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sábado, junho 23, 2012

Universidade Católica quer formar "massa crítica" para combater pobreza - Reitor

A Universidade Católica de Moçambique (UCM) está apostada em "incubar massa crítica" para um desenvolvimento integral, para ajudar o país a sair da pobreza, disse o reitor da instituição.


Com 16 anos, após arrancar apenas com os cursos de filosofia e teologia, a UCM esta a formar investigadores, que possam inspirar novas descobertas para o desenvolvimento económico, político, social, religioso e da pessoa humana, com a instalação de um Instituto Integrado de Apoio à Investigação Científica.

"Estamos a ver agora que Moçambique está a crescer, no que diz respeito a descobertas de recursos naturais, mas, no que diz respeito a pessoas qualificadas para descobrir coisas novas, estamos muito abaixo, e não é possível combater a pobreza sem a massa crítica" observa o padre Alberto Ferreira, reitor da UCM.

Aquele responsável, que falava na Beira, Centro de Moçambique, reconhece a forma esporádica em que têm sido feitas as pesquisas e divulgação científica no país, mas sustenta a fragilidade pelo facto de a área do ensino superior ser bastante nova, excluindo a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), que completa 50 anos, com alguma maturidade em pesquisa e investigação científica.

"Em Moçambique não temos essa experiência (aposta na investigação científica) e precisamos fazer qualquer coisa para, daqui a alguns anos, cada universidade possa ter massa crítica, que possa colaborar com outros investigadores de países experientes e trazermos coisas novas para desenvolver o país", reiterou o Padre Alberto Ferreira.

A UCM, implantada agora em sete províncias, pondera a sua presença nalguns municípios do país, sobretudo em questões de infraestruturas, para responder e garantir o lema "Celebrando Qualidade e Inovação", que sugere uma formação para responder os desafios de Moçambique.

Radiografando a sua instituição, Alberto Ferreira disse que a UCM "está a caminhar a bom ritmo" na sequência da aderência e os resultados alcançados, aprimorando continuamente na qualidade dos docentes e processos de aprendizagem dos discentes.

O maior calcanhar de Aquiles, disse, são os recursos financeiros da instituição, o facto de usar meios próprios provenientes das propinas, o que impede um desenvolvimento desejado da Universidade, para "realizar várias coisas e trabalhar na formação de qualidade".

Em cooperação com o Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica de Portugal (UCP), a UCM está a lecionar, desde 2009, o curso de mestrado conjunto em Ciências Políticas, Governação e Relações Internacionais.

A partir de 2012 aquela instituição passou a lecionar a licenciatura em Ciências Políticas e Relações Internacionais, facto que tem pacificado a "histórica participação" na mesma sala de membros dos três principais partidos, Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e Movimento Democrático de Moçambique (MDM), oposição, sem "ar de superioridade".

Ainda segundo o responsável, a instituição tem criado parcerias a nível local, com empresas estatais e privadas, gerando a possibilidade dos discentes escolherem a empresa e o local para estagiar, após a formação.

(RM/Lusa) in Notícias Sapo - 23.06.2012

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