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segunda-feira, novembro 21, 2011

Sobre Eleicões Intercalares

Por Ernesto Pedro

Amanhã, os moçambicanos são chamados a um processo de campanha. Esta preparaçao da nova liderança, da qual sairá um novo presidente para os varios municipios, realiza-se num momento de grande dificuldade e exigência, e num contexto de crise. Tem, por isso, uma importância acrescida.

Na verdade, todos reconhecem que vivemos um tempo que exige um elevado sentido de responsabilidade e de determinação. Todos concordam – e a campanha eleitoral podera a vir confirmar esta apreciação – que há uma crise que se manifesta por diversas formas. E se nem todos os responsáveis políticos e nem todos os analistas fazem a mesma avaliação das suas causas e da sua caracterização, da sua extensão e da sua profundidade, nenhum deles nega, porém, a sua existência e a necessidade imperiosa de lhe responder com reformas estruturais e com medidas urgentes e eficazes. Todos concordam que não é possível deixar andar, como se nada fosse.

Ao ter devolvido a palavra ao eleitorado para que se pronuncie, decidindo em liberdade e escolhendo em consciência qual o caminho que quer para Cuamba, Pemba e Zambezia nos próximos anos, fi-lo usando os meus poderes constitucionais, tendo em conta o interesse nacional e ciente da importância para o país de que esta eleição se reveste.

Em democracia, é o eleitorado quem detém a soberania primeira e é ele a fonte da legitimidade. Ao votar, o eleitorado responsabiliza e responsabiliza-se. Estou certo de que o fará com integral consciência das dificuldades desta hora, mas, ao mesmo tempo, com confiança nas instituições e no futuro do nosso país. Em cada eleição é, de facto, o futuro que cada eleitor escolhe e determina – o futuro de cada um e o futuro de todos.

Sabemos que os próximos tempos continuarão a não ser fáceis. Sabemos que as dificuldades e os desafios só se vencerão com o empenhamento de todos. Votar é, sem dúvida, uma forma fundamental e consequente de afirmar esse empenhamento. Portugal exige-o de todos nós. A indiferença e o alheamento da vida da comunidade não resolvem nenhum problema. Pelo contrário: com indiferença e alheamento todos os problemas se multiplicam e se agravam.

Em democracia, todas as crises têm uma solução. A qualidade única das democracias representativas é assentarem a sua legitimidade numa relação de confiança entre os cidadãos e o poder político. Como cidadãos, somos, todos e cada um de nós, os primeiros e os últimos responsáveis pelos destinos da nossa comunidade política nacional. Como cidadãos, temos uma parte de poder e uma parte de responsabilidade que não podemos alienar, quando somos chamados a escolher os nossos representantes.

Moçambique está numa encruzilhada. Neste momento, a escolha da melhor forma de responder à crise está nas mãos dos cidadãos. Confio no sentido de responsabilidade do eleitorado, na sua seriedade, na sua lucidez. Amanhã, vamos iniciar um processo de promessas com responsabilidade cívica e confiança na nossa democracia e no nosso país. Estou certo de que a escolha dos moçambicanos será, como uma mudança e responsabilidade.

Fonte: Mural Eleicões Intercalares em Quelimane - 21.11.2011

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