Mais de 300 pessoas participaram, ontem, no simpósio sobre a “Inclusão e
Exclusão da Mulher na Economia Moçambicana”, um evento que espelhou a dura
realidade enfrentada pelas mesmas no dia-a-dia.
“As mulheres continuam no sector reprodutivo sem remuneração e produtivo
pouco remunerado”.
As mulheres foram brindadas, ontem, em Maputo, com um
grande debate sobre a sua participação na economia moçambicana. Foi um dia em
que, mais uma vez, as questões de equidade de género vieram à tona, com as
mulheres e activistas dos direitos das mulheres a reclamarem uma melhor posição
social e económica em todas as áreas de intervenção.
Os dados mostram que as mulheres estão mais envolvidas
com o sector informal, encontrando-se em mais de 85% no sector agrícola.
As mulheres estão em peso também no comércio informal
transfronteiriço, assim como nos mercados.
A presidente do Fórum Mulher, Isabel Casimiro, entende
que esta situação desfavorável da mulher em relação ao homem deve-se à fraca
escolaridade das mesmas - 67% das mulheres moçambicanas são analfabetas, e o
pouco acesso que as mesmas possuem em relação à gestão dos recursos, tais como
terra, capital e recursos minerais.
Esta situação faz com que as mulheres sejam mais pobres
que os homens, sendo, por isso, as mais afectadas pelo HIV-SIDA e
encontrando-se, maioritariamente, nos sectores menos produtivos da economia,
daí que as suas remunerações são inferiores que as dos homens e encontrarem
mais dificuldades no acesso à protecção social e no exercício dos seus direitos
fundamentais.
“As mulheres continuam no sector reprodutivo sem
remuneração e produtivo pouco remunerado”, realçou Isabel Casimiro,
fundamentando sua posição com base em dados que mostram que os homens estão em
maior número nos sectores mineiro e financeiro, que são dos que melhor
remuneram os trabalhadores. As mulheres estão ainda em menor número que os
homens na função pública e nos sectores de construção civil e transportes e
comunicações.
Fonte: O País online – 13.09.2012
Gosto deste tipo de debate só que o problema é que o que se permite discutir em Mocambique é inclusão e exclusão da mulher e dos jovens. Aqui até já não se contam as histórias de heranca nem diz que quem aponta o dedo os que perpetua a exclusão da mulher ou jovem não rotula. Mas os problemas são os mesmos quanto à inclusão e exclusão regional e étnica. Por exemplo revelou-se há pouco o problema prevalente de analfabetismo em Cabo Delgado ao contrário de Maputo. Com certeza os problemas de inclusão e exclusão da mulher e juventude podem ser gravíssimos se observarem-se no contexto regional e étnico. Discutam todos esses problemas!
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