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segunda-feira, agosto 16, 2010

Sob forte aparato policial Desmobilizados de Guerra lançam campanha de manifestações

“A intenção dos desmobilizados de guerra é exigir os seus direitos que o Governo da Frelimo está a violar. Não queremos desestabilizar o país porque conhecemos o que é a guerra” - Hermínio dos Santos, presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra “A referida revindicação pública vai ocorrer nas vésperas do dia 25 de Setembro a nível nacional, uma vez que a data é alusiva às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).” - idem
Mais de seis mil desmobilizados de guerra lançaram no último sábado, na Machava-sede, no município da Matola, a campanha que deu início a uma manifestação pública, na qual exigiram, entre outros itens, a regularização e a revisão das pensões, assistência médica e medicamentosa.
Mesmo com a vigia de um intimidador aparato policial, uns fardados e outros à paisana, os desmobilizados não arredaram pé daquele local que passará a ser uma espécie de quartel-general, à semelhança do que fazem os madgermanes, no Jardim 21 de Maio, no Alto-Maé, na cidade de Maputo.
O evento do ‘Fórum dos Desmobilizados de Guerra’ teve duração de aproximadamente três horas e contou com a presença de viúvas e filhos de antigos combatentes, desmobilizados de guerra, elementos da formação política da Renamo.
Segundo Hermínio dos Santos, presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique (FDGM), durante 15 dias os manifestantes vão delinear estratégias com as atenções viradas para o próximo mês de Setembro, em que terá lugar a apresentação pública das suas reivindicações ao Governo.
“A intenção dos desmobilizados de guerra é exigir os seus direitos que o Governo da Frelimo está a violar. Não queremos desestabilizar o país porque conhecemos o que é a guerra”, disse.
De acordo com Hermínio dos Santos, a referida revindicação pública vai ocorrer nas vésperas do dia 25 de Setembro a nível nacional, uma vez que a data é alusiva às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Referira-se que as reivindicações dos desmobilizados de guerra são de há muito tempo e em Setembro de 2008 Hermínio dos Santos e outros 18 colegas foram detidos durante uma marcha e encarcerados no Comando da PRM da cidade de Maputo, por um período de quatro dias.

Polícia não descola pé de Hermínio dos Santos

Hermínio dos Santos que foi detido no fim do dia 9 de Agosto acabou sendo solto dias depois, na última quinta-feira à tarde. De lá para cá a Polícia não o larga. Há agentes da Polícia, alguns fardados e outros a civil, que patrulham a sua residência com os habituais meios bélicos (carros de patrulha e blindados). Sistematicamente, as redondezas da sua área residencial, no bairro do Infulene, arredores da cidade da Matola andam guarnecidas.
De acordo com as suas declarações, alguns agentes, passam disfarçadamente pela sua residência para a filmar. As pessoas que entram e saem de sua casa também não escapam de tal acção.
Entretanto, na passada quinta-feira, o líder dos desmobilizados de guerra esteve para ser julgado, alegadamente por crime de desobediência às autoridades. O julgamento veio a ser adiado. Após tal decisão da juíza foi solto. Esta quarta-feira deverá comparecer de novo no Tribunal Judicial da Machava, na cidade da Matola, capital da província de Maputo. Está previsto para que seja julgado a partir das 8 horas. (Conceição Vitorino)

Fonte: CanalMoz - 16.08.2010

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