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domingo, junho 05, 2011

Crianças fechadas durante semanas para aprenderem sexo

A notícia pode ser lida na imprensa internacional. A Unicef em Moçambique fez a denúncia e o jornal El Mundo avançou com a mesma e agora está a repercutir-se noutros meios online.

Embora já não seja um tabu na nossa sociedade é assim que é descrito na imprensa internacional. O ritual que diz ensinar práticas sexuais às meninas chegadas à puberdade está a preocupar o mundo e por cá, todos sabem, mas parece que ninguém vê.

A edição online do jornal SOL conta como tudo se proccessa. As meninas são retiradas da sua família e da escola na altura em que têm a sua primeira menstruação, ou antes e fechadas numa casa, onde durante duas ou três semanas vão aprender práticas sexuais, para que mais tarde não sejam rejeitadas pelos maridos.

Os ensinamentos são-lhes dados pelas chamadas "madrinhas", que perseguem um legado cultural do qual elas próprias foram vítimas. "Ensinam-lhes como se alarga os lábios vaginais, que devem ser grandes para dar mais prazer, a manipular os órgãos genitais masculinos e uma técnica de dilatação vaginal", lê-se no relatório da Unicef.

"Encerram-nas numa casa e fazem-lhes de tudo. Estamos a lutar para acabar com essa prática horrível", disse Marie-Consolée Mukangendo, da Unicef. A prática é comum nas zonas rurais do país e consiste em preparar as meninas para convertê-las em "mulheres", ou seja, ensiná-las a satisfazer sexualmente os futuros maridos. As idades das crianças vão desde os 9 aos 13 anos, escreve o El Mundo.

"É um tema tabu e é muito difícil obter informação, sobre o qual há poucos estudos", reconhece o Governo ao El Mundo. "Os rituais de iniciação sexual são algo secretos e perpetuam-se sob a ideia de que a mulher é inferior ao homem", lê-se num relatório da ONU. Na prática, uma menina nascida especialmente nas zonas da Zambézia e Nampula sabe que vai acabar a aprender o temido "puxa puxa", que se trata do seu valor futuro, uma espécie de preço.

SAPO

Fonte: Notícias Sapo - 02.06.2011

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