Apesar do défice: Trigo produzido em Manica não tem compradores
Pelo menos sete toneladas de trigo produzido na província de Manica, centro de Moçambique, na campanha agrícola passada, não foram comercializadas devido a falta de mercado.
Segundo o director da Agricultura em Manica, Dinis Lissave, citado pelo jornal “Diário de Moçambique”, com a falta de mercado, as sete mil toneladas de trigo servem como alimento em diversos pontos da província onde se registou défice de produção de outros cereais.
Esta situação acontece quando a produção de trigo em Moçambique corresponde a apenas cinco por cento das suas necessidades anuais do país. Com efeito, o consumo nacional de trigo é de 437 mil toneladas por ano e o país produz apenas 22 mil toneladas, o que significa haver um défice de cerca de 400 mil toneladas.
Em princípios deste mês, as cidades de Maputo e Matola foram palcos de manifestações violentas que culminaram com a morte de 13 pessoas e o ferimento de outras mais de 150.
Nestes actos, que também se alastraram pelas cidades de Chimoio, Beira e Tete, os manifestantes protestavam contra o agravamento das tarifas de água e de electricidade bem como do preço do pão.
A tentativa do agravamento do preço do pão resultava da subida do valor de compra de trigo no mercado internacional, situação que em parte se deve ao banimento das exportações de trigo por parte da Rússia.
Entretanto, Moçambique sofre porque não tem trigo e também sofre porque não consegue encaminhar a pouca produção nacional deste cereal.
Os dados reportados pelo “Diário de Moçambique” ilustram que a produção de trigo na província de Manica tem estado a aumentar nos últimos anos. Com efeito, na campanha agrícola 2007/2008, a província produziu 1.132 toneladas, quantidade que subiu em mais de 200 por cento em duas épocas agrícolas.
Os cerca de dois mil agricultores dos distritos de Báruè, Gondola, Manica, Mossurize e Sussundenga empenhados nesta cultura de rendimento perspectivam uma produção de 8.350 toneladas na presente campanha agrícola.
Entretanto, ainda há um problema sério na cadeia deste produto, particularmente na componente de comercialização. Os agricultores conseguiram comercializar a produção da campanha 2007/2008, mas agora já não encontram mercado para este cereal.
E parece que o problema ainda vai prevalecer: “até ao momento, ainda não temos garantias sobre quem, de facto, vai se responsabilizar pela compra do trigo produzido na nossa província na presente campanha agrícola que termina no final do próximo mês”, disse Lissave.
As autoridades provinciais não afastam a possibilidade da falta de mercado vir a desencorajar os produtores de trigo a continuarem a apostar nesta cultura de rendimento que tanta falta faz ao país.
Aliás, o director da Agricultura disse que o Governo, tanto aos níveis provincial e central, estão a trabalhar no sentido de ultrapassar o actual problema.
“Na verdade, estamos com muita produção em mão que tem de encontrar mercado de forma a assegurar que os produtores possam intervir com segurança nas próximas campanhas”, disse ele. (RM/AIM)
Fonte: Rádio Moçambique - 15.09.2010
Reflectindo: Estamos a espera que Mateus nos prove que em Manica não há trigo.
É triste que o país produza bem pouco do que precisa(tem potencial para produzir mais), triste ainda é que o puco que se produz seja disperdiçado.
ResponderEliminarAgora estao busy, com a bolada dos subsideos, ate ja comecaram a desviar, 'e so pra padeiros registados que recebem fiscalizacao e pagam multas,
ResponderEliminarTrigo fica pra mais tarde,
Faz-se o que com trigo ? 'e cash ?
E vão surgindo padeiros falsos....amigos do sistema.
ResponderEliminarZicomo
Selecionador,
ResponderEliminar'E Verdade, vai haver grande procura de atestado de padeiro,
Cash 'a vista !
Karim, vê se me colocas nos reserva.
ResponderEliminarQueface,
ResponderEliminarQue reserva, Mano ?
Nao entendi.