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sábado, novembro 20, 2010

Moçambique, Imagem e Identidade ( 4 )

Por: Abdul Karim, Índia, 19/11/2010

Continuando com analise de Imagem e Identidade de Moçambique, pretendo aqui abordar “conceitos” de publicidade e a dissonância cognitiva provocada pela possível disparidade entre a publicidade e a realidade, na Imagem e Identidade de Moçambique assim, mais duas “definições” próprias:

Publicidade e Dissonância Cognitiva:

Publicidade – difusão ou promoção publica, de um “produto”, normalmente paga pelos “promotores” e veiculada em órgãos de comunicação social.

Dissonância Cognitiva – a percepção de incompatibilidade, que no caso de imagem influencia negativamente, se houver uma disparidade entre a publicidade e a realidade.

Por exemplo, a publicidade que promova as belezas naturais de Moçambique, a estabilidade económica, politica e social, pode aumentar a vinda de turistas, mas Imagem de Moçambique não é a publicidade, mas SIM a percepção do turista em função a realidade de Moçambique, apos a chegada e a “vivência” da experiência no seu todo. Na óptica do turista, o objectivo é o local especifico, o ambiente, e o social do publicitado, mas a imagem de Moçambique para ele, será essencialmente resultado da sua experiência em Moçambique.
E se tivermos situações “muito normais” do nosso social actual, que variam desde policias de transito a “extorquir” dinheiro, mas condições de alojamento, mau atendimento, pouca informação de orientação ao turista, mas vias de acesso ao locais publicitados, um social diferente e muito pobre em relação ao publicitado, então teremos uma situação passível de criar a dissonância cognitiva no turista, com resultados não positivos para Imagem e Identidade de Moçambique.
Tanto maior é a dissonância cognitiva quanto maior for a disparidade constatada pelo turista, entre o publicitado e a realidade.

O caso de “sismo social” de 01/03 de Setembro e a Facim ( 2010 )

Sabe-se que o sismo social de 01/03 de Setembro do corrente ano, foi “derivado” pelo aumento de custo de vida em Moçambique, que resultou pelas fontes oficiais em 18 mortos entre elas crianças, destruições de infrastruturas económicas e a paralisação das cidades de Maputo e Matola principalmente.
A Facim, uma “montra” económica moçambicana, que demonstra também o “crescimento económico moçambicano” de cerca de 7% por ano nos últimos 15 anos aproximadamente, lançando Moçambique para um dos 10 países de topo no mundo em crescimento económico.

A Facim é promovida como o “ponto de encontro” de homens de negocio, e “assente” também na “maquilhagem” de um pais em franco desenvolvimento económico, social e politico da SADC principalmente,

Ora, que constatação poderão ter tido as delegações estrangeiras na Facim 2010, com a sua “interrupção” devido ao “sismo social” de 01/03 Setembro 2010 ?

A possível dissonância provocada pela experiencia terá resultado na Imagem e Identidade de Moçambique, pois o objectivo, neste caso, dos homens de negócios e das delegações internacionais na Facim 2010 tinha como pressupostos a publicidade vinculada quer pela Facim assim como pelo governo de Moçambique,

No caso da Facim 2010, tivemos uma realidade que contrasta com a publicidade de um pais pacifico, e estável do ponto de vista social, económico e politico, pelo nível de violência provocado, e pelas causas do “sismo social”.

Os resultados dessa dissonância provocada nos homens de negócios, podem ir desde a decisão de não investir em Moçambique ate a recomendação nos seus “círculos” de não considerar Moçambique um pais estável social, económico e politico, dentre outros resultados não positivos ate pró turismo em Mocambique.

Note que em termos de Imagem e Identidade de Moçambique, pouco ou nada interfere com o que o governo acha dos manifestantes, mas com a realidade constatada em comparação com o publicitado pela Facim e pelo governo de Moçambique.

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