Por: Abdul Karim, Índia, 23/11/2010
Neste numero da serie, pretendo introduzir a percepção e a sua influência na Imagem e Identidade de Moçambique, começando a analise pela “definição própria”:
Percepção - a interpretação de informação, que permite a compreensão e o significado, dum “fenómeno”, acontecimento, meio ambiente envolvente, que para o caso de Imagem e Identidade pode ser “positiva” ou “negativa” principalmente se a interpretação da informação for em função aos valores universalmente aceites ou até mesmo ao senso comum, podendo daí conduzir-nos e resultar no que normalmente chamamos de “boa imagem” ou “má imagem”.
O caso do “By-pass” da Mozal (2010)
O controverso e actual caso do “By-Pass” da Mozal, em que temos duas posições opostas, a do governo de Moçambique, que a partir duma licença do MICOA, autoriza a Multinacional Mozal, a maior empresa em Moçambique e um dos grandes responsáveis pelo “crescimento económico de Moçambique” na versão oficial e governamental, e por outro lado, a sociedade civil e os “ambientalistas” nacionais e internacionais,
Não focalizo a analise na óptica da Mozal, pois aqui não pretendo analisar a Imagem e Identidade da Mozal, mas SIM e apenas de Moçambique,
Exemplo da percepção “Positiva”:
O esforço da sociedade civil em “pedir” justificações sobre o “By-pass” da Mozal, os debates sobre o assunto, atenção da media e discussão na Assembleia da República, e mais recentemente ‘a espera de uma decisão do Tribunal Administrativo Moçambicano, tendo o mesmo caso merecido a atenção dos “ambientalistas” a nível internacional,
A nível de Identidade e Imagem, é perceptível, uma sociedade civil activa, preocupada e “alinhada” com o problema do ambiente, relacionado com a poluição e aquecimento global, uma sociedade civil que apesar de ter uma “multinacional” com o governo do dia a favor, “rema” pelas ”boas práticas” em relação ao ambiente.
A mesma sociedade civil, defende uma posição de modo que Moçambique não esteja “isolado” naquilo que é talvez a maior preocupação actual mundial, o ambiente, cuja destruição ameaça seriamente o futuro da humanidade, e principalmente pelo possível risco de saúde que os residentes próximos da Mozal, estão sendo expostos, sem a devida “informação detalhada e comprovada” por um “estudo ambiental credível” , exigível para um “processo” desta natureza, dai também a atenção dos “ambientalistas” internacionais.
Exemplo da percepção “Negativa”:
Temos o governo de Moçambique, que sem apresentar “grandes justificações” aprova, e alega ter estudos comprovativos que indicam uma “segurança ambiental” relativa ao “By-pass”
Só que a imagem e identidade não é só negativa por a posição do governo ser “contestada” pelos ambientalistas, mas é também negativa pelo secretismo “aparentemente” demonstrado em relação ao estudo efectuado,
Também ‘e negativo pelo facto de Moçambique ser um dos países que eventualmente sofrerão os maiores efeitos do aquecimento global, logo temos uma posição contraditória que em fóruns como o “Copenhaga 2009” temos defendido e afirmado sermos um país que defende o seu ambiente e o direito de todos ‘a vida através de um ambiente saudável, e até pela qual “esperamos indemnizações” e internamente autorizamos um “By –pass” sem transparência relativa aos “estudos ambientais” efectuados principalmente.
A Percepção do Conflito:
‘E perceptível existência dum conflito entre a sociedade civil e o governo,
Esse conflito entre a posição do governo e da sociedade civil em relação ao ambiente, não traz benefícios à Imagem e Identidade de Moçambique, pois conflito em si, revela a inexistência de um consenso sobre o ambiente, revela também a inexistência de transparência e consequente ética das decisões do governo,
A Imagem e Identidade de Moçambique é feita pelas acções do governo também, e não só por aquilo que o governo diz ou pretende, mas essencialmente pelas suas acções,
Note que neste caso nem interessa se outros países poluem ou não, interessa para Imagem e Identidade de Moçambique apenas se nós protegemos o nosso ambiente ou não, interessa saber se estamos “conscientes” das decisões que tomamos para nós,
E ai ressalta que a sociedade civil Moçambicana é por um ambiente saudável e o governo não,
E com certeza que a percepção deste conflito não é positiva para Imagem e Identidade de Moçambique, principalmente no que se refere ao “posicionamento” do governo de Moçambique no caso.
Concordo pleanamente. O nosso governo ratificou convencoes internacionais que quando quer tomar decisoes, naotoma em consideracaoes aos aspectos a que esses instrumentos internacionais o vinculam. Cito com exemplo a Convencao sobre os direitos da Crianca, nos seus artigos 3, 6 e 24. Estao ser violados. Estao a arrancar projectos de extracao mineral. Que medidas estao a ser tomadas para que nao sejam violados os direitos humanos e sobretudo os das criancas?
ResponderEliminar