O LÍDER da Renamo, Afonso Dhlakama, disse sábado passado, em Nampula, que aguarda com expectativa mais um encontro com o Presidente da República, Armando Guebuza, elogiando ainda a abertura do estadista nacional para o diálogo sobre questões de interesse nacional.
Falando à margem do seminário provincial com antigos guerrilheiros do ex-movimento rebelde, ele mostrou-se favorável a que tal reunião ocorresse na semana em curso, altura que estará em digressão pelas províncias da região sul do país.
De acordo com o líder do maior partido político na oposição, há uma manifestação de boa vontade da parte do Chefe do Estado em que o encontro entre ambos tenha lugar o mais breve possível, para prosseguir a discussão em torno dos assuntos que inquietam a Renamo, nomeadamente a alegada despartidarização do Exército, dos órgãos eleitorais e da função pública, incluindo o que ele considera de distribuição justa da riqueza, em particular gerada pelos mega-projectos de extracção de minérios e de gás em curso em diferentes pontos do país.
“O Presidente da República tem estado em contacto comigo o que elogio bastante e num desses contactos assegurou- me que depois de regressar da África do Sul, onde foi tomar parte como convidado do centenário do Congresso Nacional Africano (ANC) iríamos sentar à mesma mesa para avançar com o diálogo iniciado aqui em Nampula” - disse, radiante.
Num outro desenvolvimento, Afonso Dhlakama acusou aos países que têm representações diplomáticas em Maputo de estarem a servir os interesses do partido Frelimo, “porque quando falo que a Renamo vai promover manifestações pacíficas à escala nacional como forma de exigir mudanças no quadro político actual, os diplomatas de diversos países acreditados no nosso país ligam-me a pedir para ter paciência. Esta atitude tem sido seguida pelas igrejas”.
Informou, num outro desenvolvimento, que o encontro com os antigos guerrilheiros do ex-movimento armado que dirigiu durante cerca de 16 anos que duraram as hostilidades com as forças governamentais, visava fundamentalmente explicá-los sobre o processo em curso de diálogo com o Presidente da República.
Fonte: Jornal Notícias - 18.01.2012
Nguiliche
ResponderEliminar"Os Diplomatas estao ao servico da Frelimo".Sao jogo de interesses. Quando se assina acordo de cooperacao há interesses de ambos os lados, e esses interesses é que jogam em cada momento e em cada situacao.
Um exemplo mui simples, é o caso dos Madgerman. A Republica Federal da Alemanha diz que cumpriu com todas as suas obrigacoes, mas nunca diz publicamente ponto por ponto o que cumpriu, num acordo que até agora é secreto. Quem sabe se estamos perante um acordo que reunia os requisitos internacionais de acordo de trabalho, mas sim um acordo de venda de escravos. Quem faz jogo duplo é um país do primeiro mundo, que se pode considerar pioneiro da democracia e transparencia. Tal como as igrejas, no templo colonial tinham uma missao de defender o poder colonial.Deus e diabo, para fazerem as suas obras, precisam de uma mao humana, por isso aquilo que o humano pode fazer, que faca, Deus ou diabo vao completar.
Nguiliche
ResponderEliminarErrata
...quem sabe se estamos perante um acordo que nao reuna os requisitos internacionalmente aceites como acordo de trabalho...
Caro Nguiliche,
ResponderEliminarO Governo alemão informou o Parlamento Moçambicano já em 2003 que segundo o acordo de 24 de Fevereiro de 1979 sobre trabalhadores Moçambicanos na extinta RDA, e a respectiva emenda do 28 de Maio de 1990, a metade das contribuições para a segurança social obrigatória da RDA e parte dos salários, equivalente a 18 milhões de dólares, foi recebido para o Ministério de Trabalho do Estado de Moçambique. A respectiva conta bancaria foi na posse do Estado de Moçambique. Até hoje, o Governo moçambicano pagou 7,5 milhões de dólares aos trabalhadores da extinta RDA, segundo a Fundação alemã KAS.
O acordo de 1979 previu o pagamento do dinheiro deduzido após o regresso dos trabalhadores. O que significa, 58% porcento do dinheiro recebido pelo Ministério de Trabalho desapareceu canais obscuros e que amentou a corrupção. Se o Governo moçambicano quer esclarecer de forma concreta de uso do dinheiro, pode contactar a organização Transparência Internacional ou o Centro de Integridade Publica.
Copias dos respectivos acordos de 1979 e 1990 (Gegenseitigkeitsabkommen) estão disponíveis nos arquivos dos ministérios MNE em Berlim, na Alemanha e Maputo. Um formulário de contacto para o MNE alemão está disponível aqui https://brasil.diplo.de/Vertretung/brasilien/pt/Kontakt.html
Um abraço
Oxalá
Nguiliche
ResponderEliminarCaro anonimo, coloquei aqui a questao dos Madgerman como exemplo. Querendo cavar no fundo sobre a questao, podemos concluir que há muita coisa sobre estes acordos que morre nos corredores diplomaticos entre governo de mocambique e da alemnaha. O acordo inicial previa indemnizacao em caso de rescisa de contratos? Houve alguma adenda quando ficou claro que haveria rescisao de contratos? Houve tratamento igual, ou que se pode equiparar, em termos de beneficios, com seus colegas alemas que tiveram também rescisao de contratos? Quem precisa de ser esclarecido com provas documentais? Quem se acha prejudicado. Quem deve esclarecer? A parte que se sente estar com maos limpas no problema. Que tem maos limpas nao vai dizer aos que se sentem prejudicados para consultarem o site www.... Mas deixemos isso para lá por que nao é o tema no blog.
Nguiliche, desde que seja útil pode ser bom discutir temas complementares.
ResponderEliminarNguiliche
ResponderEliminarObrigando caro Reflectindo, só espero que o cara anonimo esteja interessado em continuarmos a reflectir sobre o assunto, ou só queria falar do www....