Reflectindo Sobre o Comunicado dos “Muçulmanos” de Moçambique

Em conversa com o irmao Bayano Valy :

"Irmão Abdul Karim, vamos por partes:

ponto 3 - o que implica em termos económicos fechar estabelecimentos comerciais e industriais durante três dias? quantos são esses estabelecimentos comerciais? será que todos os muçulmanos com estabelecimentos fecharão? a medida é obrigatória? 

quem sai beneficiado? aonde é que o grosso do povo compra os seus produtos? o que acontecerá se mesmo assim nada for resolvido? mais fechos? onde está o plano b?

ponto 4 - será que todos pagam impostos? se sim, quanto é que constitui em termos percentuais o imposto pago por eles? o que a lei diz sobre a evasão fiscal? o que poderão pagar em multas já foi equacionado?

até porque o governo pode para já usar isto como uma forma de pressionar os mega-projectos a renegociar os contratos de modo a que passem a pagar impostos? quem sabe?!!!

ponto 5 - dos 17 pc de muçulmanos quantos estão em idade de votar? desses quantos é que se preocupam em votar? é mesmo possível os muçulmanos votarem em bloco? será que todos os muçulmanos são da frelimo?

há aspectos que devem ser mencionados por serem factos importantes:
a) os actuais raptos são dirigidos à um grupo étnico-racial específico. há uma generalizada percepção de que este grupo tem muito dinheiro. portanto, o assunto é localizado.
b) nem todos os muçulmanos são da frelimo. aliás, grande parte de muçulmanos que eu conheço tem uma aversão à frelimo. o que penso que deve estar na origem do equívoco é o facto dos que estão a frente deste movimento serem partidários da frelimo, e acharem que falam em nome dos muçulmanos. mas o que devem estar a dizer é que financiam grande parte das actividades partidárias da frelimo e poderão deixar de fazê-lo caso as suas exigências não forem supridas.

uma pergunta que faço: alguma vez ocorreu a esses que o estado pode não estar a conseguir resolver o problema dos raptos não por não ter vontade mas por incapacidade ou incompetência?

e o que eles trazem à mesa fora as ameaças? há possíveis soluções? já procuraram saber o que a polícia precisa? não estou a falar de dinheiro apenas"

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