A FORMAÇÃO de professores para o ensino básico vai passar, a partir do próximo ano, a ter uma duração de entre dois a três anos, contra os actuais doze meses, segundo revelou há dias em Nampula o Ministro da Educação, Zeferino Martins, que acrescentou que a medida se enquadra nas reformas em curso a nível do seu pelouro visando, essencialmente, a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem.
Zeferino Martins referiu, no seguimento de uma entrevista concedida ao “Notícias”, que o alargamento dos anos de formação não visa ministrar as mesmas matérias em mais tempo, mas, essencialmente, introduzir novos conteúdos que focalizem a aprendizagem da leitura e escrita dos alunos no nível básico do primeiro grau.
Os alunos graduados do primeiro nível do ensino básico devem dominar a escrita e a leitura com mais perfeição por forma a que possam saber interpretar as matérias das disciplinas profissionalizantes que estão sendo introduzidas nos níveis subsequentes – reiterou o governante, acrescentando que para a concretização desse objectivo, o docente deve estar dotado de competências para o exercício da profissão.
Segundo ele, o modelo actual de formação de docentes em doze meses está provado que não responde aos desafios do Governo de melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem.
O professor terá de apreender ao longo da sua formação que ele é o principal actor da implementação das políticas do Governo viradas para a melhoria da qualidade do ensino que inclui a gestão, conservação e manutenção do edifício escolar e respectivo mobiliário e equipamento.
Zeferino Martins disse que a conservação do livro escolar de distribuição gratuita é uma das matérias que vai merecer uma abordagem no novo modelo de formação de docentes do ensino básico do primeiro nível, pois o Governo está comprometido em reduzir os níveis de destruição.
Revelou que o governo investiu o ano passado cerca de 18 milhões de dólares norte-americanos para a produção do livro escolar de distribuição gratuita, um montante que pode ser reduzido se houver uma correcta gestão e conservação.
Os resultados preliminares de uma avaliação levada a cabo no ano lectivo findo pelo ministério de tutela concluiu que a utilização do livro escolar de distribuição gratuita para a formação das crianças não é eficiente, ou seja, a maioria dos professores do nível básico não ensina os alunos a usar aquele material didáctico, o que influencia na sua qualidade de aprendizagem.
De acordo com o ministro, existe no país um total de 27 centros de formação de professores, onde é graduado todos os anos um total de 11.500 docentes que se candidatam para os cursos com a duração de cerca de 12 meses, depois de concluírem o nível académico da décima classe.
A formação de docentes, no período de dois a três anos, será introduzida de forma gradual nos centros existentes no país medida que visa prevenir situações de escassez de professores nalgumas escolas, pois, a rede escolar nacional continua a crescer mercê do esforço levado a cabo pelo Executivo visando alargar o acesso ao ensino.
No entanto, o total dos efectivos de docentes formados todos os anos não é contratado pelo sector do educação para preencher as vagas nos estabelecimentos escolares espalhados pelo país, situação que fica a dever-se a dificuldades de ordem financeira por parte do Estado para garantir o pagamento de salários.
Fonte: Jornal Notícias - 29.03.2010
Acho bem, se queremos ensino com qualidade que esta comece pelo formador.
ResponderEliminarConcordo Gata.... E sobre isso, muito escrevi!
ResponderEliminarZicomo