Satar voltou ao crime: em conluio com o seu sobrinho, burlaram um casal português que pretendia adquirir um imóvel na zona da Sommerschield. O montante envolvido foi de 500 mil dólares norte-americanos. Aliás, isto é que precipitou a fuga de Danish para Dubai, depois de ter celebrado um mega casamento em Maputo.

Com Danish fora da cena, a polícia estava ao encalço de Rachida. E depois da fuga desta, torna-se difícil completar o puzzle para se desvendar quais são os outros envolvidos na burla de imóveis, apesar de existirem suspeitos como Nini Satar e outros indivíduos a ele ligados.

Aliás, há suspeitas também de que Rachida Abdul Satar faz parte da mesma gang que burlou o INSS, a operadora de telefonia móvel Vodacom, a SF Holding de Salimo Abdula e Ahmed Anvar, dono da Royal.

PAPEL DA REMIX

Para a pressecução das burlas, Rachida Satar e seus conluiados utilizavam a Remix Property, Limitada, uma empresa que actuava, dentre outros ramos, no sector imobiliário.

Muitas vezes associada a Nini Satar, a Remix, segundo o Boletim da República, número 49, de 10 de Dezembro de 2009, foi constituída por Rachida Abdul Satar e Danish Abdul Satar. Eles partilhavam a totalidade das acções, cabendo a cada um 50% do capital social, correspondente a 2.5 milhões de meticais. O capital social da Remix era de 5 milhões de meticais.

Fonte: Diário de Notícias in Moçambique para todos – 17.10.2012

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