Nesta sexta-feira, a revista britânica The Economist publicou um artigo elogiando a transparência nas informações sobre o cancro na laringe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil. Não é de se espantar: a saúde dos políticos importantes - e mais ainda das autoridades no exercício de um cargo - é um assunto que as grandes democracias, de maneira correcta, consideram de relevância pública, e portanto merecedores de uma abordagem sem segredos. Nos Estados Unidos, a Casa Branca tem o costume de divulgar oficialmente os boletins médicos anuais do presidente à população, mesmo que não haja nenhuma alteração neles. Bem ao contrário de regimes autoritários, que preferem abafar qualquer detalhe sobre o estado de saúde dos seus dirigentes, para os americanos é muito relevante saber, por exemplo, se Barack Obama reduziu a taxa de colesterol do organismo ou deixou de fumar.
Informações que podem parecer apenas de cunho pessoal para alguns são tratadas como questão de estado - pois dizem respeito ao futuro imediato do país. "Todos os dados clínicos indicam que ele (Obama) permanecerá assim durante todo o seu mandato", destaca o atestado mais recente, assinado pelo médico Jeffrey Kuhlman e divulgado nesta semana.
Estes últimos exames do presidente americano revelam que ele reduziu a sua taxa de colesterol de 209, em fevereiro de 2010, para 193 miligramas por decilitro de sangue - índice avaliado como "ideal". Aos 50 anos, tem uma saúde considerada excelente.
"Obama não fuma, não é sedentário, tem alimentação saudável, bom peso e bebe de forma moderada", informa o documento, que acrescenta ainda que ele pesa actualmente 82,3 quilos, mede 1,85 metro e não precisa usar óculos. Em duas páginas, o atestado médico detalha outras informações - como o resultado negativo para o cancro de próstata - e algumas até curiosas - como "marcas benignas" que foram removidas da região do pescoço. E, como se Obama fosse um funcionário contratado de uma empresa qualquer, o documento conclui que ele está "apto para o serviço" de comandar a maior potência mundial.
Em contraponto à transparência dos governos americano e brasileiro, The Economist cita o mistério em torno do cancro diagnosticado no venezuelano, Hugo Chávez. O que se sabe, apenas, é que ele está a ser submetido a um tratamento de quimioterapia em Cuba, onde informações sobre a doença de Fidel Castro também são mantidos sob sigilo. A revista britânica destaca que, enquanto isso, a imprensa brasileira respondeu à franqueza de Lula na mesma moeda, questionando o que ocorrerá com o paciente.
"Já satisfeita a curiosidade pública, a imprensa seguiu adiante, querendo saber se ele perderia a voz, o cabelo e se deixaria de beber", diz o artigo. Por outro lado, a imprensa da Venezuela noticia apenas que Chávez já estaria curado.
Fonte: Rádio Mocambique - 07.11.2011
No Zimbabwe, o amigo "íntimo" (da mulher) de Mugabe, o governador do Banco, Gono, é que deu a "boca ao trombone".
ResponderEliminarComo é que soube?
Claro, nos lençóis de um hotel!
O segredo é a alma de bem governar até a morte!