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sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Régulos da Beira ignoram administradora

A administradora da cidade da Beira, Cremilda Sabino, acusa os régulos da cidade com o mesmo nome de se oporem a ser reconhecidos por si como representantes do Estado, conforme manda a lei.
Cremilda Sabino, visivelmente agastada com a situação que, segundo disse, se arrasta há mais de um ano, referiu que os régulos da Beira sempre se manifestaram contra o processo do seu reconhecimento, que culminou com a atribuição de símbolos, insígnias, fardamento e salários do Estado.
“Não sei efectivamente o que se passa com as autoridades tradicionais desta cidade. Tudo temos feito há mais de um ano para reconhecê-los, mas nada acontece. Por vezes, indicam claramente que não estão interessados. marcamos encontro mas não aparecem. Às vezes, aparecem e na hora das cerimónias levantam-se e vão embora. Alguns já entregaram a documentação, mas não aparecem para o seu reconhecimento”, disse Sabino.
Contudo, Cremilda Sabino disse que o mesmo cenário não acontece quando se trata de trabalhos para o bem da comunidade onde, por incrível que pareça, o regulado está lá”.
Questionada sobre as razões deste comportamento por parte do regulado da Beira, a administradora disse não saber, mas que a instituição sob sua tutela vai continuar a trabalhar para o reconhecimento dos mesmos”.

DAVIZ SIMANGO RECONHECE REGULADO

As divergências entre as autoridades tradicionais na Beira e as estruturas administrativas são antigas.
Quando a cidade da Beira completou 100 anos, em Agosto de 2007, uma das cerimónias que marcou a data foi o reconhecimento dos régulos por parte do Conselho Municipal da Beira (CMB), orientada pelo actual edil, Daviz Simango. Na ocasião, os régulos receberam fardamentos, insígnias, telefones celulares e motorizadas e o CMB fixou um certo valor como subsídio mensal, que não conseguimos apurar. Desde lá até cá, os régulos tem mantido estreita ligação com o município da Beira, facto que faz crer a opinião pública de que o comportamento dos régulos tem que ver com o bom relacionamento que têm com a edilidade da Beira. O esforço de ouvir a reacção do regulado redundou em fracasso.

Fonte: O País online (11.02.2010)

Reflectindo: Uma boa matéria para debate partido da história sobre os régulos e regulado e não menos no período pós independência. Depois podemos voltar ao debate sobre administradores municipais - uma dupla administracão para que objectivos? Porquê Alfredo Matata na Ilha de Mocambique e Chale Ossufo em Nacala-Porto, antigos administradores daqueles municípios, são hoje presidentes dos respectivos municípios?

5 comentários:

  1. Hummmm!!! Ai esta'! Quem sao administradores no seio dos Municipios e para que servem? Sao Muleques da Frelimo com objetivo de intereferir nos poderes dos Presidentes dos Municipios dirigidos pela oposicao. Mas porque? Lamento muito com a Frelimo que nem se quer quer aprender e mudar de politica para bem. Os regulos estao agindo bem , pois nao precisam de subordinarem em duas autoridades. Os regulos sabem que servem ao povo e dai se subordinarao a uma autoridade saida de voto do povo da Beira.

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  2. Kimuana Amomu

    Ehali sheni? Dei uma oportunidade aos frelimistas para interagirem comigo ou com todos que sabem sobre o regulado. Também quero discutir sobre as administrações da Frelimo nos Municípios que só servem para combater a pobreza usando o cartão da Frelimo.
    Infelizmente, os meus amigos frelimistas driblam no tema.

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  3. Linette

    Que resumo!!!

    As vezes é bom poupar tudo o que a pessoa tem.

    Antes destes artigo, eu havia acompanhado o (um) Nwana Matsuva na a escrever coisas no o País sobre fartamento... Mais o mais interessante é de estes régulos serem moralmente exemplares - eles não se fazem de duplos e recusam-se de os serem.
    Está confirmado que eles trabalham para o bem da comunidade e o que não querem é serem frelimizados.

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  4. verdade! os que são coerentes, pagam pela sua coerencia!
    A coerencia é o fantasma das mentes pequenas!!!
    frelimo não entende isso!

    A autoridade tradicional que não aceita ser comprado pela frelimo, fica fora dos benefícios do governo, mesmo assim, mantem-se fiel a sua posição dizendo de que:

    " Um regulo não precisa se filiar ao partido frelimo para a exercer as suas funções."

    Pena que nossos investigadores não vão ao terreno recolher estes dados para poderem continuar a escrever a historia tal como ela é.

    Nem o descreto 15/2000 do conselho de ministros os assuntou.
    O interessante é que, eles apenas colaboram com tudo que beneficie a comunidade.
    Mas uma reunião dirigida pela frelimo!
    Nem pensar...
    este fenomeno vem-se desenvolvendo deste o AGP

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