Por Félix Júlio Mondlane
Não tive a oportunidade de viver aquele momento histórico da independência nacional, naquele dia 25 de Junho de 1975, simplesmente porque ainda não tinha vindo ao mundo. Após esta data, emocionei-me com a assinatura do Acordos Geral da Paz em 1992.
Hoje, alegro-me ainda mais por saber que Quelimane passa a ser sob a governação do mais novo partido da oposição no país, o MDM, e assim vai-se desenrolando a história do nosso belo e tranquilo Moçambique…
O povo moçambicano depositou muita confiança na FRELIMO (partido no poder), na altura da assinatura do Acordo Geral da Paz, e tão pouco pensou que o mesmo pretendia de certa forma tornar o sistema de governação deste país, como pertença só e somente só da FRELIMO.
Mas uma vez que o país não pertence a nenhum partido político, mas sim simplesmente ao povo, eis que hoje esse mesmo povo prova que, afinal quem está no poder é o próprio povo e, sobretudo, está acima de qualquer partido político, ao escolher um partido político que não seja a FRELIMO a governar os destinos da cidade de Quelimane.
É sobejamente conhecido que a maior percentagem da população moçambicana é composta por jovens. Se é o jovem quem é mais activo, quem têm muitos sonhos, formado ou não, e que também querem progredir um dia na vida, como poderá mais o partido no poder tapar-lhes a vista? Falando politicamente as promessas disto e daquilo que o jovem jamais chega a ver?
Digo caro leitor, que do mesmo jeito que os jovens da geração de ”62” revolucionaram e partiram para a iniciativa de libertação de Moçambique, será talvez do mesmo jeito que os jovens de hoje em Quelimane, em particular o fizeram, ao dar uma vitória ao Manuel de Araújo do MDM. Os jovens estão a tomar a iniciativa de querer experimentar novas maneiras de viver a vida e a política no seu belo e rico país, ou seja, querem de certa forma experimentar uma nova governação política.
O jovem de hoje (em maior percentagem) não tem acesso ao emprego, é lhe dificultada a continuidade dos seus estudos, é lhe dificultada o acesso à habitação e muito menos é lhe dado a palavra. Deixe-me lembrar que a área da Defesa era das poucas senão a única em que com muitas dificuldades o jovem conseguia uma integração, mas também com as suas exigências, entanto que é o sector mais importante. Afinal este país, como tantos os outros, deve ter uma força militar.
Enfim… espero que seja o início da mudança, não espero nem tão pouco que seja início de uma nova “guerra”, desta feita entre o Norte e o Sul do país por várias razões que nem importam aqui referir, mas simplesmente espero que os jovens de outras tantas províncias desta nossa pérola do Índico compreendam que afinal “nem só de peixe nos devemos alimentar”.
Para o partido MDM e seu candidato Manuel de Araújo (vencedor das eleições intercalares para o município de Quelimane) endereço as minhas cordiais felicitações e agradecimentos.
Por fim referir que, na minha visão, entendo que a FRELIMO já deve perceber que está começando a ter adversários a sério neste jogo democrático.
Fonte: Jornal Notícias - 16.12.2011
Infelismente ha pessoas que pensam que o facto de terem participado na luta de libertacao nacional devem subjugar os outros. Muita gente lutou por este pais. Por isso nao devia ser uma meia duzia de pessoas e seus comparsas que deviam fazer e desfazer arrogante e imprudentemente na nossa bela nacao. Nas matas onde mais guerra se fez sentir as pessoas vivem muito mal do que no momento da propria guerra porque. Que absurdo. De facto as pessoas ja acordaram. Os puxa-sacos estao vendo a pastagem a secar, razao pela qual apanham ataques cardiacos. Com certeza vao apanhar muito mais ataques cardiacos. Que contratem desde ja cardiologistas particulares como tem tanto dinheiro acumulado de proveniencia do roubo.
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