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domingo, fevereiro 27, 2011

Os falsaportes

Por Mia Couto

O argumento da raça ou da tribo é um expediente fácil de usar, não precisa de manual de instruções e pode ter efeitos espectaculares. Em vez de se debater ideias, abate-se o outro. A manipulação deste tipo de fantasmas pode maltratar qualquer veleidade crítica em Moçambique...

Existem os passaportes. Mas existem os falsaportes. Há muito que se alertou que, no nosso caso, uns podem ser os outros. A reacção de quem devia escutar foi típica: defensiva, crispada, corporativa. Na nossa casa comum, para se ser escutado não basta falar. É preciso gritar. Quem acaba gritando (somos um povo pacífico, não é?) não são as pessoas. É a própria realidade. Aquilo que é impedido de florescer no momento próprio acaba sempre explodindo mais tarde.

Venho falar hoje de um interessante mecanismo de defesa tornado norma em Moçambique. É um truque, um malabarismo de retórica, um falsaporte para o diálogo de surdos. Para entender como funciona, podemos imaginar o seguinte cenário: um vizinho chama-me a atenção que posso ter ratos no meu quintal. Ele viu uns tantos a escapar do meu pátio. Em lugar de procurar investigar, eu desato a atacar verbalmente o vizinho. E acuso-o disto e daquilo. Chamo-o, por exemplo, de tribalista, regionalista e racista. Se os ratos fossem desses que se vendem nas lojas da Europa, todos gordos e branquinhos, o vizinho não teria falado. Mas como são ratos africanos, então, já há problemas. E já agora, inspirado no mais recente discurso de Kadafi, invocaria a condição de “ratos” com que ele brindou o seu povo e as ameaças de desratização que generosamente prometeu para “normalizar” a Líbia. O vizinho cala-se e o assunto morre. Mas os ratos não deixaram, por isso, de existir.

O caso do rato e do vizinho ilustra o processo de falsear o diálogo e de substituir a agitação de fantasmas pela análise da realidade. A primeira vez que escrevi sobre corrupção em Moçambique, um alto dirigente da nação respondeu, na revista Tempo, clamando que em Moçambique não havia corrupção. O seu “raciocínio” tinha por base o seguinte: o meu argumento era racista. Sendo eu de raça branca não suportava ver negros enriquecendo. E ponto final, colocava-se uma pedra sobre o assunto.

No meu artigo, porém, não se falava de raças, mas de fenómenos sociais que se situam acima, bem para além da falsa divisória das raças. Pouco importa, para o caso. A verdade é que algum tempo depois, pela força da evidência, o assunto da corrupção inscrevia-se, pelo menos formalmente, na preocupação do governo. Um gabinete de combate à corrupção foi mesmo criado. Poderia ter sido diferente se tivéssemos seguido o conselho de Samora Machel (estamos no ano dele) de matar o crocodilo enquanto estiver no ovo. A nossa arte parece ter-se tornado inversa: dá-se caça (?) à crocodilagem, quando ela já vai engordando no rio, quando temos medo de sermos vítimas dos seus dentes.

Há poucos dias, para rebater afirmações de Marcelino dos Santos, alguns dos seus colegas de partido, ao mais alto nível, vieram a público invocar o mesmo argumento da raça. Se Marcelino dos Santos vislumbra indícios de enriquecimento fácil entre quadros do seu partido é porque ele se aflige em ver “negros ricos”. Esta foi a lógica esgrimida. Estranho que se acuse agora de deslize de “racismo” alguém com as credenciais históricas de um dos fundadores da Frente de Libertação de Moçambique.

O expediente de racializar o debate pode muito bem generalizar-se. Alguém critica a forma desleixada como os “chapistas” conduzem? A resposta dos condutores pode bem ser seguinte: criticam-nos apenas porque somos negros, alguém está a criticar a condução de outras raças? Imaginemos que alguém alerta para o crime da madeira (e do marfim) que sai pelos portos do Norte do país. Em lugar da investigação com resultados públicos e transparentes, deixamo-nos embalar pela vozearia de quem acha que essas acusações são de gente do Sul, que tem inveja do desenvolvimento de do Norte.

Em suma: o argumento da raça ou da tribo é um expediente fácil de usar, não precisa de manual de instruções e pode ter efeitos espectaculares. Em vez de se debater ideias, abate-se o outro. A manipulação deste tipo de fantasmas pode maltratar qualquer veleidade crítica em Moçambique. Uma sociedade sem critica é a nova modalidade do fascismo. É verdade que a democracia se mede pelo número de gente que vota e pelo modo legítimo e ordeiro com que decorrem as eleições. Mas a democracia mede-se, sobretudo, pela qualidade de pessoas que sabem, de forma positiva, questionar a política e a sociedade.

A nossa liberdade corre o seguinte risco: podemos falar de tudo, desde que não se fale de nada importante. Em lugar de um passaporte para o futuro, teremos, de novo, um falsaporte.

Fonte: O País online - 26.02.2011

50 comentários:

  1. "Em vez de se debater ideias, abate-se o outro.
    Uma sociedade sem critica é a nova modalidade do fascismo.
    Mas a democracia mede-se, sobretudo, pela qualidade de pessoas que sabem, de forma positiva, questionar a política e a sociedade".(Mia Couto)

    Mia Couto no seu melhor!
    Os confusiostas, racistas e propagandistas que andam por aí atacando quem ousa pensar diferente, deviam reflectir profundamente!

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  2. Jose,

    Todos estavamos "Busy's" a "escangalhar o aparelho colonial",

    Temos que ter calma, agora que vamos comecar "refletir",

    Era Hora de "escangalhanco", nao havia tempo pra "refletir",

    Ja esta tudo "escangalhado", nao sobrou nada, ficou tudo "escangalado",

    Agora tenho a certeza que vamos comecar a "reflectir',

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  3. Mia Couto no seu maximo. Que diz o Mutisse?

    Zicomo

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  4. Caro V. Dias

    Ainda bem que te recordaste do Mutisse e não só, mas um grupo identificado que já escreveu exactamente o que Mia Couto denunciou como racializacão da opinião.
    Neste texto, Mia Couto mostrou que lê o que se escreve na blogsfera.

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  5. É verdade, Mia lê. Sei que somos lidos e mais nao digo.

    Zicomo

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  6. Viriato,

    Ya, nao digas mais nada,

    Se nao vamos ter uma "bicha" de "escovadores profissionais", aqui no Blog, estamos bem assim, nas calmas,

    E perdoem-la ao Mutisse, 'e Jovem, todos 'Nos" quando eramos "putos", acreditamos em coisas que depois vimos que "nao eram bem aquilo que queriamos."

    O Mutisse esta crescer,

    Hade chegar la, 'e Jovem, tem margem de progressao.

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  7. Há muito tempo que, em diversos sítios, temos alertado para a racialização da opinião, o discurso da exclusão e intolerancia, os rótulos descabidos e insultuosos, etc. Infelizmente não quiseram aceitar os reparos construtivos e assim não avançamos para o diálogo e debate sério, perdendo ingloriamente tempo com picardias pouco edificantes.
    É tempo de reflectir!

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  8. Jorge Saietefevereiro 27, 2011

    é a mania de muitos de chamar a quem pensa diferente, quem apresenta novas ideias de ser do CONTRA, ou seja quem nao está connosco está contra. Moçambique nao poderá avançar enquanto nao aceitarmos a critica e sobretudo compreendermos que quem nos critica está interessado na melhoria da nossa prestaçao, da nossa forma de ser e estar e acima de tudo, do desenvolvimento deste país.
    abrao

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  9. Mia Couto presentea-nos mais uma vez com os seus equívocos. O grande problema deste autor é que avalia os problemas de Moçambique a partir duma perspectiva moral. Por exemplo, para ele, bastava ter prendido os primeiros corruptos "quando ele alertou" e, hoje, já não teríamos nenhum corrupto em Moçambique. Os corruptos que existem se devem ao facto de que os dirigentes não quiseram ouvi-lo. As consequências estão aqui: muita corrupção em Moçambique. Ora, este é um "racocínio" viciado (aprendi com ele esta maneira de colocar aspas quando se refere ao raciocínio dos outros). A corrupção é um subproduto das sociedades modernas, muito competitivas e baseadas no sucesso individual. Ela existe em Moçambique, sim. Mas ela existe nos Estados Unidos, na Itália, em Portugal, em Israel, na Suécia, todos países com sistemas judiciais robustos e bem preparados para prender e punir corruptos. Este é o primeiro equívoco.

    O segundo equívoco é supor que alguém tenha recusado alguma vez a existência da corrupção. Mesmo a posição de Elísio Macamo no famoso debate no blog de Machado da Graça não correspondia a uma negação auténtica da existência deste fenómeno em Moçambique (Machado da Graça não apagou seu blog, os debates podem ser recuperados). O que as pessoas estranham é que esssa categoria - a de corrupção - é usada selectivamente. Para desmoralizar concorrentes. Por exemplo, Mia Couto pode ganhar, através da IMPACTO, todos os concursos de estudos ambientais em Moçambique. Mas se uma outra pessoa, com outras características, ganha três concursos em três anos, começa-se a dizer que está ligado ao poder e bla bla bla. Ou seja, há uma espécie de moçambicanos que não tem méritos próprios, não tem inteligência suficiente. Sempre que ganha dois ou três concursos só pode ser por estar ligado à nomenclatura. E existe uma outra espécie de moçambicanos que pode ganhar todos os concursos. O PROBLEMA ESTÁ AQUI, CAROS AMIGOS.

    Viriato Tembe

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  10. Os "Viriatos" têm a tendência de acertar nas opiniões.
    Mas um pormenor "pequeno" que o Mia se esqueceu-
    INVEJA..BOATO ..INTRIGA..esterotipo duma sociedade abandonada.
    Quando alguém "desconsegue", sente logo INVEJA, e depois as atitudes futuras é consequência e sempre de "rezinguice", daí a começar-se a olhar o vizinho pela tribo, região, raça, religião é um PULO.
    Outra coisa real, O BOM PROFISSIONAL, é aquele que aceita críticas, e assim, comete poucos erros.
    Porque não é aplicada a mesma regra ao político?
    Uma coisa que é certa, a crítica é sempre uma lição de aprendizagem-seja de quem ela for-mesmo dum "maluco"!
    Quem a recebe, é que deve tirar ilacções!

    Fungulamasso

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  11. Amigo Viriato,

    Compreendi o teu degosto. Teimo que não compres os livros do Mia só porque este ataca a Frelimo. Mas não digo. Não digo mesmo.

    Zicomo

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  12. Senhor Fungalamasso, eu discuti o argumento de Mia Couto. Esperava que o senhor avaliasse o que eu disse, pelo seu mérito. Mas optou pela fuga para frente!

    É fuga para frente porque eu também posso dizer que, na maioria das vezes, os sectores que gritam corrupção o fazem por inveja e despeito. Como não conseguem acompanhar o passo dos outros optam por se agarrar a uma arma de arremesso. A corrupção. Um termo que, como eu disse, é usado selectivamente.

    Todos nós só tínhamos a roupa do corpo em 1985/86 quando se ensaiaram os primeiros passos do fim do comunismo na nossa terra. Não consta que alguns tivessem ficado com herança. Porque então o enriquecimento de uns é considerado normal e o de outros se deveria ao poder? Será que os genes de uns são mais propícios à riqueza do que os de outros?

    Quando as acusações de corrupção passarem a visar todos os moçambicanos independentemente de Partido, tribo, grupo étnico e raça, aí poderemos começar a falar.

    Viriato Tembe

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  13. Xará, Mia Couto é um escritor anti-FRELIMO? Não o sabia!!!! Pensei que fosse um autor empenhado em produzir uma literatura universal.

    Viriato Tembe

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  14. O senhor arquitecto Forjaz monopoliza todos os contratos de projectos de arquitectura em Moçambique só que ele nunca é desconfiado como corrupto. A minha openião é que Viriato Tembe tem razão. Imaginam o Professor Doutor Enginheiro João Mário Salomão a ganhar todas as licitações de enginharia? Os jornalistas haverial de andar a sua traz para o denunciar como corrupto e como membro da nomenclatura. Eu opino tambem que é esta selectividade que enfraquece o discurso contra a corrupção

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  15. Eu nao gosto de discutir racismo, porque nao consigo pensar em funcao de cores de pele, tenho algum constrangimento ai,

    Mas, acredito que o corrupto 'e corrupto, independentemente da cor, nao deixa de ser e nem torna-se mais corrupto ou menos corrupto por ser branco, amarelo, preto, vermelho, azul ou verde,

    Ha um complexo de inferioridade dos Mocambicanos negros em relacao aos brancos principalmente, e acredito que 'e derivado ao "colonislismo" que ainda nao esta mentalmente vencido, e esse fenomeno de inferioridade 'e tambem visivel na India em ralacao aos brancos ingleses que tambem colonizaram a India, e em ambos os casos ( Mocambique e India ) os da cor dos "colonos" ou brancos, "beneficiam" desse complexo de inferioridade,

    Nao quero de forma alguma dizer que nao existem racistas brancos ou amarelos e so negros 'e que sao racistas, NAO,

    Assim como os corruptos, os racistas tambem existem de todas as cores e feitios, apenas que nao saimos em nada engrandecidos e ate perdemos bastante quando focalizamos todas as nossas analises em funcao de racas,

    Em relacao ao ultimo anonimo, provavelmente o que faz ganhar os concursos ao Forjaz seja a sua credibelidade em funcao ao "delivery", coisa que vimos por exemplo no Comiche quando mayor de Maputo,

    Alguem tem duvidas da credibelidade do Comiche como Mayor ? acham que ele pode perder eleicoes em Maputo se concorrer ? essa credibelidade do Comiche, nao depende da cor do Comiche, mas do "delivery" que o Comiche estava a fazer, quando "foi displinado partidariamente".

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  16. ...digo, "disciplinado partidariamente".

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  17. E tentando desenvolver o reciocinio fora do "contexto racico" entao teriamos questoes como:

    1- Como eliminar esse compexo de inferioridade existente no mocambicano negro em funcao ao "colono" ou branco ?

    2- Como melhorar a performance e consequente "delivery" do mocambicano no geral de modo a "credibelizar" cada vez mais individuos na sociedade mocambicana ?

    3- quais as vantagens e desvantagens da critica na actual conjuntura social, economica e politica Mocambicana ?

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  18. O Sr Viriato Tembe foca "o aparentemente" exemplo do ano 85/6.
    É verdade numa óptica, porque a sociedade estava pobre-TODA???
    Duvido, porque os asiáticos eram constantemente presos por "candonga" pelo regime do Machel.
    Tinham moeda "as toneladas"!
    São essas "toneladas" que fomentaram a "criança corrupta chamada Frelimo" em todo Moçambique.
    Hoje tudo ronda a volta dessa comunidade-que é maioritáriamente-moçambicana, e "encostada" ao partido no poder!
    É um câncer, impossível de extirpar, e vai liquidar quem se encosta nele!
    Uganda passou por isso, até haver a querela entre Obote e Amin!

    Fungulamasso

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  19. Segundo a minha percepção, Mia Couto discute no seu texto sobre a racializacão de debate e não sobre prisão dos corruptos embora eu não veja algum mal deles serem punidos se detectados. E porque o debate sobre a corrupção se racializou como táctica de fuga, Mia Couto faz nos lembrar de como ela é um facto e não mito criado por uns moçambicanos de raça x contra os de raça y.

    Atendendo que neste texto, Mia Couto fala de racializacão de debate, e a questão de corrupção como um simples exemplo, tenho dificuldades de enquadrar os textos de Elísio Macamo postados no ideias para debate. Posso estar errado, mas nesses debates não vi nada de racializacão do debate. Repito dizendo que a corrupcão só deve ser um exemplo neste texto, porque há muitos temas aqui na blogsfera que foram e são racializados. E mesmo este debate já prova isso.

    Também acho que o que Mia Couto apela é exactamente o que Jorge Saiete escreve no seu comentário.

    Dizer que o fulano A ganhou o conconcurso B porque faz parte do poder não é ofensa desde que se apresentem provas, por exemplo conflito de interesse. Aliás, o que se deve discutir é como criar mecanismos para que os concursos sejam transparentes e que todos os cidadãos tenham as mesmas possibilidades para ganhar. Sou da opinião que se alguém acha que por exemplo no e ou no Boletim da República se oculta alguns, pode-se fazer a sua publicacão até na blogsfera.

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  20. Amigo Reflectindo, na essência concordo contigo. Creio apenas que tu não vais até às últimas consequências da tese de Mia Couto. QUANDO AINDA ERA CEDO, ELE DENUNCIOU A CORRUPÇÃO. EM VEZ DE TER SIDO TOMADO A SÉRIO (matando la altura o crocodilo enquanto ainda era pequeno, ou seja, perseguindo e prendendo os primeiros corruptos)EM VEZ DISSO, DIZIA, UM DIRIGENTE ESCREVEU PARA A TEMPO DIZENDO QUE NÃO HAVIA NENHUMA CORRUPÇÃO. QUE ERA UMA FORMA DE MIA (que é branco) PREVENIR O APARECIMENTO DE NEGROS RICOS. COMO RESULTADO (de ele não ter sido ouvido na altura) A CORRUPÇÃO CAMPEIA HOJE.

    Amigo Reflectindo, o meu comentário era para discordar desta pintura de Mia Couto. A corrupção não se deve ao facto de Mia não ter sido ouvido. Mesmo que naquela altura todos os corruptos tivessem sido presos (MATANDO DESSE MODO O CROCODILO ENQUANTO ERA PEQUENO) continuaríamos hoje a ter corrupção. Porque ela é inerente à condição humano e, sobretudo, ao sistema neo-liberal. Citei alguns países que punem duramente os seus corruptos por terem construído instituições para tal. Poderia incluir a China nessa pequena lista. Não acredito que algué pudesse vir dizer que a corrupção não existe naqueles países. Ou que ela é inferior à de Moçambique. Apesar das punições severas continua a haver corrupção naqueles países.

    No meu comment levantei também o facto de em Moçambique a corrupção estar a ser selectivamente esgrimida para estigmatizar concorrentes. Ela visa principalmente um certo tipo de moçambicanos e deixa outros livres de suspeitas de corrupção. Enquanto que, na verdade, todos começamos o "empreendedorismo" no mesmo ponto. Nenhum sector de Moçambique tinha mais capital que os outros sectores. Assim deveríamos desconfiar de todos e não apenas de alguns.

    Viriato Tembe

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  21. Caro anónimo

    Quero acreditar que Forjaz nunca foi acusado nos concursos de arquitectura que sempre ganha é porque ele ganha num jogo transparente ou então os outros concorrentes são cúmplices, se todos nós não formos cúmplices.

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  22. Fungulamasso,

    Nao sei se anda "tudo" em volta da comunidade asiatica mocambicana,

    Nao acredito no "tudo", talvez algumas areas "expecificas", mas "tudo" acho que nao,

    Tambem considerarmos "toda" comunidade asiatica mocambicana de corrupta, acho que estariamos a generalizar,

    Ha gente dentro da comunidade asiatica mocambicana que tem os mesmos problemas que o mocambicano tem,

    Tudo bem que provavelmente nao seja aos niveis de pobreza que existem na sociedade mocambicana no geral, mas ha muita gente que tambem passa mal, tanto quanto passa a "classe media" da comunidade negra ou da branca,

    Depois essa generalizacao que toda a comunidade asiatica 'e corrupta tem sido altamente prejudicial pra minha pessoa no singular, sou quase sempre confundido com corrupto, e por isso quando esta tudo bem tambem nao acreditam e sofro multas porque "todos roubam" e por outro lado, tenho uma serie de complicacoes que impedem o andamento de varios processos porque se "esta habituado" que o "asiatico" vai pagar por fora,

    Chato ne ?

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  23. Amigo Viriato Tembe, vou sair por algum tempo, entretanto, eu gostaria de dizer que que se há corruptos que passam sem suspeicão culpados somos nós Tu, Dias, Eu, etc. Uma das razões é exactamente o que Karim disse. Aliás o próprio Mia Couto, mais um outro teem apontado esse problema. Dizendo, a coisa como é, um branco pode passar com drogas sem nenhum problema nos nossos aeroportos. Mas isso pode ser difícil com um negro. Entretanto, o pessoal da migracão/alfandegas é todo ele negro.
    Volto

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  24. Karim, Fungalamasso desta vez generalizou a corrupção no que ele chama de "comunidade asiática". É claro que acho esta generalização abusiva.

    Como acho abusivas as generalizações, nem sempre verbalizadas tão claramente como Fungalamasso o fez desta vez, de que sempre que um negro prospera é porque está ligado ao poder (na verdade, um eufemismo para corrupto).

    Há muitos não negro e não "asiáticos" que enriqueceram colossalmente nestes últimos 25 anos. Nunca vemos esses nos blogs e nos jornais internacionais que têm por hábito mostrar as "empresas" que os que estão ligados à nomenclatura abrem.

    Quando se denuncia esta vasta conspiração se diz que os negros sofrem de complexos (como tu próprio disseste) ou que estão a racializar o debate.

    Só que nunca ninguém diz que a essência do que dizemos é falso> Não se diz porque toda a gente sabe que é verdade. Lanço-vos um desafio: vão ver as listas que periodicamente Carlos Serra produz, de empresários "ligados à nomenclatura"! Vejam se encontram lá os nomes de Mia Couto, Óscar Monteiro, Jorge Graça, António Branco, Fernando Couto, Ndjira, Machado da Graça, José Forjaz, Júlio Carrilho, Prakash Ratilal... Nunca colocou nenhum destes nomes. E todos eles têm ou tiveram empresas. Muitas delas bastante prósperas.

    Evidentemente que esses nunca estiveram ligados ao poder. As suas empresas se devem a que são inteligentes. Agora, os outros...

    Viriato Tembe

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  25. Tembe,

    Nao estou a perceber a "conspiracao", ( ?? ),

    E quando referi ao complexo, nao foi em funcao a qualquer "conspiracao", fi-lo porque senti isso, em Mocambique e na India,

    E mesmo ao nivel dos estados ou governos Indiano e Mocambicano, vi isso,

    Por exemplo, Na India a compra da Land Rover e Jaguar Inglesas pela Tata Indiana foi vista como um acto de aumento de "auto-estima" pelo facto particular das marcas serem Inglesas o que ate teve um "aval" financeiro do Governo Indiano,que esta ligado ao tal do "complexo de inferioridade" tambem

    Em Mocambique, o discurso governamental de "auto-estima", esta profundamente ligado a este "complexo de inferioridade",

    Mas note que o problema nao esta so "complexo em si" pois o "colonialismo" criou prepositadamente esse "complexo", o problema estara na minha optica em como vencer esse "complexo" sem nos tornarmos todos "racistas" ou ainda colocarmos enfoque de toda nossa analise em funcao de racas,

    'E mesmo por isso que custumo dizer que nao 'e por negro, amarelo, branco que alguem inferior, alguem se torna inferior porque se considera inferior ( o tal do complexo) ou entao pela seu pensamento e accoes, e nao pela cor da pele,

    Agora, ultrapassar isso, quando pra muitos 'e "vantajaso" colocar a questao da raca para "justificar" a sua "nao-razao", 'e que torna complicado,

    Mas claramente, isso depende tambem da nossa tolerancia a critica e percepcao da necessidade ou nao, vantagens e desvantagens da existencia duma critica no actual contexto social, economico e politico Mocambicano.

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  26. Ainda Tembe,

    Em ralacao a comparacao India-Mocambique relacionada com ambas estrategias de auto-estima, apenas a nivel empresarial,

    India: Impulciona as suas empresas ( indianas ) com maior credibelidade principalmente para elevar a auto estima interna e imagem ao nivel externo,

    Mocambique ; Impulciona empresas extrangeiras, e prejudica as empresas nacionais crediveis que deveriam ser auto-estima e a imagem do pais no extrangeiro,

    Como consequencia, no caso Indiano ha um acrescimo de credibelidade e auto estima em funcao da compatibelidade discursiva e accoes do governo, e no caso Mocambicano ha um decrescimo de credibelidade e auto-extima, em funcao da incompatibelidade discursiva e accoes consequentes do governo,

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  27. E ja agora que estou um pouco "picado" hoje e ha muito nao conversava contigo,

    A mesma analise da auto-estima agora na componenete social, baseada em opinioes expressas aqui relativamente aos comentadores "televisionados" mocambicanos no que se refere a manifestacoes:

    Os egipcios tinham "justa-causa", foram legitimas as manifestacoes,

    Os Mocambicanos "nao tinham justa-causa" eram ilegitimas as manifestacoes, foram feitas por "arruaceiros, bandidos, desmpregados" ,

    Consegues ver onde fica a auto-estima ai e onde esta o complexo ?

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  28. Não consigo entender a preocupação do meu xará Tembe. Li longamente os seus comentários, aqui e no Mutisse, e não consigo perceber a essência. A quem quer atacar o amigo?

    Pode me esclarecer onde está a sua dificuldade em perceber o ponto de vista de Mia Couto?

    Levanta uma questão que há muito lhe incómoda, quando fala de Carlos Serra, sei que o amigo não suporta brancos e mais: todos os brancos são anti-frelimistas.

    Pode recusar o que digo, mas o que escreve já não, está aí. Lamento, eu não sou branco, mas sou estupidamente contra a Frelimo, detesto mesmo. Porquê é que para si todos os brancos são anti-frelimistas?

    Zicomo

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  29. Está a ver Xará? Nunca me vai perceber porque está à procura de quem pretendo atacar. Na verdade não ataco ninguém.

    Tenho pontos de discordância com a(s) tese(s) colocada(s) por Mia Couto. E essa discordância foi claramente exposta e repetida neste post.

    O que o amigo Viriato deveria fazer era avaliar os argumentos que apresento e ver onde é que falham. Esse seria o exercício útil.

    Mas o amigo e xará prefere procurar por ataques. E como não os encontra, acaba por não me entender.

    Há uma pergunta que te fiz lá mais acima e que não respondeu. Mia Couto é um escritor anti-FRELIMO? Achas que ele concorda com essa apreciação redutora da sua grande obra literária?

    Viriato Tembe

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  30. Eu concordo com o Tembe,

    Ele nao esta atacar ninguem,

    Colocou as questoes numa optica normal e natural em Mocambique, alias o problema dele 'e ate em certa medida apontado pelo Mia,

    A unica diferenca talvez seja que o Mia chama afirma que "falsaporte" 'e efectivamente um "desvio ou corte" 'a critica ou ao debate,

    Enquanto que o Tembe parece-me apresentar uma uma percepcao popular, ainda que possivelmente "nao propositada", mas uma percepcao real, num social tambem real Mocambicano,

    Talvez os dois o Mia e o Tembe estejam certos, cada um na sua optica, ambos sofrem de consequencias do status quo, assim como nos outros tambem.

    Se calhar apenas percebemos os problemas cada um a sua maneira em funcao da "dor do sapato de cada um".

    Agora saio, enquanto voces dicidem se existem alternativas para resolvermos essa questao "racica", "falsaporte", "complexo de inferioridade", "auto-estima" ou "conspiracao", como cada um achar.

    O importante 'e mesmo conversarmos, debatermos, descobrirmos que podemos crescer juntos e ter um pais unido na diversidade e no respeito.

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  31. Karim, a conspiração está no facto, por exemplo, de sempre que se procura mostrar que há enriquecimento indevido em Moçambique (ou que há acumulação desregrada de capital) se publicarem listas em que contam nomes como Mussanhane, General Gruveta, Embaixador Matonse, Graça Machel, General Nihia, Filhos de machel, filhos de Chissano, filhos de Guebuza, Ex Ministro Nguenha, Aires Ali, Muthemba(s)... (só para citar alguns).

    No entanto, nessas listas não vemos os nomes de Mia Couto, Oscar Monteiro, António Branco, Fernando Couto, Ndjira, Jorge Graça, Prakash Ratilal, Machado da Graça, Golo, Fonseca... - todos eles antigos comunistas como os outros e intimamente ligados ao poder.

    A mensagem que subrepticiamente se passa é a de que uns são corruptos, enquanto que outros são honestos.

    Se Karim não for daltónico, há-de constatar que as listas de corruptos que alguuns blogs e jornais (internacionais) publicam são quase unicamente de negros. Mas como eu disse antes, há gente de todas as raças quie enriqueceu escandalosamente nos últimos 25 anos.

    O Karim acha que as listas de corruptos que, por exemplo, Carlos Serra publica são por acaso?

    Viriato Tembe

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  32. Caro amigo Karim, a atitude a que acabo de me referir (de só publicar "empresas" de negros nos blogs para ilustrar acumulação desregrada de capital) equivale à generalização abusiva que vimos aqui de que quem ensinou os negros a serem corruptos foram os "asiáticos". Karim concorda com isso?

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  33. A questão que está ainda no ar é se aceitamos ou não que muitas vezes o debate é racializado, sobretudo, se um mocambicano branco criticar algo. Esse é o ponto que Mia Couto levanta neste artigo. Há necessidade de racializacão dos debates? Não podemos discordar com concordar sem racializacão dos debates?

    Não tenho certeza que todos os negros que com sucesso sejam suspeitos ou sejam expostos ou questionados por mocambicanos brancos, pois que isso faz-se por mocambicanos de todas as cores da pele. Isso podemos ver dos autores dos artigos nos jornais. Também podias-se afirmar que há os que escapam (mocambicanos de todas as cores) no questionamento sobre as suas empresas.

    No meu último comentário escrevi sobre como os próprios negros querem tratar os brancos de diferente maneira em relacão ao outro negro. Isso que concordo com Karim que se trata de complexo de inferioridade. Por vezes noto que se alguém não quer tratar o branco como um ser superior, é tratá-lo duma forma agressiva. Mas isso não faz com que a pessoa que faz seja considerada superior e muito menos como uma atitude humanamente positiva. Aliás, ainda é complexo de inferioridade. A nossa luta de que ser pensarmos menos pela cor da pele, mas pela igualdade entre nós. Temos que debater sem olharmo-nos pela cor da pele.

    Quanto ao tratamento diferenciado, está aqui um artigo: Sere branco dá vantagens

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  34. Um dos comentadores disse que a mensagem de que os negros que aparentam alguma riqueza são corruptos é passada de forma velada, quase que imperceptível. Não admira que muitos jornalistas e activistas negros assumam essa concepção. Deve ser por isso que o senhor reflectindo vê esses jornalistas e comentadores a apontarem os dedos só para os negros quando procuram corruptos> Certamente que nunca lhes viu a apontarem brancos.
    Inchala

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  35. O tema é a racialização da opinião, reparo que estamos aqui a resvalar para aquilo que o Mia e muitos de nós condenamos. A corrupção e o favoritismo devem ser discutidos, mas são assuntos diferentes do que estamos debatendo.Neste momento basta apenas afirmar que a corrupção e o alegado favoritismo são condenáveis, independentemente das raças dos intervenientes.
    O que está em causa não é o Mia ter denunciado a corrupção nem o facto de não o terem ouvido. Neste contexto, apenas podemos especular se o combate à corrupção teria sido mais eficaz se tivessem ouvido o Mia, este é um detalhe irrelevante. O que está realmente em causa é o argumento usado para não ouvirem o Mia.
    "O seu “raciocínio” tinha por base o seguinte: o meu argumento era racista. Sendo eu de raça branca não suportava ver negros enriquecendo. E ponto final, colocava-se uma pedra sobre o assunto."
    É este discurso incoerente e racista que temos vindo a denunciar.Na blogosfera e agora no Facebook este tipo de argumento está bem documentado.Quem não for negro e omitir opiniões críticas arrisca-se a ser chamado de racista, saudosista, etc. Eu fui alvo muitas vezes desse tipo de ataques.Não me sinto vítima porque jamais permitirei que racistas me façam sentir vítima e complexado. Não me esqueço de um racista intolerante e incoerente que envenenou a blogosfera durante muito tempo, encoberto num nome fictício. Descobrimos que este racista que apoia a exclusão e que vive em Nampula, afinal é filho de um dos principais dirigentes da Frelimo. Seria muito instrutivo procurarmos na blogosfera este tipo de argumentos.
    O problema é que questionam a validade dos argumentos mediante a raça em vez de analisarem o conteúdo. Por outras palavras, essa gente antes de analisarem os textos procuram saber a raça dos autores dos textos.Há coisas que os negros dizem e escrevem que são toleradas mas se forem outras raças a dizerem ou escreverem o mesmo, são logo atacados.Vi este tipo de lógica a ser usado contra Mia, Machado da Graça, Philip Gagnaux, etc. Sabemos que as críticas de Marcelino e Rebelo tentam algumas pessoas para posições racistas. Ainda recentemente, alguém afirmou na blogosfera que o brancos não são uma espécie em vias de extinção e por isso não devem ser protegidos. Essa lógica deve aplicar-se a todas as raças e não pode ser usada para abusos.
    precisamos de denunciar os níveis intoleráveis de racismo e as diversas formas de racismo e exclusão e que muita gente rotula facilmente quem discorda! Esta situação é indesejável para um diálogo que todos desejamos.
    Para terminar, apenas um pormenor: não me recordo de ler qualquer texto de Elísio Macamo sobre a racialização da opinião.
    Vamos reflectir sobre este tema?

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  36. Senhor José, os comentários neste blog são uma reflexão ao que o escritor Mia Couto disse. Eu não consigo ver nenhum comentário aqui que não se baseie no que disse Couto. Reflectir não é só dizer as coisas que o senhor José quer.

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  37. Caro anónimo,

    Afinal o tema não é racializacão da crítica ou debate?

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  38. Tembe,

    Voce diz que so negros sao apontados como corruptos,

    E Fungulamasso diz que "todos" asiaticos sao corruptos,

    Mas vamos la falar bem, alguns amarelos e alguns negros, "rebentaram" o nosso pais, a nossa imagem, o nosso futuro, tudo do pouquinho de bom tinhamos,

    E brancos, sao culpados porque ficaram assistir da varandinha, outros como doadores impulcionaram a nossa "desgraca",

    Em relacao as listas, eu nao acho que o Professor seja racista, depois tambem nao pode ser culpado o Mestre so por ser branco,

    Em relacao as listas em si, eu vejo la amarelos ( o barao 'e recordista nacional ) tambem, ja vi acusacoes contra brancos ( o general que queria bolar o estrela vermelha estava em todos blogs ) agora 'e de se convir que a maioria 'e negra, mas o pais tambem 'e maioritariamente negro, o governo tambem 'e mairitariamente negro, o s pobres tambem sao maioritariamente negros, os desempregados tambem, e nesssa ordem acho natural os corruptos tambem serem, ou nao ?

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  39. Quem definiu os limites do tema? Reflectindo? José? Ou Mia Couto? A única coisa que Mia Couto diz no seu texto é que o debate está racializado? Mesmo que a única afirmação fosse essa, haveria que tentar encontrar os motivos dessa racialização. Os comentários a esta postagem procuram fazer isso.

    Deixem o debate fluir, colegas José e Reflectindo. Não coloquem barreiras arbitrárias ao fluir das opiniões.

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  40. Caro anónimo

    Se notares, o debate não está a fluir, não. O debate está parado por razões de subjectivacão, embora os comentários de que "anónimo" refere confirmem a racializacão de debates.
    Não posso dizer se Mia Couto limitou o seu texto à racializacão de debates ou críticas, mas confessso-te que o meu objectivo ao abrir este debate no Reflectindo foi precisamente para discutirmos sobre a racializacão de debates. Isso com base em muitos debates de assuntos vários que fora racializados ainda neste espaco.

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  41. VOU PUBLICAR NA ÍNTEGRA O ARTIGO DO SAVANA QUE DIVULGA INTERESSES EMPRESARIAIS DOS NOVOS MINISTROS, VER AQUI E AQUI. SE NESTA ALGUÉM FALTA OU ALGO ESTIVER OMITIDO, TALVEZ OS AMIGOS POSSAM ACRESCER E MESMO ALTERAR O SAVANA.

    Quase todos os ministros que recentemente iniciaram funções possuem interesses empresariais em diversas áreas. Os irmãos Fernando Sumbana Júnior, ministro do Turismo, e António Sumbana, ministro na Presidência para os Assuntos da Casa Civil, são os que mais participações têm. A ministra da Função Pública, Vitória Diogo, não fica para trás, tendo, pelo menos numa das empresas, a sua irmã Luísa Diogo como sócia, e noutra a firma de construção civil Teixeira Duarte. Nesta edição, damos a conhecer os interesses empresariais de seis membros do Governo, nomeadamente Aires Ali, Vitória Diogo, António Sumbana, Fernando Sumbana e Cadmiel Mutemba.


    Continua

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  42. Continuacão

    SE NESTA ALGUÉM FALTA OU ALGO ESTIVER OMITIDO, TALVEZ OS AMIGOS POSSAM ACRESCENTAR E MESMO ALTERAR O SAVANA.

    As empresas de Aires Ali
    O actual Primeiro-Ministro (PM) de Moçambique registou uma das suas empresas – a Makala Investimentos, SA – em Agosto do ano passado, quando ainda desempenhava as funções de ministro da Educação e Cultura. A Makala Investimentos, SA tem por objecto a mineração e a exploração de outros recursos minerais. Alexandre Luís Comé e Augusto Alberto da Silva Chirindza são os dois sócios de Aires Ali nesta empresa.
    O sucessor de Luísa Diogo possui ainda interesses no “Grupo Minthlholo, Limitada”, que tem como objecto a feitura de estudos de viabilidade ambiental; o desenvolvimento da economia; o incentivo ao investimento do capital estrangeiro e nacional para a implantação de projectos na mesma área, zona e fora; plantio de árvores para a protecção do meio ambiente; construção de condomínios para férias familiares, construção de lodges, campos de mini-golfe e outras facilidades de entretenimento, podendo explorá-las, arrendá-las ou vendê-las; exploração na área do turismo e comércio.
    No “Grupo Minthlholo, Limitada”, Aires Ali tem como parceiros Augusto Alberto da Silva Chirindza – com quem está também na “Makala Investimentos, SA” – e Richard Philips.
    O PM do nosso país está ainda na “AV Sociedade de Desenvolvimento, Limitada”, que tem como objecto o investimento directo e gestão de empresas agro-pecuárias, minerais, industriais, comerciais, turismo e de prestação de contas; e detenção de participações no capital social, sob a forma de acções ou quotas, de sociedades agro-pecuárias, minerais, industriais, comerciais, turismo e de prestação de serviços. Aqui, Aires Ali tem como sócio Manuel Francisco Martins Vieira.
    No sector da educação, Aires Ali é sócio do “Instituto Edulândia, Limitada”, cujo objecto é o ensino pré-primário e primário, ocupação educativa de tempos livres; pesquisa nas áreas sócio-educacional e educação e desenvolvimento; e formação profissional, em áreas de formação em serviço de professores primários e formação de formadores.
    São parceiros do PM no “Instituto Edulândia, Limitada” Carmen Maria Dias de Medeiros Zucula, Maria Odete Sol Carvalho, Thierry Daniel Michel Le Noan, Aurélio António Nunes Rocha, Ana Filipe José Passos, Rénee Muriel Visser, Mário Souto e Cristina Lino Sanches.

    Os interesses empresariais de Aires Ali não param por aqui. Ele possui ainda uma firma familiar, denominada “Fazenda Aly, Limitada”, com sede em Lichinga, capital da província do Niassa, de que foi governador entre 1994 e 1999, que tem como objecto social o desenvolvimento de actividades agro-pecuárias, comerciais e industriais; exploração de qualquer outro ramo de actividade sócio económica; e investimento directo de gestão ou participação no capital social de outras sociedades comerciais ou industriais, constituídas ou a constituir, no país ou no estrangeiro.
    A “Fazenda Aly, Limitada” explora uma farma localizada em Chilapitangongo, no distrito de Sanga, província do Niassa, e outra em Ntoto, arredores da cidade de Lichinga, na qual se cria gado bovino.
    Aires Ali está também no “Niassa Trading, Limitada”, que tem como objecto social o exercício do comércio geral; a exploração de qualquer outro ramo de comércio e indústria; investimento directo de gestão ou de participação no capital social de outras sociedades; e promoção da associação de investimentos nacionais ou estrangeiros em empreendimentos nacionais.

    Continua

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  43. Continuacão

    Vitória Diogo com a “Teixeira Duarte”

    A reconduzida ministra da Função Pública, Vitória Diogo, é sócia da “TDGI – Tecnologia de Gestão de Imóveis, Limitada”, na qual tem como parceira a empresa de construção civil “Teixeira Duarte”, de capitais portugueses. Vitória Diogo detém 20 por cento do capital social, tendo a firma de construção civil 80 por cento.
    A “TDGI” tem como objecto social a prestação de serviços na área de planeamento; gestão e manutenção de instalações; e prestação de serviços nas áreas de gestão de projectos, obras e empreendimentos imobiliários e de gestão global de empresas.
    A ministra da Função Pública está ainda na “Kumera, Limitada”, na qual tem como parceira a sua irmã Luísa Diogo, ex-PM de Moçambique. Esta empresa tem como objecto social a aquisição de participações sociais em quaisquer outras sociedades ou entidades e gestão de participações; associação com outras empresas jurídicas; prestação de serviços de consultoria e assistência técnica; e exploração nas áreas de agro-indústria, hotelaria e turismo. A Kumera, Limitada é também sócia da Ufulo Tete, Limitada, firma onde Mariano de Araújo Matsinha (veterano da Luta de Libertação Nacional), Teresa Samilari Romão Tembo, David Ngoane Marizane (actual governador do Niassa) e Sérgio José Camunga Pantié, detêm acções. Pantié é actualmente secretário para a organização na Frelimo e antes de chegar a este cargo era director provincial de Trabalho em Tete.
    A Ufulo Tete tem por objecto social a promoção directa ou participando em parcerias, no desenvol-vimento de infra-estruturas no país, em particular na província de Tete. A sociedade poderá ainda exercer quaisquer actividades comerciais ou conexas, complementares ou subsidiárias às suas actividades prin-cipais, desde que legalmente autorizadas e a decisão aprovada pela Assembleia Geral.
    “Mulher e Investimentos, SARL” é outra empresa na qual Vitória Diogo possui interesses. Constitui objecto social desta sociedade o processamento, conservação e distribuição de produtos agrícolas; limpeza de edifícios, viaturas e vias públicas; produção e comercialização de flores; e manutenção de jardins públicos e privados.
    São sócias de Vitória Diogo nesta empresa Argentina Efraime Taímo, Maria Ângela Penicela Nhambiu Kane, Elsa Maria Elias da Câmara Jonas, Carla Olívia Cangela de Mendonça, Gertrudes Ilda Estevão Bu-que, Isabel Cristina Pedro Filipe, Ana António Xerinda Tembe, Edna Augusto André Andate de Namitete e Maria Helena Paulo.

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  44. Continuacão

    Sobre os irmãos Sumbana
    Os irmãos António Correia Fernandes Sumbana (ministro na Presidência para os Assuntos da Casa Civil) e Fernando Sumbana Júnior (ministro do Turismo) estão juntos em várias empresas. Numa delas – a “Águia – Empreendimentos e Participações, Limitada” –, António Sumbana tem como sócios o Presidente da República, Armando Guebuza, e o ministro das Obras Públicas e Habitação, Cadmiel Mutemba. Outros sócios são Matias Zefanias Boa e Moisés Rafael Massinga.
    A “Águia” tem como objecto social participações em empreendimentos industriais, comerciais, agrícolas e turísticos; gestão de participações; e prestação de serviços nas áreas industriais, comerciais, agrícolas e turísticas.
    Na “Yaka Construções, Limitada”, que tem como objecto o exercício de actividades de construção civil, os irmãos Sumbana tem como parceiros Adriano Fernandes, ele também Sumbana, e Manuel Fernan-des Arede.
    Fernando Sumbana Júnior e António Correia Fernandes Sumbana estão ainda conectados na “FFF, Limitada”, que tem como objecto social a gestão de propriedade imobiliária, turística, parques industriais, construções, bem como o exercício de toda e qualquer actividade afim; o exercício do comércio geral, compreendendo importação, exportação, comissões, consignações e agenciamentos; representação comercial de entidades estrangeiras em território nacional ou no estrangeiro; investimento directo, gestão e participação noutras sociedades.
    A ligação entre os irmãos Sumbana na “FFF, Limitada” consumou-se através da associação entre “Final – Financiamentos, Investimentos, Agenciamentos, Limitada”, de António Sumbana e filhos e o próprio Fernando Sumbana Júnior, este como pessoa singular.
    Estes dois irmãos, que voltaram a merecer a confiança de Armando Guebuza, que também é seu parceiro empresarial, estão igualmente juntos na “Mbatine & Filhos, Limitada – Empresa de Investimentos e Participações”, que tem como objecto social a comercialização e prestação de serviços; comércio geral; representação comercial de entidades estrangeiras em território nacional ou no estrangeiro; e investimento directo, gestão ou participação no capital social de outras sociedades indus-triais.
    Também na “Jameta Sucessora, Limitada”, cujo objecto social é o fabrico de caixilharia mecânica, caixilharia em alumínio, carrinhas de mão, fogões a carvão e lenha, chapas de zinco industriais e normais, montagem de divisórias e montras em alumínio e ferro, os irmão Sumbana estão ‘ligados’. Outro sócio é Adriano Fernando Sumbana.
    António Sumbana é ainda sócio da “Macmillan Mozambique, Limitada”, cujo objecto social é a publicação, distribuição e venda de livros e outras publicações, incluindo outras actividades conexas e afins; da “Sun – View, Limitada”, tendo como parceiros Manuel Albino Sive, Colin Garfield Page Taylor e Mark Meiring, cujo objecto social gira entre consultoria, prestação de serviços, intermediação imobiliária e outras actividades; da “SIESTA – Fábrica de Móveis e Colchoaria, Limitada”, cujo objecto social é o fabrico de colchões de mola e de esponja, divã de ferro e madeira, “todo tipo” de mobiliário de madeira e de mobiliário hospitalar; da “Tata de Moçambique, Limitada”, cujo objecto compreende, de entre outros, a importação, exportação e venda de viaturas.
    Os interesses de António Sumbana passam também pela “MOZIC – Cerâmicas Industriais de Moçambique, Limitada”, onde tem como parceiros a Fundação Lurdes Mutola, Macame Bruhane Macame, Vitor Zacarias e Américo Magaia. Esta sociedade tem como objecto a promoção, investimento e gestão de unidades industriais, em especial na produção e comercialização de artigos de cerâmica. O seu irmão Fernando Sumbana está igualmente na “Zenha, Limitada”, na “PROLOCAl – Sociedade de Produção de Materiais de Construção e Obras, Limitada”, na “Credicoop” e na “Pastelaria Versalhes”.

    Continua

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  45. Continuacão

    Cadmiel Mutemba

    Os interesses empresariais do actual ministro das Obras Públicas compreendem, como referimos atrás, a “Águia – Empreendimentos e Participações, Limitada” –, onde tem como parceiros Armando Guebuza, António Sumbana, Matias Zefanias Boa e Moisés Rafael Massinga.
    Mutemba está igualmente na “Sociedade Orizícola de Gaza”, na qual tem como sócios Cardoso Muendane e Miguel Mondlane; o seu objecto é a prática da agricultura, a transformação industrial do arroz e de outros cereais, o fomento agrícola, o turismo, a importação e exportação e a participação em sociedades a constituídas ou a constituir.
    Cadmiel Mutemba é também sócio da “Moçambique Multimédia, SARL”, cujo objecto social compreende a realização de investimentos nas áreas de comunicação social, agências de publicidade e marketing, pesquisas de opinião, estudos de mercado, serviços de apoio à área de projectos, formação profissional, tipografia, impressão e litografia, importação e exportação de bens e serviços. Seus par-ceiros são o seu colega Fernando Sumbana Júnior, Teodato Hunguana, Apolinário Panguene, Mariano Matsinha e Eduardo Magaia.
    Nos últimos quatro/cinco anos, Cadmiel Mutemba deixou de constar, pessoalmente, em pactos de sociedades comerciais, mas, em termos indirectos, pode-se afirmar que as suas ‘acções’ prosseguem; o seu filho Celso Cadmiel Mutemba possui interesses em muitas firmas, de entre as quais se destacam a “Top Tours, Viagens, Serviços e Turismo, Limitada”, “Oaktree Investimentos”, “Mulol Marketing”, “Enersol, Limitada”. Estas empresas operam nos sectores imobiliário, tecnologias de informação, importação, exportação e comercialização e turismo.

    Continua

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  46. Continuacão

    Os interesses empresariais dos ‘novos’ ministros (2)
    Dando seguimento ao exercício por nós iniciado semana passada, apresentamos, neste edição, os interesses empresariais de três ministros, todos eles reconduzidos, nomeadamente Alcinda Abreu (Coordenação da Acção Ambiental), Paulo Zucula (Transportes e Comunicações) e Aiúba Cuereneia (Planificação e Desenvolvimento). À medida que os dados referentes a cada membro do Governo vão transpirando, torna-se ‘tarefa fácil’ perceber que, no fim do dia, quase todos eles se encontram directa ou indirectamente conectados.
    Alcinda Abreu na consultoria, imobiliária e entretenimento
    Alcinda António de Abreu, ministra para a Coordenação da Acção Ambiental e membro da Comissão Política da Frelimo, possui interesses empresariais em várias áreas, destacando-se as de gestão de parques e aluguer de viaturas, gestão e intermediação imobiliária, montagem de exposições e feiras, exportação e importação de diversos materiais, comércio geral a grosso e a retalho, representação de marcas e empresas estrangeiras e entretenimento.
    Na “Superior Entertainment, Limitada”, sociedade que tem por objecto a promoção e produção de todo o tipo de entretenimento com músicos nacionais e internacionais; produção e organização de todo o conjunto do ramo musical para festas, casamentos, propaganda de empresas nacionais e estrangeiras; e participação e representação de firmas nacionais e estrangeiras, a actual ministra para a Coordenação da Acção Ambiental tem como sócio Chivambo Samir Mamadhussen.
    Alcinda Abreu, que nos primeiros dois anos do anterior mandato de Armando Guebuza serviu como ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, posto do qual foi transferida para as actuais funções, tendo tido o economista Oldemiro Balói como seu substituto, é ainda sócia da “OCAD – Comércio e Serviços, Limitada”, tendo como parceiros Olívia Margarida Darsam, Carmen Margarida Simões Dhorsam e Denise Chicalia.
    A “OCAD” tem por objecto o exercício de prestação de serviços de consultoria, incluindo, de entre outras, a gestão de parques e aluguer de viaturas, estação de serviços para viaturas, gestão e intermediação imobiliária, aprovisionamento, distribuição e comercialização de bens e serviços, exportação e importação, comércio geral e representação de marcas e empresas estrangeiras.
    A ministra para a Coordenação da Acção Ambiental possui ainda interesses na “Ubuntu, Limitada”, empresa que aposta nas áreas de consultoria e serviços. Nesta, Alcinda Abreu tem como sócios Zeferino Martins (ministro da Educação), António Matonse (antigo adido de imprensa de Joaquim Chissano e actual embaixador de Moçambique em Angola), Nuno Sidónio Uinge e Chivambo Samir Mamadussen, com quem está também na “Superior Entertainment, Limitada”.

    Continua

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  47. Continuacão

    Zucula com as “colectivas”
    O reconduzido ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, é, de entre outras, sócio da “Steiner Hygiene Mozambique, Limitada”, sociedade que tem como objecto principal a importação, distribuição e comercialização de produtos e equipamentos de higiene e a prestação de assistência técnica [a sectores] relacionados.
    Na “Steiner Hygiene Mozambique, Limitada”, Paulo Zucula possui como parceiros a “Steiner Hygiene (Proprietary), Limitada” e George de Gouveia, Borghild Cecília Cuomo.
    Paulo Zucula está também na “Green Point Investimentos, Limitada”, firma que tem por objecto social principal o desenvolvimento, construção, gestão, exploração e comercialização de serviços turísticos e hotelaria, bem como a importação e exportação de bens e serviços relacionados com construção, gestão e prestação de serviços na área de desenvolvimento turístico. Paolo Finoochi, Letizia Cacciatori e Vitória da Silva Pereira são parceiros de Paulo Zucula nesta empresa.
    O actual ministro dos Transportes e Comunicações está ainda na “MEPS – Electric Fence Systems Moçambique, Limitada”, empresa na qual tem como parceiros três pessoas colectivas, designadamente “Polana Health SPA, Limitada”, “Greenstone Products (PTY)” e “MPS Electronics”.
    Na “Umlay Consultores, Limitada”, que tem por objecto social a consultoria em organização e gestão de empresas, de projectos e de serviços públicos; elaboração de projectos e estudos sócio-económicos aplicados; e formação e capacitação em gestão económica, Paulo Zucula possui igualmente interesses, estando associado a Alexandre José Zandamela, Nuno Sidónio Uinge e Pedro Chaves dos Santos.
    Os interesses empresariais de Paulo Zucula não param por aqui: ele é ainda sócio da “Tecnagro, Limitada”, firma que tem por objecto social a comercialização de produtos e assistência agro-pecuária, comercialização de equipamentos agrícolas nacionais e importados e equipamento de pulverização, representação de marcas moçambicanas e estrangeiras e prestação de serviços agro-técnicos, de armazéns alfandegados e transitórios de mercadorias e importação, exportação e consignações. Aqui – na “Tecnagro, Limitada” – Paulo Zucula tem como parceiros duas pessoas colectivas [“Zeneca South Africa (PTY), Limited” e “Tecap –Tecnologia e Consultoria Agro-Pecuária”] e igual número de pessoas singulares, nomeadamente Rui Manuel Pereira Gonçalves e António José da Silva Pereira.
    Sobre Aiúba Cuereneia
    O reconduzido ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiúba Cuereneia, que é também membro da Comissão Política da Frelimo, possui interesses na “Olima Investimentos, Limitada”, sociedade que tem por objecto social a importação, exportação e reexportação, comércio a grosso e a retalho, exploração de armazéns afiançados, produção e comercialização de produtos agrícolas, pecuária, indústria, construção e transportes, incluindo viaturas, equipamentos, peças e sobressalentes.
    Nesta empresa, cujo pacto social prevê ainda o exercício de ‘outras actividades conexas, complementares ou subsidiárias do objecto principal’, Aiúba Cuereneia tem como sócios Daniel Frazão Chale, Carlos Mucapera, Lagos Lidimo, Oliveira Amimo, Aguiar Jonasse Reginaldo Real Mazula e Estêvão Mwiya. Aiúba Cuereneia está também na “Agro-Pecuária de Itoculo, Limitada”, firma cujo objecto compreende o desenvolvimento da agricultura e pecuária; produção, transformação, transporte e comercialização, incluindo a importação e exportação de produtos agrícolas e pecuários, bem como outros produtos daqueles derivados e/ou relacionados, tendo como parceiro Abel Ernesto Safrão.
    (Ericino de Salema)
    SAVANA – 05.02.2010

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  48. Sr Karim,

    A minha generalização não tem a finalidade de colocar nomes à frente de pessoas.
    É uma caracterização agressiva e pode-se entender-contra uma seita ou comunidade-que foi o motor do desenvolvimento do comércio colonial.
    Mas é a actualidade de Moçambique que se discute.REAL.
    Quem aproveitou as chances de um regime corrupto, tem o seu valor, desde que tenha respeitado certos limites de pudor.
    Se houvesse uma Procuradoria de República funcionando dentro da sua atribuição, o conflito de interesses era patente nas empresas ligadas aos ministros e afins.
    Iriam à falência devido a incompatibilidade, devido a conflitos de interesse-regra normal na concorrência comercial, estariam vetadas a fornecer serviços ao maior empregador e ofertador de pedidos-ESTADO.
    Se a Procuradoria funcionasse no que lhe compete, vários empresários estariam nas "grades" por mais de 15/25 anos de prisão efectiva, devido a tra´fico de produtos proibidos e ilícitos-DROGAS.
    São esses negociantes e empresários de "sucesso", que fazem "inquinar" uma comunidade toda ela fazendo "salamaleques" ao Poder da Frelimo.
    Quase a maioria deles, passaram "estopinhas" nas masmorras de Machel, e não foi por motivos políticos-foi por descaminho-contrabando, açambarcamento, etc.-ERA SABOTAGEM ECONÓMICA.
    Agora, são apoiantes do Poder, mesmo quando transitados em julgado (Nini exemplo)!
    É por este estado de coisas, que o País pode estar a crescer (é bom que assim seja), mas o povo continua a empobrecer.
    E pode acontecer o inevitável...pode...pode...tunisada., apesar de não se conselhável para o pobre moçambicano!
    Nota-se muito que os comentadores moderam as palavras-claro é aconselhável, para se tirarem ilacções construtivas-mas é preciso saber quais são as causas da actualidade moçambicana-da desgraça-DOA A QUEM DOER!
    Uma comunidade pode prestar um bom serviço, com também um péssimo!
    Os resultados só serão positivos, quando o desenvolvimento é harmonioso-diminuição de pobres, e não um aumento desregrado!
    Se se batem palmas a quem cria desgraça, então podem estar certos que a História tomará conta disso.
    Em áfrica do Norte, já começou, não se esqueçam!
    É como o azeite, virá à tona!
    Não é um problema de raças-é da política e estratégias erradas!
    Se não altera a tempo, paga-se caro!


    Fungulamasso

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  49. Fungulamasso,

    Eu comprendi o que quiseste dizer,

    E tens toda a Razao, 'e assim que tem sido vista a comunidade asiatica mocambicana,

    Eu nao pretendo, trabalhar gratitutamente, pra defender a comunidade asiatica mocambicana, ou a imagem dela,

    Mas tambem nao posso de deixar de "remarcar" que existem pessoas na comunidade asiatica mocambicana, que sofrem consequencias dessa generalizacao e ate sao contra o tipo de "venias" ao partido no poder,

    O que na realidade, estou querer dizer 'e que o problema "racico" me parece um falso problema, Mocambique nao tem problemas "racicos", pelo que deve evitar entrar-se em analises racialmente focalizadas,

    O problema mocambicano 'e de valores, moral, educacao, essencialmente educacao porque os valores e moral enquadram-se na educacao, e essa educacao engloba escola, familia, religiao e meio ambiente envolvente, e quando essa estrutura de educacao 'e controlada ou liderada por quem nao tem ideia da estrutura ou do papel nessa estrutura, a sociedade perde-se, e dai o desnorte, do desnorte tornamo-nos no pior ( um dos 4 piores) pais do mundo em DH,

    Nao 'e isso que esta acontecer em Mocambique ?

    Agora fundamental 'e mesmo discutirmos qual a importancia da critica em Mocambique, e se ela deve ser incentivada ou nao ( ? ).

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  50. Viriato Dias, nao digo nada. Aplaudes o Mia nesta sua tirada? Eu nao. Tenho me preocupado em debater ideias e, tal como o Mia, quando sinto que ha algo a denunciar, incluindo racismo encobertado em critica, nao me faco de rogado.

    Tenho trocado ideias com o Mia faz muito tempo e uma das minhas interpelacoes a ele data de 2004 quando ele escreveu um texto chamando todos os antigos combatentes de dispotas porque ouviu as lamentacoes de um amigo dele guarda. Ele deve estar recordado.

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