Na província de Gaza
A população mostra-se agastada com a recondução do actual governador, Raimundo Diomba, por considerarem que não trouxe avanços àquela província.
A recondução de Raimundo Diomba ao cargo de governador de Gaza está a causar um mal-estar no seio de alguns sectores da sociedade. Em causa está o facto de durante o mandato de Diomba, Gaza não ter registado avanços notáveis na área de desenvolvimento sustentável.
Este sentimento foi manifestado ao “O País” durante uma ronda feita por este jornal junto aos residentes de Gaza para colher as sensibilidades face à renomeação do actual governador da província.
Se a população, por um lado, critica a forma como o governo provincial dirigiu a província em termos sócio-económicos e políticos, por outro, critica-o por não ter dado “ouvidos de mercador” às reais preocupações do povo, tudo por falta de responsabilidade e responsabilização do elenco de Diomba. Ademais, o eleitorado de Gaza entende que os governadores não devem ser nomeados apenas por afinidades partidárias, mas por competências.
O economista Luís Sarmento, residente da província de Gaza, disse que a província precisa de um dirigente mais proactivo, diferente e realmente engajado nas adversidades do povo.
“Eu sinto que a província de Gaza ainda precisa de um governante igual aos que por aqui passaram antes de começarem com esta historieta de levar e colocar dirigentes só por confiança política”, disse Sarmento, acrescentando que “tendo em conta o desempenho do nosso governador neste mandato que terminou, teria apenas a dizer que houve um pouco de ponderação por parte do nosso Chefe do Estado ao reencaminhá-lo como governador de Gaza”.
NO DESENVOLVIMENTO
Os residentes desta província mostram-se reticentes em relação ao desenvolvimento da província de Gaza, pois, segundo eles, há muitos serviços básicos que ainda são uma utopia, desde o fornecimento de água às dificuldades de transporte, passando pelo estado deplorável das vias de acesso.
Por outro lado, a socióloga, Virgínia Sitoe, avaliando o mandato de Raimundo Diomba, disse que a actuação do governador de Gaza esteve muito aquém do esperado.
“A província de Gaza precisa de um outro ímpeto de desenvolvimento. O governo provincial precisa de um acompanhamento que lhe dê o dinamismo necessário. Mais, este governo para nada mais serve senão um simples assistente que participa em eventos de concentração popular como, por exemplo, inauguração de algo, como forma de conquistar popularidade política dos nossos dirigentes”, ressalvou Sitoe.
Um dos problemas que suscita revolta da população daquela parcela do país tem a ver com os falhanços na implementação de projectos de desenvolvimento. A título de exemplo, citam-se os projectos de exploração de areias pesadas de Chibuto e PROCANA, cuja paralização ainda não foi devidamente explicada às populações daquela província do sul do país
Fonte: O País (29.01.2010)
Adenda: durante a visita do Presidente Guebuza, no dia 11 de Junho de 2009, por sinal a sua última no mandato anterior, a província de Gaza reportou que teve um crescimento económico substancial. Nessa altura Raimundo Diomba apresentou números fabulosos como se pode ler aqui.
O problema de Gaza, e' tribalismo exacerbado!! A Frelimo sabe bem disso, por isso nos ultimos tempos, tem evitado ao maximo nomear um nativo para dirigir a provincia, para ver se a sua populacao abraca uma visao mais alargada do pais.
ResponderEliminarDiomba foi rejeitado, mesmo antes de completar uma semana no seu primeiro mandato!! Quem quiser, pode pesquisar, inclusive aqui na blogsfera, postagens de reputados senhores, a lamentar a nomeacao daquela figura para a "sua" provincia!
Se, de facto, as suas reivindicacoes em relacao ao desenvolvimento da provincia sao legitimas, pelo menos, gente aparentemente instruida, a avaliar pelos "titulos" dos entrevistados, deveria ter a nocao que projectos da envergadura de um Procana ou Areias Pesadas de Chibuto, sao aprovados pelo Conselho de Ministro!!
Caro Jonathan, o Eliseu Machava estah a ser contestado em Cabo Delgado por ser de Gaza? Bimbe foi rejeitado no Niassa por ser do Sul? Porque eh que o governador mais venerado em Gaza nao era de lah natural (Pateguana)? Porque eh que Pelembe, que parece ser de Gaza, foi completamente rejeitado naquela provincia ao ponto de desaparecer politicamente? Quando um dirigente de Gaza eh rejeitado no norte isso eh patriotismo? Quando um dirigente do norte eh rejeitado em Gaza isso eh tribalismo? Haveria coerencia nessa forma de julgamento? Por ultimo, Aurelio Manave foi rejeitado no Niassa por ser de Gaza?
ResponderEliminarСпасибо понравилось !
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