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terça-feira, fevereiro 16, 2010

Oposição pede a Aires Ali para retirar células da Frelimo no Aparelho do Estado

Durante uma audiência no Gabinete do Primeiro-Ministro

Maputo (Canalmoz) – Depois de terem vindo a público mostrar o seu repúdio pela existência de células da Frelimo nas instituições do Estado, o grupo dos partidos extra parlamentares, denominado G12, voltou ontem, em audiência que lhes foi concedida pelo primeiro-ministro, Aires Ali, a pedir para que o Governo mande retirar as células do partido Frelimo que se encontram a funcionar nas instituições públicas e a usar recursos do Estado.
Para a oposição, a criação de células partidárias nas instituições do Estado, faz com que parte do tempo que seria gasto em prestação de serviço ao público, seja usado para discutir assuntos do partido Frelimo.
Segundo Francisco Campira, representante do G12, para além do ponto acima, o encontro com o PM visou igualmente a Educação, Desporto, Defesa e Segurança e Economia.
No que respeita à Educação, segundo disse, falou-se da qualidade do ensino e foi defendido pelo grupo que a distribuição do livro escolar e o acesso aos materiais didácticos deve beneficiar todos os estudantes.
Quanto a Defesa e Segurança falou-se da questão da marginalização de alguns sectores em detrimento de outros. Segundo referiu Campira, os agentes dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) tem melhores condições de trabalho e remuneração do que os da Polícia. O grupo pediu ao PM para assegurar tratamento igual aos do SISE para os demais. Referiu que tratamento desigual explica o desinteresse no combate ao crime e manutenção da ordem e tranquilidade públicas que se nota em certas forças.
No tocante ao Desporto, foi referido que a elevada atenção e apoios que se têm dado ao futebol, principalmente aos Mambas, tem de passar a ser também dada pelo Estado, mais concretamente pelo Governo, às outras modalidades. No entender do G12 os outros podiam trazer títulos para o País.
Já quanto à Economia, segundo Campira, falou-se da questão do aproveitamento sustentável que os recursos naturais de que Moçambique dispõe poderiam proporcionar. “Temos muito camarão, caju, copra entre outros produtos cujo rendimento não está a servir para os moçambicanos”, disse Campira.
Reagindo às questões apresentadas pelos membros da G12, o primeiro-ministro louvou a iniciativa e disse que o Governo acolhe todas as preocupações daquele grupo de partidos políticos, e que vai analisar todas elas, de modo a dar o seu parecer.
Em relação a economia, Ali disse que é preciso muito trabalho e uma atitude pró activa, por parte de todos os moçambicanos, e só daí é que os resultados poderão aparecer.

(Matias Guente)

Fonte: CanalMoz (2010-02-16), foto do Jornal Notícias (16.02.2010)

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