Por Ange Aboa e Loucoumane Coulibaly
ABIDJAN (Reuters) - Forças leais a Laurent Gbagbo, cercado em sua residência em Abidjan, reconquistaram terreno das tropas do rival Alassane Ouattara, que reivindica a Presidência, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) na sexta-feira.
Helicópteros franceses atingiram o complexo de edificações onde está Gbagbo, na principal cidade do país, horas depois de forças favoráveis a ele terem atacado a residência do representante francês na Costa do Marfim, disseram testemunhas.
Em outro indício de que Gbagbo ainda não foi derrotado, a TV estatal RTI, que estava fora do ar desde que os violentos combates irromperam nesta semana em Abidjan, voltou a operar na sexta-feira.
Uma mensagem na tela dizia: "O governo de Gbagbo ainda está no poder, pede-se uma forte mobilização da população."
Gbagbo permanece isolado atrás de um cordão de proteção militar em sua residência, no complexo onde buscou refúgio do ataque coordenado das forças de Ouattara. Há apenas três dias, sua derrota parecia certa e houve negociações entre as duas partes.
"Eles claramente usaram a trégua de terça-feira como um truque para reforçar a sua posição", afirmou a repórteres o chefe da missão de paz da ONU, Alain Le Roy, após informar a situação ao Conselho de Segurança. "Ainda há combates em curso, mas há um impasse."
Ele disse que eles agora controlam completamente os bairros de classe alta Plateau e Cocody e que estavam chegando perto do Hotel Golf, onde Ouattara está hospedado desde as eleições de 28 de novembro.
Depois do pleito, Gbagbo se recusou a ceder o poder a Ouattara, quem a ONU apontou como vitorioso na votação.
Por ora, Ouattara parece ter decidido manter Gbagbo entrincheirado em sua casa, em Abidjan, em vez de continuar com tentativas de destituí-lo à força. Em vez disso, Ouattara se concentra nos esforços de restabelecer a normalidade no país, após semanas de conflito.
Mas os confrontos na sexta-feira mostraram que as forças de Gbagbo ainda têm o poder de semear devastação. Moradores dizem que suas milícias continuam a agir livremente no bairro nobre de Cocody, onde fica o complexo que abriga Gbagbo.
MASSACRE
A habilidade de Ouattara para unificar o país, situado na África Ocidental, pode ser prejudicada por relatos de atrocidades desde que há uma semana suas forças -- um conjunto de antigos grupos rebeldes do norte -- entraram em Abidjan, a capital comercial.
O órgão da ONU na área de direitos humanos informou terem sido encontrados na sexta-feira 115 corpos no oeste, somente nas últimas 24 horas. Esse número se soma a outros 800 corpos descobertos na semana passada por grupos assistencialistas.
Algumas das vítimas foram queimadas vivas e outras, lançadas em poços, numa gélida recordação das divisões étnicas e religiosas no país. Gbagbo tem sua base tradicional de poder no sul, que é cristão, enquanto as forças de Ouattara estão baseadas no norte, muçulmano.
Num discurso na noite de quinta-feira, Ouattara afirmou que seriam tomadas medidas para esclarecer todos os crimes cometidos durante o conflito e que ele iria colaborar com os órgãos internacionais para investigar os abusos e punir os culpados.
Ele disse que seus soldados cercaram Gbagbo no complexo onde fica sua residência e prometeu restaurar a estabilidade e a lei no país. Suas forças negam ter cometido massacres.
Mas grupos de defesa dos grupos humanos dizem haver evidências de que, embora Gbagbo tenha cometido a maior parte das atrocidades, desde o início do impasse, em novembro, os soldados de Ouattara também são responsáveis por violência indiscriminada contra civis.
(Reportagem adicional de Mark John, em Abidjan; de Louis Charbonneau, na ONU; e de Bate Felix e Silvia Aloisi, em Dacar)
Fonte: Reuters.br - 09.04.2011
As atrocidades alegadamente cometidas pelo lado de Gbagbo a imprensa ocidental refere-se a elas como tendo sido cometidas DIRECTAMENTE por Gbagbo.
ResponderEliminarNa mesma notícia, as atrocidades cometidas pelo lado de Ouatara, são referidas pela mesma imprensa como tendo sido cometidas pelos seus soldados (portanto, sem rosto).
Não sei se todos conseguimos apreender estes truques de manipulação informativa!
Viriato Tembe
Caro Viriato
ResponderEliminarTu gostas de falar de Ocidente ao invés de falar do assunto. Qual é a imprensa do Ocidente e qual não é?
Agora quanto às atrocidade, não achas que Laurent Gbagbo é directamente responsável pelo que acontece na Costa do Marfim?
O que tem feito com que defendas o Laurent Gbagbo que na verdade está totalmente isolado? O Poder? Queres dizer que todo o indíviduo que esteja no palácio presidencial o defendes?
Desculpa-me, amigo Viriato, mas da maneira como interpretas o caso da Costa do Marfim tem deluido o teu raciocínio.
Nota: a fonte desta notícias é um jornal do Brasil. Não sei se é uma imprensa do Ocidente.
Caro Reflectindo,
ResponderEliminarAo escreveres Viriato, apenas, sem colocares o apelido, fica no ar a ideia de ser Viriato Dias ('comentador residente' deste glob) ao invés de Tembe. Portanto, como sabes, não tenho a mesma opinião e nem o mesmo raciocínio face à inclinação partidária e, sobretudo, o tipo de comentários que faz o xará Viriato Tembe.
Zicomo
Minhas desculpas V. Dias. Espero que os leitores comecem pelo primeiro comentário. Penso que muitos saberão distinguir-vos.
ResponderEliminarCaro Viriato Tembe
ResponderEliminarApenas para sublinhar aqui, para mim todos os que apoiam o criminoso e vergonhoso Laurent Gbagbo são também criminosos e vergonhosos. São os culpados de cada sangue que se derra na Côte d'Ivoire. São uma vergonha para África.
Quando se vai às eleicões e se perde, deixa-se o poder. Não podemos aceitar que marfinenses morram por causa de um único indivíduo.
Caro Reflectindo
ResponderEliminarEu concordo plenamente com as suas ideias abaixo citadas.
Apenas para sublinhar aqui, para mim todos os que apoiam o criminoso e vergonhoso Laurent Gbagbo são também criminosos e vergonhosos. São os culpados de cada sangue que se derra na Côte d'Ivoire. São uma vergonha para África.
Quando se vai às eleicões e se perde, deixa-se o poder. Não podemos aceitar que marfinenses morram por causa de um único indivíduo
cumprimentos e um bom fim de semana
Marvin
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarRetribuindo?
ResponderEliminarElimino o teu comentário porque não assinaste o teu nome. Se assinasses eu deixava o teu comentário aqui e ficavas assim conhecido como o apoiante dos que não aceitam escolhas populares.
Já avisei que não quero falsos no meu blog.
Caro Marvin
ResponderEliminarObrigado e desejo para ti também um bom fim de semana.
Apenas para sublinhar aqui, para mim todos os que apoiam os criminosos e vergonhosos ocidentais são também criminosos e vergonhosos. São os culpados de cada sangue que se derrama na Líbia, Costa do Marfim. São uma vergonha para África.
ResponderEliminarQuando se invade um país, está se a cometer um crime. Não podemos aceitar que líbios e marfinenses morram por causa de interesses de um grupinho.
PS. Vai censurar-me novamente? Onde está a liberdade de expressão nesse espaço? Já agora, porquê não postas com o teu próprio nome?
Senhor Maria dos Anjos
ResponderEliminar1. O blog é meu e tem esse nome Reflectindo. Aparecendo Reflectindo todos sabem que é a reacção do administrador deste blog.
2. Não vou eliminar o teu comentário porque pelo menos as pessoas poderão ir para o blog do Zé que aqui assina em nome duma mulher.
3. Eu decido pelo que comentários elimino. Não permito que alguém me insulte gratuitamente no meu blog usando um anonimato. Com certeza se me insultares aqui no meu blog retiro o teu comentário.
4. Por acaso, és africano? Se não és, porque te interessa tanto os problemas da África, mas achas que o Ocidente não deve o fazer? Qual é a diferença entre o Ocidente e o teu grupo (se não és africanos, claro)? Achas que África quer o imperialismo comunista? Achas-nos os mais fáceis de manipular?
5. Quanto ao aponto dos governos do meu continente é porque eles podiam resolver os problemas do continente sem esperarem seja lá por quem quer que seja. Entendes-me?? O problema da Côte d'Ivoire já teria sido resolvido há bastante tempo não fosse o problema de governantes como José Eduardo dos Santos, Obiang, entre os que não querem deixar o poder. A CEDEAO já havia tomado uma boa posição logo em Dezembro.
6. Em África já vivemos uma guerra fria no passado e acho que chega. Os Comunistas, União Soviética, Alemanha Democrática, Jugoslávia, Roménia, entre outros, pularam para outro lado e deixaram-nos com problemas em África.
Há uma mania que já não aceito. Pessoas que não construem comunismo nos seus países querem ensaiá-lo em África. Isso é mau.
7. No teu blog tens regras e não queres eu tenha no meu?
8. Se não fosse a docura pelo poder de Gbagbo não teriam morrido tantas pessoas na Côte d'Ivoire. Os que o sustentam são claramente cúmplices.
9. Queres saber se gosto do Ocidente? Gosto sim e moro no Ocidente que tanto ajuda o meu país e continente com os meus impostos. Gosto da Suécia e nunca quero ir para a Coreia do Norte. Quero um dia visitar a Coreia do Sul, mas enjoa-me a Coreia do Norte.
Espero que tenhas me entendido. Se não tiveres entendido e precisares de um debate, estou aqui disponível.
Caro Maria dos Anjos
ResponderEliminarSe é debate, gosto e é o propósito deste blog.
Uma coisa importante que não respondi no comentario anterior. Escreveste que quando se invade um país, está se a cometer um crime. Tens certeza sobre isto? Foste ler a carta das Nacões Unidas e podes interpretá-la bem? Sabes por que objectivo se criou a ONU?
Reafirmo que estou a favor da intervencão da missão das NU na Líbia e Côte d'Ivoire para minimizar as mortes.
Amigo Reflectindo, tens a certeza de que a França tem mandato para vir resolver os problemas dos africanos? E já agora, pensas mesmo que o que interessa a França na Costa do Marfim são os africanos? Ou mesmo que eles estão interessados em Ouatara?
ResponderEliminarQuem terá dado esse mandato a França?
Acordem meus irmãos. Os vossos amigos invadem a Libia porque não é democrática(!) Porque não invadem a Arabia Saudita? Há muita democracia lá? Não acha que os israelitas já assassinaram muitos palestinos? Porque os vossos amigos não invadem Israel?
Acordem!!!!!!! Essa gente não está interessada em vocês.
Viriato Tembe
P.S. Porque não invadem a Corea do Norte, já que são tão bonzinhos e valentes?
Reflectindo, tem mesmo a certeza de que Gbagbo está completamente isolado? Isolado por quem? Se está tão isolado porque está difícil pega-lo? Quem está a recuperar terreno em Abidjan não são apoiantes de Gbagbo? As milícias de que se fala, mesmo nesta notícia, não são constituídas por Marfinenses?
ResponderEliminarA notícia deste artigo diz que há guerra em toda a Costa do Marfim. Quem faz essa guerra? Uma parte não é constituída por apoiantes de Gbagbo?
A realidade no terreno, na Costa do Marfim, pode ser muito diferente do que dizem os jornais dos vossos amigos ocidentais. Pode ser que Gbagbo goze de um assinalável apoio.
Viriato Tembe
Caro Viriato Tembe
ResponderEliminarOnde é que leste que eu escrevi que a França está para resolver o problema dos africanos na Costa do Marfim? É aos franceses a responsabilidade de resolver o problema da Costa do Marfim?
A França não está em missão das Nações Unidas? A sua acção não é em cumprimento da resolução 1975 do Conselho de Segurança da ONU?
Viriato Tembe, eu sinto vergonha por ser a França a intervir porque África já devia ter agido com determinação antes que ele armasse as tribos como foi sempre a tua proposta para o teu amigo Gbagbo.
Faz-te de não compreender quando digo que o teu amigo Gbagbo está isolado. Achas que ele pode governa a Costa do Marfim como se fosse uma aldeia de nómadas que vivem da caça e recolecção? Sem bancos, serviços financeiros, Gbagbo vai governar como? Sem nenhuma relação oficial com nenhum país da CEDEAO, da UA, da UE, com as NU, como é que alguém pode governar um país? Não achas ser um pensamento estúpido?
Estás a favor que Laurent Gbagbo sacrifique ainda mais os seus concidadãos?
Julgo uma vergonha por tua parte quando tudo de vale para apoiares estupidez de Laurent Gbagbo. E essa foi a tua posição desde Dezembro, lembro-me.
Nota: Na Líbia estão os líbios a lutar contra o teu amigo Gaddafi e as Nações Unidas foram intervir sob a resolução 1973 do Conselho de Segurança. E tu sabes do porque razão houve essa decisão. E achas que depois de Gaddafi ter dito que ia a Benghazi matar todos os ratos e baratas, o mundo tinha cruzar os braços?
Pensamento estúpido é alguém pensar e acreditar que Gbagbo não tem hoje (ou não poderia ter amanhã) relação com alguns países e/ou organizações.
ResponderEliminarViriato Tembe
Oh Viriato Tembe
ResponderEliminarDiz-nos lá com que organizacões e países Gbagbo tem relacões hoje e terá amanhã? Porque evitas mencionar alguns quando eu menciono organizacões e países?
Espero que nunca estejas a pensar que Mocambique tem que ter boas relacões com Laurent Gbagbo.
Agora se há organizacões em Mocambique que se aliam a Laurent Gbagbo seria bom que as conhecessemos. Venha com a tua lista.
Sabe-se que José de Eduardo dos Santos é aliado do Gbagbo, mas JES não é Angola. Antes pelo contrário há uma crítica severa em Angola sobre essa relacão. E José Eduardo dos Santos evita dizer que tem mercenários na Costa do Marfim. Essa relacão é das mais estúpidas. Se fosse algo de bom JES faria o seu apoio publicamente.
1. Sendo alguém que se considera defensor da democracia e da liberdade, devia ser o primeiro a se mostrar e não se esconder por detrás de "Refletindo". Não importa se os teus leitores sabem ou não se és o proprietário deste espaço.
ResponderEliminar2. As minhas opiniões não são feitas com o intuito de agradar as pessoas, pelo contrário, digo o que penso, independentemente do que as pessoas irão achar da minha pessoa.
3. Discordar do teu ponto de vista pode ser considerado um insulto a tua pessoa. Não se difere muito dos ditadores que você mesmo critica severamente.
4. Ser africano ou não vem ao caso. Num debate de ideias o que conta são os argumentos. O que você entende de Comunismo e de imperialismo?
5. O que é poder? A tua maneira de pensar faz me crer que você fugiu cedo dos bancos da escola. O mundo já teve reis, rainhas imperadores, etc que contribuiram para o desenvolvimento de muitos estados e nações e que os mesmos permaneceram anos e decadas na governação. A alternancia do poder não significa a estagnação do processo de desenvolvimento. Você já parou para pensar que os problemas dos países do terceiro mundo nem sempre são causados pelos seus próprios líderes? Muitos desses países ganharam a soberania de seus estados, mas não a independência económica. Maior parte destes países tem suas instiuições controladas pelas companhias estrangeiras, o que lhes dá um certo grau de dependência.
6. Os Comunistas, União Soviética, Alemanha Democrática, Jugoslávia, Roménia, entre outros, não simplesmente pularam, sofreram sim imposições por parte dos países ocidentais. Tiveram que adoptar políticas financeiras e sociais que fosses para favocerer esses mesmos estados. Já ouviu falar de "free-market"?
7. A unica regra que conheço até agora é concordar em tudo e não discordar de nada.
8. E não acha que o Outarra tenha cumplíces?
9. Dá para ver como você gosta do ocidente. De tanto que eles já te vacinaram com as suas idiologias. Democracia, liberdade de expressão, direitos humanos, isso dentro das suas fronteiras. Fora, tirania, exploração, terrorismo, subjugação é a política deles.
A Suêcia e tantos outros países ocidentais desenvolviram-se a custa de pilhagem. Em cada continente há marcas de suas aventuras bárbaras. Até hoje pode se sentir o cheiro da pólvora de suas munições. Desigualidades, pobreza, discriminação e todos outros males são males criados por eles.
Enquanto disfruta do bom que o primeiro mundo te oferece, os teus pobres irmãos vão sendo explorados por aqueles a quem você paga os seus impostos. Por isso, a Democracia aí onde você está, tem outro sendido aqui, onde nós estamos.
Reflectindo,
ResponderEliminarDeixe-os. Não sabem o que dizem. Coitados. Pedem que acordemos, quando eles é que estão nas trevas.
São capazes de ejacular palavras de vil baixeza contra pessoas que mais não fazem do que prestar socorro às vítimas das mandíbulas caninas de Gbagbo, Kadafhi, Guebuza, dos Santos, etc.
São capazes de atarem nacos de carne no pesoço e de seguida pedir que corremos atrás deles. Por isso, caro amigo, não vale a pena descer à insignificancia dessa gente de sarjeta.
Cospem no próprio prato. Dizem mal de quem lhes paga salário e dùa de comer. Que eu saiba, até prova em contrário, quem está no poder nos países africanos não é nenhum europeu, são os africanos, estes é que vendem as suas pátrias.
Zicomo
1. Senhor Maria dos Anjos, que tem a ver Reflectindo com a Democracia? Em todo o nr 1 não vejo nenhuma relação com democracia. Se queres me conhecer pessoalmente, aí que me solicites.
ResponderEliminar2. Nem eu disse para me agradares com as tuas opiniões. E porque não emito opinião para agradar a quem quer que seja, tomo logo a minha posicão independente, contrando se necessário.
3. Até aceito que me insultem, mas que não venham com anonimato para eu atribuir o insulto a quem nada tem a ver com ele. Por exemplo, eu estava a dirigir o meu comentário ao Viriato Tembe e tu apareceste a respondê-lo com um anonimato/Retribuindo. Ora, se eu não estivesse acostumado que o Viriato Tembe sempre asssina os seus comentários, teria-o atribuido no teu. Depois passei a pensar duns outros. Isso tudo exigiu-me prudência para que eu não acusasse a inocentes.
4. Nunca entendi quando um não-africano a interferir-se em questões africanas, acusa o Ocidente de o fazer. Ser coerente seria não se meter nos nossos assuntos. Ah, o imperialismo comunista desvastou a economia e o tecido social do meu Moçambique, é isso que entendo. Leia a história de Moçambique.
5. Fugi cedo da escola? Já viste como não tens postura? O que estudaste para te sentires academicamente superior a mim. É por causa disso que pensas que terás que vir para África para nos ensinar porque somos muito atrasados? Cuide da tua língua que esse tipo de comportanto não é de gente educada. Aliás, se eu quisesse descer ao teu nível podia ter te respondido com a mesma moeda.
6. Podes descansar que não é a tua tarefa em me ensinar sobre a situacão política, económica e social de África, em particular. Leia os posts desde blog e saberás do que sei sobre essa matéria. E saiba ainda na altrura da independência de Moçambique, eu tinha quinze anos e com um nível de escolaridade que me ajudou a registar muitos factos.
7. E pensas que sou ignorante para não saber o que é free-market. Então fica a saber que defendo a economia do mercado e não a planificada ou centralizada que arruinou o meu país e muitos países do meu continente. E recuso o regresso do comunismo em Moçambique. Os Comunistas, União Soviética, Alemanha Democrática, Jugoslávia, Roménia, sofreram pressão e cederam é porque nada tinham para dar.
8. Disseste: “A unica regra que conheço até agora é concordar em tudo e não discordar de nada”. Eu não entendi. Explica-te melhor.
9. Os primeiros cúmplices do Ouattara só podem ser os eleitores que o votaram. Os resultados eleitorais ditaram e Gbagbo tinha apenas uma saída – entregar o poder. É isso que se faz em democracia. É isso que os líderes africanos o disseram.
10. a) Tu dizes: - “O Ocidente fora, tirania, exploração, terrorismo, subjugação é a política deles.” Olha, até posso concordar contigo e muito mais se me provares com factos, mas diz o lado que não faz tudo isso?
b) Democracia, liberdade de expressão, direitos humanos, isso dentro das suas (Ocidente) fronteiras. Mais uma coisa que contigo concordo. Mas é exactamenteo que defendo que ocorra em África. Estes bens merecem aos africanos e foram a razão das suas lutas pela independência. É isso que o Laurent Gbagbo, Muammar Kadhafi, Ben Ali, Robert Mugabe, José Eduardo dos Santos, Obiang, entre outros, deviam dar aos seus concidadãos. Isto não é para estrangeiros mas para os próprios africanos. Exemplos disto não só se podem buscar no ocidente, mas mesmo em alguns países africanos como Botswana, Cabo Verde, Gana.
11. E qual é o país que desenvolvou diferentemente se a Suécia e tantos outros países ocidentais desenvolveram-se a custa de pilhagem? Por acaso tens visto os meus irmãos à tua volta que alguns dos seus descendentes foram levados a partir da Ilha de Moçambique? Agora para entenderes melhor, que vá para Moçambique para ver o que a China faz. China é Ocidente?
V. Dias
ResponderEliminarTens muita razão. Só para ver, coisas horríveis praticas pela FIR em Maputo, eles não discutem. Mas os mesmos correm para falar da Palestina. E vais ver o que vão dizer se aquilo ali aparecer em relatório de direitos humanos das Nacões Unidas ou EUA.
Os problemas da Líbia devem ser resolvidos pelos líbios. Os problemas da Costa Marfim devem ser resolvidos pelos Costa Marfinenses. É paternalismo supor que os problemas de qualquer país devem ser resolvidos pelas espingardas da África do Sul, da Nigéria, da SADC, da CEDEAO, da UA ou de qualquer outro país.
ResponderEliminarSe um sector da população de um país, ou uma região desenvolverem o sentimento de que os seus interesses não estão a ser tomados em conta pelas estruturas do Estado (desenvolvimento assimétrico, falta de representação política...) não deve vir alguém de fora, com as suas espingardas, para convencer esse sector ou essa região de que a assimetria é boa, ou que a falta de representação política é boa.
Esse país deve sentar e encontrar endogenamente formas de dar conforto e confiança a todos os seus cidadãos.
Não cabe ao Reflectindo, nem ao Viriato tembe, nem à Maria dos Anjos, nem à Nigéria, nem à CEDEAO, nem à África do Sul encontrar soluções para os problemas da Costa do Marfim. Eles são suficientemente adultos para se entenderem.
Se não cabe a nenhuma das entidades que nomeei antes, fica claro que me repugna mais ainda que a França, Estados Unidos ou qualquer entidade externa a África arrogar-se o direito de nos impor seja o que for. Nem mesmo a santa democracia devem eles impor-nos. Ela deve surgir das dinâmicas internas das nossas sociedades.
E nós sabemos o que resulta dessas tentativas de nos impor soluções: a desintegração dos Estados, guerras prolongadas e destruidoras, enfraquecimento das nossas economias. Os exemplos sobram: Somália, Zaire, Afeganistão, Iraque, Jugoslávia, Líbia, Costa do Marfim...
Deixem a África encontrar os seus próprios caminhos para o progresso.
Viriato Tembe
PS A situação torna-se mais repugnante ainda quando nos enteramos que razões eleitorais estão por de trás do súbito interesse de Sarkozy ou de Obama pela boa vida dos africanos. Eles pretendem melhorar os ratings eleitorais no interior dos seus países. À custa da mortandade e do mutilamento dos africanos como está a ocorrer agora na Líbia e na Costa do Marfim
Viriato Tembe,
ResponderEliminarEstou a espera de nome das organizacões e países ao lado do Gbagbo.
Estás a brincar quando dizes a ninguém cabe resolver os problemas da Líbia, Costa de Marfim, etc. E nós resolvemos sozinhos os nossos problemas? Mas como não é novo este assunto nem vale a pena esperar por tua resposta.
Ora nos casos de conflitos, porquê existem Conselhos de Seguranca, na SADC, CEDEAO, UA, ONU?
Eu sei que o que estás a defender é o poder. Para ti quem tem o poder, esse sim, tem o direito de receber armas, chicotes, dinheiro, treinos, homens de FORA para matar as baratas, os ratos do seu país. É isso mesmo, e desculpe-me concluir por só escreves indirectamente.
Os problemas de Moçambique só foram resolvidos quando as duas partes resolveram sentar e encontrar soluções. O que países e organizações amigas fizeram foi ajudar-nos a sentarmos como irmãos.
ResponderEliminarNão foi a Santo Egídio, nem a Itália, nem Botwana, nem o Kenya, nem o Zombabwe quem resolveu os problemas de Moçambique. Eles foram resolvidos por Chissano, Guebuza, Dlhakama, Raul Domingos, Teodato Hunguana, Aguiar Mazula, Chico Madeira, Anselmo Victor, José de Castro...
Soluções impostas aos africanos por europeus, mesmo nos poucos casos em que são bem intencionados, não funcionam. Trazem desgraça, não são aceites, causam hostilidade e terminam por desintegrar os nossos países.
Quando a França, Estados Unidos e outros saírem da Líbia e da Costa do Marfim vão deixar lá profundos ressentimentos e contas mal paradas. Esses ressentimentos e contas mal paradas vão continuar a ter que ser resolvidos. E como eu digo, só os próprios Marfinenses e Líbios vão ter com resolver esses assuntos.
Viriato Tembe
Caro Viriato Tembe
ResponderEliminarSobre o conflito mocambicano vou aí. Estás a pular muito para o 4 de Outubro e omites todo o processo.
Volto já
Viriato Tembe
ResponderEliminarQuando falas sobre os problemas de Moçambique, tens que ter em conta a cronologia. É fácil dizer que os problemas de Moçambique foram resolvidos entre moçambicanos, e no pior a dizer que isso foi só entre moçambicanos.
Durante 16 anos houve muita acção externa que apoiava as partes beligerantes na luta pelo equilíbrio ou mesmo supremacia militar e nisso morreram muitos compatriotas nossos. Directamente na batalha estavam zimbabweanos, tanzanianos e para outros efeitos estavam soviéticos, sul-africanos, rodesianos, etc. E no plano diplomático, o fim de guerra passou por mudanças de atitude por parte do governo da Frelimo a lembrar a viagem do malogrado Presidente Samora a Washington, Vaticano, Grã-Bretanha, etc. No trajecto tem que se incluir o Acordo de Nkomati, as conversações em Portugal, Quénia, o caos económico, as relações entre Moçambique e países do Leste e Ocidente, a queda do Muro de Berlim, etc.
Também, será mentir dizer que o governo da Frelimo e a Renamo tenham-se telefonado ou enviado cartas para se dizerem que naquele momento deviam conversar. Cada parte acreditava mais na solução militar. A exemplo está a reacção de Samora Machel quando na reunião da Beira em 1982 com representantes das seitas religiosas, a igreja católica falou da necessidade de diálogo e reconciliação. Lembro-me muito bem desse episódio já que aquilo era em directo na RM. E tu fazes o mesmo? Mas acima de tudo, não significou que a iniciativa para romper o mito era simplesmente de Dom Jaime. Santo Egídio e muitos outros usaram Dom Jaime e igreja católica em Moçambique como canais para juntar os belifgerantes que mencionas. Leia esta entrevista aqui com D. Matteo Zuppi do Santo Egídio. Eu ouso dizer que foram mesmo os estrangeiros que obrigaram os moçambicanos para irem à mesa de conversações. E mesmo depois da assinatura do AGP em Roma, seguiu-se de um engajamento da ONU através da ONUMOZ. Muitos gostam de romantizar factos.
Parece-me que na tua opinião, devem-se deixar os marfinenses a se extreminar com argumento de que os que sobreviverem poderão resolver as suas diferenças.
Não compreendi o teu último comentário, amigo Reflectindo. Costumas ser mais claro. Falas de Zimbabweanos, Tanzanianos, Sul-Africanos (do Apartheid), Rodesianos e outros. Estás a sugerir que a sua acção contribuiu para a paz?
ResponderEliminarEu comparo a acção dessas forças, que tu mencionas, à acção que a França e os Estados Unidos estão a exercer na Líbia e na Costa do Marfim. Isso não vai contribuir para a paz. Só vai incendiar mais esses países.
A paz em Moçambique não resultou da imposição de estrangeiros como tu dizes. Foram os moçambicanos que num forte clamor, mostraram que desejavam profundamente a paz. Foram os religiosos (e não só D. Jaime, como tu referes). A paz foi reclamada e resultou da acção resoluta, às vezes subtil, do nosso povo, da Confer*encia Episcopal, do Conselho Cristão de Moçambique, de Pastores Protestantes, de D.Sengulane, de sectores dentro da FRELIMO, de sectores patrióticos dentro da Renamo.
É falso dizer que a paz resultou da imposição de estrangeiros.
Os estrangeiros ajudaram na criação de condições para nos encontrarmos e avaliarmos em conjunto as nossas diferenças, os nossos anseios e a nossa perspectiva de Moçambique. E, nesse exercício, descobrimos que havia muita coisa que nos unia. Não foram estrangeiros que fizeram isso, amigo Reflectindo.
Quando os estrangeiros quiseram ser actores decisivos (Rodesianos, Apartheid e outros) só complicaram as nossa vidas. Incendiaram o nosso país.
O que estou a dizer (e parece-me ser essa a opinião de Maria dos Anjos) é que a intervenção das potências ocidentais na Líbia e na Costa do Marfim é igual à intervenção de "amigos" armados que foi acontecendo no nosso país entre 1976 a finais da década 80. Julgo que nenhum moçambicano de bem tem saudades desses "amigos".
Naqueles países há sectores patrióticos capazes de clamarem pela paz.
Reflectindo não vê que aqueles que não foram mortos por Kadafi ou por Gbagbo estão a ser massacrados pelas bombas "amigas" dos vossos amigos ocidentais? É isso que deseja para a Líbia, Costa do Marfim, ou mesmo Moçambique?
Viriato Tembe
Viriato Tembe
ResponderEliminarSe desta vez e sobre o ponto que apresentei não fui claro, peço desculpas. Mas quis aqui falar de todo um processo. Algumas fases são de dificil conclusão pelo seu contributo se o indivíduo não fizer uma profunda reflexão. As condições duma guerra e sobretudo das partes envolvidas reflectem no processo da sua solução. Na minha opinião, o governo da Frelimo só aceitou diálogo quando reconheceu a capacidade militar da Renamo. Na mesma opinião, a Renamo aceitou ir ao diálogo quando reconheceu a resistência das FLPM nas cidades. O governo quando mais apertado se sentia recorria o apoio dos países vizinhos. Mas a Renamo precisou também dum apoio externo, sobretudo logistico, para equilibrar a força.
Quanto à participação da igreja, possivelmente não tenhas lido bem o que escrevi. Observe bem onde coloco D. Jaime e vá à entrevista. Mas também pode ser que queiras interpretar à maneira do partido no poder, Frelimo. Sem menosprezar o papel doutras igrejas ou religiões recordei aquele encontro da Beira. Eu acompanhara todas as intervenções, aliás, deve haver no Museu Samora Machel (chama-se isso?) um livro a respeito. Foi a primeira intervenção que quebrou o mito de falar publicamente sobre diálogo, paz e reconciliação. Lembro-me da primeira reacção de Samora Machel e ao imediato intervalo. E mais, em 1984 li a Carta Pastoral, por uma razão que não quero dizer neste debate, pelo menos não desta vez.
Repito, sem menosprezar o papel de D.Sengulane nas conversações e a igreja anglicana, sabe-se como este entra na cena. Estes foram a escolha do governo Frelimo e podemos dizer que assim era necessário para equilibriar com a igreja católica.
Acho que seria correcto para ti se dissesses que na tua opinião não houve imposição de fora para a paz. Isso não é uma verdade absoluta, dependendo do ângulo. Na minha opinião, é falso dizer que não houve imposição de fora, seja de forma directa como indirecta. Será para ti que a situação externa não impunha que o governo da Frelimo e Renamo tinha que resolver o problema do conflito? É possível excluirmos por exemplo o impacto da gueda do Muro de Berlim?
É romântico dizer que nós moçambicanos resolvemos o nosso conflito sozinhos, mas em termos de verdade isso não é.
Diz lá porque uma guerra não pode ser necessária para impulsionar o diálogo? Achas que sem guerra a Frelimo teria ido a algum diálogo ou mesmo teria feito mudanças assim facilmente? Deixe esse Maria dos Anjos, aliás Zé Dirceu. Não entendo a expressão que usas “amigos” armados mas já estás a mostrar que sozinho e sem pressão não irias ao diálogo.
Ora, se achas que guerra é sempre uma complicação comeces por julgar a guerra pela independência. Talvez se fossemos ajoelhar ao colonialismo português, nem que sempre que assim o fizessemos, aconteceria algo igual a de Mueda, o regime colonial teria cedido antes do final da década 60. Menos tempo, não é?
Viriato Tembe, se estás livre, incluso em tudo, e ainda no poder, outros não o são e nem estão. Naquele tempo, sugeriste que os zimbabweanos e tanzanianos não viessem para Moçambique porque só complicavam a situação?
Amigo Reflectindo, desta vez entrei para dizer que, em 1976, quando o conflito armado começou, eu tinha 12 anos. Mesmo que eu quisesse, e mesmo que eu tivesse alguma ideia sobre estas coisas, não havia como influenciar seja quem for porque vivia nessa altura numa vila quase remota, onde frequentava o Ciclo Preparatório.
ResponderEliminarNão tive influência na condução da guerra e nas negociaçoes que lhe seguiram porque era muito pequeno.
Viriato Tembe
Sugiro-vos a leitura de um texto em espanhol de José Naranjo, com o título em epígrafe, no seu blogue intitulado Os invisíveis, e que Carlos Serra insertou num dos seus posts, com o título "O Escuro Coração das Trevas"
ResponderEliminarhttp://www.guinguinbali.com/blog/invisibles/2011/04/el-oscuro-corazon-de-las-tinieblas.htm
Caro anónimo,
ResponderEliminarMas eu sei quem deves ser...
Não basta sugerir um texto se não dás a tua opinião. Não penses que eu vou (se eu tiver tempo para tal)ler esse texto como uma bíblia. Muitas vezes acho desses, os que mais complicam a situacão. Por onde andam os textos dos académicos que emitiram a sua opinião em Dezembro?
A questão trata-se de um Laurent Gbagbo que perdeu eleicões, mas não quer entregar o poder.
Eu aconselho aos africanos a aprender de Botswana, Cabo Verde, Gana.
Amigo reflectindo, Zé Dirceu é um dos mais prestigiados políticos do Brazil. foi Ministro da Casa Civil de Lula e era visto como Delfim deste último. Muitos analistas consideravam que iria suceder Lula após este completar os mandatos permitidos pela constituição do Brazil.
ResponderEliminarFoi forçado a resignar do seu posto em resultado do conhecido escándalo do mensalào.
Um político e estadista desta craveira não se esconde atrás de um pseudónimo. Creio que o que a Maria dos Anjos fez foi colar sua assinatura ao espaço que Zé Dirceu mantém, para dialogar abertamente com os eleitores.
Para mim resulta claro de Maria doa Anjos não é Zé Dirceu. O que ela fez foi apoiar a opinião dela num artigo assinado por um prestigiado político.
Viriato Tembe
Amigo Viriato Tembe
ResponderEliminarObrigado pelo, por esta nota informativa directamente nesta postagem.
Mas aqui há uma zona de penúmbra. Espero que tenhas clicado pelo nome “Maria dos Anjos” e por essa via tenhas ido directamente ao blog do Zé Dirceu. Será isso possível sem que a pessoa tenha acesso ao password de Zé Dirceu?
Estamos perante uma situação desagradável para o Zé Dirceu?
Talvez a pessoa autora dos comentários, possa nos/me esclarecer
È demasiado tarde que acedi a este debate, que jà talves ninguem està seguindo.
ResponderEliminarAinda que Refletindo tivesse errado merece todo respeito no trato com ele e debater a questao com postura humana aceitavel.
A meu ponto de vista, tender a defender a um ex-lider que claramente perdeu nas urnas mas quer perpetuar-se no poder, denota um certo "parentesco" ou vontade de que as coisas sigam sendo assim: Jà estamos cansados destas coisas__espero que nao hajam pessoas que as planeiem__. Africa è de todos nòs, inclusive pacato cidadao como eu que nao entendo de grandes raciocinios mas sei que ê de direito quando a cada um se lhe dà o que lhe pertence.