Por Matias Guente
Maputo (Canalmoz) – O Conselho Superior de Comunicação Social decidiu censurar publicamente o tipo de jornalismo praticado pelo Canal de Moçambique e mais alguns jornais alternativos. Por uma questão de responsabilidade pessoal não deixaria passar a deliberação sem tecer alguns comentários. Primeiro porque é um assunto que me interessa a mim como profissional. Segundo porque o jornal onde trabalho é apontado no ranking do CSCS como o mais transgressor das normas jornalísticas agora criadas por aquele órgão. Espero sinceramente pela compilação dessas normas num Manual de Censura a ser financiado pelo Governo. Digo normas porque o Conselho Superior de Comunicação Social traz novos conceitos de jornalismo que não deixam de ser interessantes. Mas convém antes esclarecer o seguinte: Está claro que o tipo de jornalismo praticado pelo semanário Canal de Moçambique não está a agradar ao poder. Por uma questão muito simples: aqui não exaltamos o glorioso partido nem os seus dirigentes. Longe disso: estamos atentos a qualquer tipo de comportamento estranho aos fins que ao Estado cabe prosseguir. É nosso papel primordial enquanto um longamano da sociedade civil: defender o interesse público.
Não quero aqui cair no populismo de defender que somos praticantes de um jornalismo puritano. Cometemos erros assim como qualquer outro actor que joga neste imenso campo a que chamamos sociedade.
Na sua deliberação o Conselho Superior de Comunicação Social acusa o Canal de Moçambique de ser uma “Publicação que não se preocupa em ouvir as partes mencionadas nas peças, uma flagrante e sistemática violação do princípio de produção de uma informação completa a objectiva, não respeitando o princípio do contraditório previsto no artigo 28 de Lei 18/91 de 10 de Agosto”. Para “fundamentar” a sua acusação o CSCS cita exemplos de alguns títulos que fizeram manchete neste jornal.
1. Corrupção na Assembleia da República: Verónica Macamo debaixo do fogo.
2. Na Assembleia da República: Roubo de Milhões
3. No Município de Inhambane: Aires Ali envolvido em negócios ilícitos
4. Quilambo é cúmplice da podridão na UEM Ler mais
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