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sábado, março 24, 2012

Inicia caça a Kony

Uma força militar conjunta de 5 mil soldados começa neste sábado uma intensa operação de busca e captura por Joseph Kony, procurado por crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional e líder do Exército de Resistência do Senhor.


As tropas - procedentes do Uganda, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e República Centro-Africana, os quatro países afectados pela actividade criminosa do LRA - contam com o respaldo das Nações Unidas e da União Africana (UA), anunciaram nesta sexta-feira fontes militares em Entebbe (cidade próxima a Campala, Uganda).

"Com este novo mandato, o Uganda deixa de trabalhar unilateralmente para capturar Kony e os membros do LRA", explicou o coronel Dick Olum, responsável da força.

O representante especial da UA para contra-terrorismo, o moçambicano Francisco Madeira, indicou à imprensa que "os países tentaram capturar Kony antes, mas falharam porque não estavam devidamente coordenados".

"Esta é uma força autorizada pela UA para pôr fim a Kony e aos seus seguidores", ressaltou Madeira.

Em outubro do ano passado, o governo do presidente americano, Barack Obama, enviou cerca de 100 assessores militares à região para impulsionar as buscas por Kony, um criminoso que ganhou fama mundial recentemente devido a uma controvertida campanha da ONG americana Invisible Children.

O conflito do norte de Uganda - onde o LRA assassinou, mutilou, sequestrou e violentou milhares de pessoas, na sua maioria crianças, desde o final dos anos 1980 - se difundiu desde 2006 pelos países vizinhos, que agora também fornecem tropas para procucar o guerrilheiro.

Em 2005, o TPI emitiu um mandado de prisão internacional contra Kony e outros importantes membros do LRA por crimes de guerra.

"A luta começou para defender a população Acholi das represálias do presidente (de Uganda), Yoweri Museveni", disse à Agência Efe em maio passado Kenneth Banya, antigo conselheiro de Kony e "ex-número 3" do LRA durante os 18 anos que permaneceu nas fileiras rebeldes - para as quais disse ter sido recrutado à força.

Mas depois - e há distintas versões sobre como aconteceu a mudança de objectivo -, Kony e as suas milícias começaram a lutar com a suposta meta de instaurar um Estado teocrático sob os Dez Mandamentos no Uganda.
Nos seus poucos contactos com a imprensa, Kony sempre negou as acusações.

Fonte: Rádio Mocambique - 24.03.2012

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