Corrupção perpetua miséria dos moçambicanos

Presidente da Liga dos Direitos Humanos (LDH), Alice Mabota, disse ontem em Maputo, que os altos índices de corrupção contribuem para a baixa qualidade de vida dos moçambicanos.

Mabota fez estas declarações durante a reunião do Parlamento Juvenil que ontem decorreu na capital do país, no âmbito das cerimónias comemorativas do Dia Internacional da Juventude que ontem, 12 de Agosto se assinalou à escala global.

O encontro que decorreu sob o lema “ Corrupção em Moçambique: que Desafios para a Juventude “, envolveu membros do Parlamento Juvenil e os representes da Liga dos Direitos Humanos e do Centro de Integridade Pública (CIP).

O evento tinha como principais objectivos abrir um espaço de diálogo juvenil por forma a incutir nos jovens o espírito de luta contra a corrupção, assim como encontrar formas de persuadir esta camada social a participar activamente nas acções tendentes à construção de um Moçambique melhor.

Na ocasião Mabota disse que a corrupção que grassa parte significativa das instituições do Estado tem contribuído de forma negativa para atrasar o desenvolvimento nacional e consequentemente perpetuar a miséria no seio das populações moçambicanas.

Disse que enquanto não se remover o espectro da corrupção, a maioria da população moçambicana estará condenada à viver em condições péssimas, sem acesso aos serviços básicos primordiais para levar uma vida condigna.

De acordo com aquela figura renhecida a nível mundial pelo seu cometimento na defesa dos direitos do Homem, a corrupção é promovida e perpetuada por figuras que ocupam posições de poder tanto político assim como económico no país.

Acrescentou que urge a tomada de medidas com vista a inverter o cenário que para além de retardar o crescimento social e económico, mancha a imagem do país.

Disse igualmente que o facto de estarem figuras proeminentes do governo envolvidas nos esquemas de corrupção, cria condições para que as autoridades competentes não tenham maior campo de actuação para acabar com o fenómeno que tende a crescer.

“Torna-se muito difícil combater a corrupção quando a mesma envolve individualidades influentes da arena politica, especialmente membros do governo, frisou Mabota “.

Mabota imputou a responsabilidade de mudar o cenário aos jovens, sublinhando que, os jovens devem pautar pelo espírito de entrega nas acções viradas para o combate, à corrupção bem como no desiderato da promoção do desenvolvimento.

Num outro desenvolvimento disse que quando se fala de corrupção só se faz referência ao desvio fundos deixando-se de lado os outros tipos de práticas ilícitas com a mesma classificação, especialmente tráfico de influencias que virou modo de vida nos diversos sectores da sociedade moçambicana.

Fonte: Diario do País in Diário de um sociólogo - 13.08.2010