Enquanto isso, em Maputo o preço do pão sobe devido à escassez de trigo
Manica (Canalmoz) – Cerca de sete mil toneladas de trigo produzidas na província de Manica, na campanha agrícola 2008/2009, não foram comercializadas devido à falta de mercado. Os cereais correm o risco de apodrecer nos celeiros da população, enquanto no resto do país há escassez de trigo.
A informação foi anunciada pelo director provincial da Agricultura de Manica, Dinis Lissave, que diz que o trigo foi usado como recurso para alimentar as populações de outras regiões da província, onde houve problemas de produção de outros cereais como o milho, mapira, mexoeira e arroz.
Segundo a fonte, na campanha agrícola 2007-2008, a produção do trigo naquela parcela do país foi de 1132 toneladas. A fonte acrescenta que nesta campanha, a comercialização foi feita junto dum organismo designado MEREC, mas os produtores e compradores divergiam em relação ao preço.
Na província de Manica, cerca de dois mil produtores encontram-se empenhados na cultura de trigo e na presente campanha agrícola espera-se que a produção desta cultura seja de 8350 toneladas, no quadro do contributo da província para a eliminação do défice do trigo no país.
No entanto, segundo indicou o director provincial da Agricultura de Manica, Dinis Lissave, ainda não há garantias sobre quem poderá se responsabilizar pela compra deste trigo que se prevê que seja produzido nesta parcela do país. A fonte afirma que o sector que dirige está a intermediar no sentido de encontrar uma empresa que se possa responsabilizar por adquirir este volume de produção (8350 toneladas) da presente campanha em Manica, a qual termina no final do mês que vem.
Esta situação acontece num momento em que o Governo central importa o trigo para alimentar a capital do país e outras províncias. O facto revela uma grande desintegração da economia nacional, a falta de infra-estruturas de transporte dos produtos, bem como a incapacidade de quem de direito de mobilizar os recursos nacionais para trabalharem sob a mesma direcção.
A nível daquela província, a cultura do trigo está a ser praticada nos distritos de Gondola, Sussundenga, Manica, Mossurize e Báruè.
A colheita da produção referente à presente campanha está ainda em curso. As autoridades do sector de Agricultura em Manica, segundo o respectivo director, estão a monitorar a colheita e a procura de compradores, tudo sem integração com o resto do país. E depois o governo acusa o povo de não produzir. (José Jeco)
Fonte: CanalMoz - 15.09.2010
Não é só o trigo... a cabeça dos nossos "iluminados" também está a apodrecer. Ou melhor, está podre.
ResponderEliminarZicomo
Depois publicarei aqui o que Fernando Lima escreveu interpelando o discurso do Presidente Guebuza no seu discurso na Zambézia em 2007, dizendo que a pobreza se devia-se à falta de cultura de trabalho por parte dos camponeses. Lima recordou que os camponeses da Zambézia e não só recorriam ao mercado malawiano e assim evitavam que o seu produto aprodecesse.
ResponderEliminarParem de enganar a população. Não ha trigo nenhum a apodrecer em Manica. Esse jornal é de qualidade mediocre.
ResponderEliminarMateus
Caro Mateus.
ResponderEliminarNão basta vir chamar de mentiroso seja lá quem for. Caso tenhas informações que contrariam oque foi noticiado, o mais correcto seria trazer isso ao conhecimento público e não simplesmente se limitar a pôr em causa o orgão que falaou do risco que esse trigo corre. Tenho que lhe chamar atenção ao que meu amigo Mutisse disse e passo a citar:
"o apodrecimento do trigo ganha visibilidade maior pelo período conturbado que passamos que teve no pão (feito a base de trigo) um dos catalisadores dos tumultos.
Não nos deve preocupar APENAS o trigo. Este país tem problemas no que tange ao escoamento distribuicão e/ou uso/processamento de produtos agrícolas. Enquanto, no auge da estiagem, em Manjacaze há gente a morrer a fome, no Niassa, Zambézia e/ou Nampula "oferecem"a producão ao Malawi, ponto mais próximo de venda já que é difícil distribuir para outros pontos do país".
Concordo com o Mutisse que o caso do trigo não é único de produtos apodrecerem por falta de mercado ou escoamento