A decisão de mandar suspender a aluna Fátima Kalifa, que frequentava a Escola Secundária Fraternidade, na cidade de Pemba, por usar burca (véu islâmico) na sala de aulas, levanta um debate na sociedade moçambicana sobre os princípios e limites da laicidade do Estado moçambicano.
À semelhança de alguns governos europeus, o ministro da Educação, Zeferino Martins, defende que o uso da burca em recintos escolares colide com os regulamentos escolares
atinentes à obrigatoriedade do uso de uniforme escolar. Por outro lado, na visão de Zeferino Martins, o Estado moçambicano é laico sendo, por isso, proibidas todas as manifestações religiosas em recintos escolares.
Em contraponto com esta tese está a Comunidade Islâmica que acusa o ministro de estar a violar a Constituição da República, na medida em que esta em nenhum momento proíbe o uso da burca nas escolas ou em outros estabelecimentos públicos.
Quem acha que tem razão nesta polémica: o Estado ou a Comunidade Islâmica de Moçambique?
Fonte: Notícias Sapo - 09.06.2011
O estado tem razao. Nao quer dizer que tudo o que nao esta dito na constituicao, permite-se. Se a comunidade muculmana acha que seus valores estao atropelados pela escola estatal, pode matricular sua aluna numa 'madrassa' onde seus principios sao respeitados. Deve haver alguma ordem.
ResponderEliminarA burqa é um traje muito usado pela comunidade de religião muçulmana como as nossa meninas, se não fossem alienadas usariam lenço na cabeça. Não vejo razões de suspender uma aluna por causa de um traje.Não está escrito em nenhuma parte nem na lei natural que se pode impedir, humilhar, desprezar uma cultura de um povo. Ninguém deve ser discriminado nas escolas por causa da raça, religião, cultura, etc. Seria bom consusltar constitucionalistas para ver quem tem razão entre as duas comunidades. Mass é evidente que a Comunidade Muçulmana tem muita razão.
ResponderEliminarA ser assim entao seria uma anarquia. Os filhos de Maziones, exigiriam que os professores deixassem seus filhos entrar na sala com careca, barba comprida, e um pau curvado na ponta. Para ja, segundo a historia, a burca nos paises deserticos e arenosos tal como as arabia, servia para proteger os orificios contra as areias e poeiras, tais como os ouvidos, as fossas nasais, a boca, etc. E qual seria o racional da burca para se entender que de facto ele e elemento indispensavel ca do nosso lado. Fanatismo e uma coisa, a racionalidade e outra.
ResponderEliminarEscuso-me a discutir se burqa ou mesmo véu, lenco é traje muculmano ou não. Tenho muitas dúvidas nisso... Acho que muitas vezes confunde-se religião de cultura e assim as pessoas acabam se alienando.
ResponderEliminarPortanto, anónimo, quem disse que pôr burqa não é alienacão?
Mocambicanas são da religião muculmana por várias geracões, (por exemplo, o meu avô materno foi um grande shehe na minha zona) e nunca tiveram essa cultura de burqa, porquê será? Antes eram menos muculmanas?
A outra coisa que dificulta discutir sobre burqa é a minha convivência com muitos muculmanos na Suécia. As afegãs e iranianas que pelo menos pela TV têm todas burqas nos seus países, uma vês na Suécia, praticamente nenhuma mulher daqueles países usa qualquer tipo de burqa e nem se quer lenco. Elas usa calcas, saias, calcões, e continuam como muculmanas. Ao contrário, muitas minhas conterrâneas do continente, as somalianas põem burqas até do tipo na imagem. Na Suécia toda a gente é livre de pôr a roupa que quiser...
Ora, eu nunca havia reflectido pelo efeito positivo do uniforme escolar até que esta questão que de burqa explodiu. Concordo com a medida que o Ministério da Educacão tomou, porque a maioria concordou com uniforme escolar sem discussão, isto por um lado. Por outro, é evidente que os mesmos que defendem burqa condenam ou condenarão mini-saias ou outro tipo de roupa nas escolas que os jovens gostam .
A CRM não é um livro de detalhes. A ser isso nunca teriamos outras leis e regulamentos.
Vamos ao uniforme escolar.
Mas esta imagem nao e burca mas sim, um uniforme de ninja. Supondo que uma aluna entrou assim mesmo na minha aula, eu como professor fico desencorajado de lhe fazer perguntas sobre a materia. Como ela vai responder? Vai tirar a burca? Vamos ser serios.
ResponderEliminarA capulana é algo caracteristico-cultural em Nampula e parte da Zambezia, contudo nunca houve contradiçao em deixar o caseiro quando é necessario e trajar o uniforme que seja. Entrando para tal escola a estudante sujeitou-se em cumprir com o seu regulamento.
ResponderEliminarLeve a burqa até a porta da escola, mude-a ao entrar e volte a usá-la ao sair.
Queira perceber que embora tudo seja permitido, também há limites que se devem superar paulatinamente e isso requere respeito aos outros. Eu nao vejo nisso discriminaçao religiosa: estao os crentes muçulmnanos impedidos de aceder à escola? Identificam-se eles com a burqa? Peço perdao se alguém por questoes de credo sentir-se ofendido e penso que deveriamos construir a nossa identidade na objectividade.
Compatriotas, como é lindo ver os alunos uniformizados numa escola. Como é lindo ver que a escola não identifica as pessoas segundo a sua religião, mas sim pela pátria em que estão. Orgulhemo-nos pelas coisas boas, camaradas.
ResponderEliminarNuma aula a expressão facial é importantíssima, julgo eu. Imaginemo-nos professores a entrar numa sala onde os alunos estejam trajados de burqas. A interacção professor – aluno diminui e, muito.
Sem ofensas, estas burqas podem proporcionar bons espaços para burlas e fraudes de toda índole.
O ministro agiu bem, senão abre-se um precedente. Fico com a impressão de que essa história da burca está ligada a radicalismo. Igrejas, sinagogas, mesquitas e etc são os locais para qualquer tipo manifestação religiosa
ResponderEliminarTambém há a questão de identidade.
ResponderEliminardigam-me como autoridade de transito,confirma a identidade do condutor se essa pessoa estiver a usar burca.Como sabe o professor se a aluna que tem diante dele,é a mesma que tenha estado na aula anterior.
Se entre nós moçambicanos não há conflitos inter-religiosos, começo a pensar que o "cunhado" nigeriano já nos traz aquilo que se reporta na Nigéria - conflitos inter-religiosos que até levam a massacres.
ResponderEliminarIslamismo já temos há séculos, até antes do cristianismo...
Também penso que há que investigar-se o caso para se apurar quem impõe para a Fátima usar Burqa. Não estará ela cativa?
Penso que sim, Reflectindo. Sao casos extremos que merecem atencao de quem e do direito, mas nao merecem nenhuma legislacao.
ResponderEliminar