Futuro do administrador de Moma será conhecido dentro de 45 dias

Acusado de má gestão dos “sete milhões”

A ministra da Administração Estatal, Carmelita Namashulua, garante que brevemente haverá uma resposta às denúncias de má gestão e discriminatória do Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD), vulgo sete milhões, contra Daniel Ramos, administrador de Moma. Trata-se de denúncias feitas ao Presidente da República, Armando Guebuza, durante a sua presidência aberta na província de Nampula, que terminou ontem.

A governante revelou que uma equipa de inspecção está a caminho do distrito de Moma, em Nampula, onde vai aferir a veracidade das denúncias e aprofundar a investigação de casos de corrupção, que já chegaram aos ouvidos do Chefe do Estado.

Contra o referido administrador, pesam acusações de prisões arbitrárias a cidadãos que denunciam desmandos que acontecem no distrito.

Em jeito de resposta, Carmelita Namashulua disse que, no prazo máximo de 45 dias, serão conhecidos os resultados da referida investigação e as medidas que deverão ser tomadas em relação ao caso.

A nossa interlocutora acrescentou ainda que este processo vai ocorrer tanto em Moma como em todos os locais onde foram apresentadas denúncias durante a presidência aberta.

“Todas as denúncias que foram feitas pelos cidadãos ao Chefe do Estado serão apuradas por uma equipa criada para o efeito, porque os cidadãos são livres. O que nós fazemos é averiguar, por isso, temos a inspecção da administração local, temos a inspecção das finanças, com as quais trabalhamos em paralelo. Caso seja verdade, há medidas apropriadas a serem tomadas e serão tornadas públicas, certamente”, afirmou Namashulua.

A ministra da Administração Estatal disse, igualmente, que desta vez a investigação vai procurar também apurar por que os governos locais não tomaram medidas em relação aos casos que já eram do seu conhecimento.

“Há reclamações que a população apresentou ao Chefe do Estado. Nas mesmas, elas afirmam que já as tinham apresentado às estruturas locais, vamos investigar por que não as resolveram. Estas pessoas encontram-se nestes cargos e nestes locais em representação do Estado, para resolver os problemas da população, que, na verdade, devem constituir prioridade”, finalizou.

Fonte: O País online - 19.05.2010

Reflectindo: "A ministra da Administração Estatal disse, igualmente, que desta vez a investigação vai procurar também apurar por que os governos locais não tomaram medidas em relação aos casos que já eram do seu conhecimento."

Isto é o que tem me preocupado e no ano passado levantei esta questão aqui no Reflectindo. O que fizeram/fazem os governos provinciais a ponto de este tipo de problemas só se levantar em visitas presidenciais?

Também se pode questionar o trabalho de fiscalização e o papel dos partidos da oposição e sobretudo da Renamo.  Porquê a oposição nunca revelou duma forma sistemática e consistente, a situação lamentável de má governação dos distritos? E o MDM o que faz e fará?