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quarta-feira, novembro 03, 2010

Composição da CNE

COMENTÁRIO

A Missão de Observação da União Europeia fez notar que “A presença de representantes de partidos políticos na CNE mantém um desequilíbrio em termos competitivos e um acesso desigual à informação.” A Sociedade Civil e outros observadores também defenderam que muitos dos problemas das passadas eleições foram causados por membros de comissões eleitorais e outros funcionários eleitorais actuando com interesses partidários. Assim, a Sociedade Civil recomenda comissões eleitorais verdadeiramente independentes. Mas isto provavelmente não será aceitável para políticos na AR que devem aprovar a nova legislação.
Tanto a Frelimo como a Renamo querem continuar a forte presença partidária. A Renamo acusa a Frelimo de usar o seu domínio do aparelho de estado e níveis mais altos de formação para manipular o STAE e em coisas como a nomeação de membros da CNE vindos da Sociedade Civil. A Renamo defende que precisa mais dos seus membros lá dentro para vigiar a Frelimo e fazer acordos secretos. Apesar de haver provas de fraude e má conduta que acontecem debaixo do nariz de membros da CNE da Renamo e delegados seus nas mesas de voto. A convicção da Renamo de que estará protegida por mais membros do partido é forte e genuina apesar de ser um engano.
A proposta da Frelimo de dar mais poderes eleitorais ao STAE não será aceitável para a Renamo, enquanto a proposta da Renamo de uma máquina eleitoral mais pesada e politizada só vai amplificar problemas do passado e provavelmente não será aceitável por mais ninguém. No passado, a Renamo recusou discutir qualquer outra questão eleitoral sem primeiro politizar a CNE o que nunca foi aceite, mas que permitiu à Frelimo fazer as leis eleitorais perante o boicote da Renamo.
O que vai acontecer desta vez? Depende muito da Sociedade Civil. Será que consegue pressionar por uma CNE menos partidarizada, dando ao mesmo tempo garantias aos partidos da oposição?

Fonte: Boletim sobre o processo político em Moçambique – Número 47 – 27 de Outubro de 2010

3 comentários:

  1. O paradigma da sociedade civil em Moçambique é "treta".
    Não existe sociedade civil, porque o patrão monetário-empregador é a Frelimo, e a Renamo é outro aspirante a patrão.
    Enquanto não "desaparecerem" os "libertadores-dez anos de luta" e os "democratizadores-matsangas".
    Mais dez anitos, aí não há mais antigos combatentes, menos confusão, menos despesa, "talvez" haja menos analfabetos em Moçambique, e o voto poderá ser considerado independente e "sábio", e não dar para enganar ninguém.
    Só o tempo e a educação é que resolverão este dilema-uma verdadeira sociedade civil, económicamente independente, com voto na matéria.
    Um povo analfabeto é fácil ser "comido por uns trocados", um povo que até hoje não sabe diferenciar um político dum militarista, que até hoje não criou distância com os candidatos que têm as mãos sujas de sangue.
    Um povo que vota em nomes de GUERRA, é porque não amadureceu como sociedade civil, ainda gatinha.
    Enquanto isso persistir, não haverá CNE livre de pressões.

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  2. Hehehehehe

    Zicomo

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  3. Anónimo,

    Daqui há 10 anos? Sabes que há jovens que se comportam como ou mais do que esses que se acham donos de Mocambique, por serem libertadores ou democratizadores? Sabes que os filhos dos "libertadores" querem tomar a posicão dos pais com todos os direitos como se fossem fidalgos?

    Acho que não é esperando por desaparecimento deles é lutando desde agora para construirmos uma sociedade civil pura.

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