Páginas

sábado, julho 14, 2012

Cidade de Nampula: UniLúrio projecta implantar hospital

A Universidade Lúrio (UniLúrio), sedeada na cidade de Nampula, pretende implantar, na chamada capital do norte, um hospital privado de referência, com capacidade para 70 camas.

Aquela instituição pretende ainda criar uma empresa que possa produzir feijão e soja, em Unango, na província do Niassa. Embora sem precisar para quando tal deverá ocorrer, o reitor daquele estabelecimento do Ensino Superior, Jorge Ferrão, disse que a implantação da unidade hospitalar, na cidade de Nampula, e da empresa, visa garantir a absorção dos quadros formados e facilitar a comercialização destes dois produtos localmente.

Falando há dias, no decurso das cerimónias do 5º aniversário da criação e da entrada em funcionamento da UniLúrio, Jorge Ferrão, explicou que a projecção da unidade hospitalar de referência e da empresa de produção de feijão e soja, em Unango, insere-se na implementação do plano estratégico daquele estabelecimento do Ensino Superior.

A propósito da criação da empresa, em Unango, o reitor da UniLúrio, disse que desde a sua entrada em funcionamento, aquele estabelecimento realizou 800 testes de aflatoxina, possuindo já uma semente de soja livre de agro-tóxicos. Referiu que, os referidos testes foram realizados no Centro de Estudos Interdisciplinares Lúrio que gere o laboratório de segurança alimentar.

Para o reitor da UniLúrio, esta instituição deve continuar a apostar na investigação e inovação, através dos cursos de mestrados, o primeiro dos quais será de nutrição e alimentos que já conta com uma parceria da Universidade de Minas Gerais, Viçosa e Lavras.

“Mesmo na área de Informática e da Arquitectura, tenho incentivado os colegas para que se tornem mais agressivos e procurem o mercado, pois, não basta aquilo que a nossa instituição colecta da pequena cobrança que faz aos estudantes. Existem muitos projectos que estão a ser implementados, agora o que penso é que deveria ser obrigatório para estas grandes empresas pagarem uma taxa destinada à educação”, considerou Jorge Ferrão.

Num outro desenvolvimento, o reitor da UniLúrio disse que a grande falta de mão-de-obra que hoje se propala, para essas grandes empresas, não é assim tão sintomática como se fala, pois, entende que o país poderia “reciclar” pessoas que estão formadas noutras áreas. A título de exemplo, disse que na área de hidrocarbonetos fala-se da necessidade de quatro mil engenheiros, número que não se forma num só dia.

“Temos pessoas, no país, que têm formação em determinadas áreas, mas que necessitam de serem requalificadas para trabalharem nestes empreendimentos, pois, entendo que possuem uma base científica para entender o que é uma pesquisa, o que é uma investigação, enfim, têm alguma bagagem académica”, disse o reitor da UniLúrio.

AINDA É LONGO CAMINHO A PERCORRER

Por outro lado, Jorge Ferrão reconheceu, igualmente, que apesar do crescimento da instituição nestes cinco anos de existência, a UniLúrio está longe de ser uma universidade de ponta que pode ombrear com as outras mais cotadas no “ranking” internacional.

Uma das estratégias que adoptamos para sair deste circuito de menoridade, foi de procurar as grandes associações regionais e mundiais e, como fruto disso, temos um convite para integrar a Associação Internacional das Universidades, porque procuramos um lugar de afirmação àquele nível”, disse Jorge Ferrão para quem, a consolidação da sua instituição, é uma grande aposta para sua respectiva internacionalização.

Importa referir que, desde a sua instalação, em Nampula, a UniLúrio optou por modelos mistos no seu processo de ensino e aprendizagem, com uma metodologia clássica renovada, por um lado e, por outro, participativa e interventiva, que não inclui apenas o estudante e os docentes, mas que também capitaliza o saber fazer das pessoas que residem ao redor do espaço físico, usando as novas tecnologias e da sua experiência local, vinculando a universidade às comunidades locais.

“As jornadas interactivas agrárias de Unango, e Sanga no Niassa, fazem parte deste processo de estabelecimento de uma universidade aberta, onde as comunidades e os parceiros provam todo o seu saber e empatia pelo sistema introduzido. A criação dos Gabinetes de Aconselhamento aos Estudantes (GAE´s) já produz efeitos práticos e positivos”, disse Ferrão. (Luís Norberto)

Fonte: Jornal Notícias - 14.07.2012

Sem comentários:

Enviar um comentário