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sexta-feira, janeiro 22, 2010

Diálogo aberto: PR almoça com Deviz na Ponta Vermelha

O Presidente da República, Armando Guebuza, almoçou ontem, a seu convite, no Palácio da Ponta Vermelha, em Maputo, com o presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Deviz Simango, ensejo que propiciou a troca de ideias sobre vários temas da vida política, económica e social do país. No final do encontro, Deviz Simango disse a jornalistas que o diálogo aberto e a troca permanente de ideias entre os moçambicanos são fundamentais para a construção de um Estado de direito democrático que o país almeja.
Entretanto, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que fora igualmente convidado ao evento, não se fez presente por razões desconhecidas.
Deviz Simango, que foi à Ponta Vermelha acompanhado da esposa, disse que na conversa com o Chefe do Estado, que também se fazia acompanhar pela Primeira Dama, foram abordados com particular enfoque aspectos sobre o funcionamento da Assembleia da República, onde o MDM está representado por apenas oito dos 250 deputados eleitos para aquele fórum.
Sobre esta questão, o presidente do MDM disse ter manifestado ao Chefe do Estado o desejo de o seu partido se constituir em bancada parlamentar, para o que disse acreditar que esta preocupação irá merecer a necessária atenção, tanto por parte do Chefe do Estado, como das outras forças políticas presentes no Parlamento.
Sabe-se que pelo regimento da Assembleia da República só pode constituir bancada parlamentar o partido que conseguir eleger um mínimo de onze deputados. A Constituição da República não define nenhum comando específico sobre esta matéria, remetendo ao regimento a regulamentação do assunto.
“Trocamos ideias. Não chegamos a falar das eleições, mas falamos sobre a necessidade de trabalharmos juntos para o desenvolvimento do país. Estamos de acordo em que precisamos de juntar esforços e ideias para acelerar o desenvolvimento”, disse Deviz Simango.
Ainda de acordo com este político, do encontro ficou clara a vontade de as partes manterem o ritmo de debate de ideias, assumindo que só com o diálogo, se pode construir um verdadeiro Estado de direito.
O presidente do MDM disse ainda que o Chefe do Estado destacou a necessidade de todos se envolverem nas tarefas de desenvolvimento do país, ao que Deviz Simango disse ter dado garantias de que o seu partido vai colaborar com todas as instituições democráticas e continuará a trabalhar na promoção do bom nome de Moçambique, tanto dentro, como fora das suas fronteiras.
Outra das preocupações do MDM que o seu presidente transmitiu ao Presidente da República relaciona-se com a necessidade da despartidarização das instituições públicas, gesto que, na sua óptica, pode ajudar a eliminar parte dos constrangimentos que actualmente marcam a prestação de serviços aos cidadãos.
Instado a comentar a ausência do líder da Renamo no almoço, Deviz Simango declinou a fazê-lo, alegando que, desconhecendo as razões da não comparência de Afonso Dhlakama, não estava em condições de emitir qualquer comentário sobre o assunto.
"Nós vamos continuar com o debate e acordamos que este tipo de encontros poderão se realizar a pedido de qualquer das partes ao longo do tempo, porque entendemos que é com o diálogo, com o debate que se constrói uma sociedade democrática”, disse Deviz Simango.

Fonte: Jornal Notícias (22.01.2010)

13 comentários:

  1. Espero que o almoco n tenha sido para o PR Escovar a comunidade internacional dando uma boa impressao de que em Mocambique Existe uma boa democracia........

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  2. Seria...interessante para a democracia no País se o PR tivesse escutado o G19 no encontro que teve no seu gabinete de trabalho no decorrer da polémica criada pela CNE, a quando a retirada injusta do MDM da corrida eleitoral.....
    Pelo nosso investimento, dedicação, bravura na execução dos nossos trabalhos com as diversas camadas sociais, pelos eleitores excluídos nessas províncias; foi uma grande tristeza!
    Porquê que o PR não teve o bom senso de escutar os apelos vindos dos diversos quadrantes da sociedade civíl, estrangeira (G19),Comunicação social entre outros actores?
    O País, os Moçambicanos só saíriam a ganhar com INCLUSÃO E NÃO ESXCLUSÃO.
    O Almoço!!! em minha opinião é um acréscimo ao "filme" por todos nós vivido,o PR usou a arte da diplomacia.
    Não deixou de ser interessante! em Estados modernos assim se faz!
    É preciso criar esse clima no País, unidade na diversidade mas também fazer-se um esforço de se dar a importancia e ouvidos as exigencias da inclusão onde os Moçambicanos só tem a ganhar.
    Não só com gestos, mas com acções concretas dessa tentativa de união na diversidade!
    Que se continue com os canais ora criado em benefício da inclusão,e dos problemas que afectam ao desenvolvimentos, exclusão social polítca e economica desde do pequeno campones até ao mais alto nível, eclusão essa que todos nós conhecemos e vivemos no nosso dia a dia!

    Linette Olofsson

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  3. Caros

    O Sr Dlakama perdeu uma oportuidade soberda para dizer e de caras, ao chefe de Estado o que tanto diz aos escribas...

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  4. Caro anónimo,

    Seja como for o almoco tinha muitos interesses entre eles escovar a comunidade internacional, promover a Frelimo e a si mesmo (Guebuza), a razão pela qual a imprensa esteve presente. Acho que Daviz estava consciente nisso quando decidiu ir para lá e como tal, ele deve ter o capitalizado.

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  5. Cara Linette,

    Naquela altura Guebuza não podia escuta a quem quer que seja se fosse contra o que ele e a sua ala tinham projectado. Talvez se o povo tivesse saido à rua.

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  6. Caro o último anónimo

    Eu também acho que Dhlakama devia ter ido para lá.

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  7. Este convite foi marketing político (incluindo todas as técnicas da publicidade). Armando Guebuza, tentou utilizar a forca das imagens e palavras para influenciar a opinião dos doadores. A sua intenção foi reabilitar a mau imagem da nossa administração pública e faz nos esquecer a partidarização da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e do Estado. Mas a imagem pretendida de uma “reconciliação” entre as “estrelas” do show com certeza não tive muita relevância pelos membros do Grupo 19, que devem acabar imediatamente com o desvio de recursos estatais para as campanhas eleitorais do partido no poder. Concordo com os G 19, nossa situação orçamental é grave. Não devemos voltar ao modelo em que o governo decide livremente sobre a utilização dos apoios directos para o aluguer de carros de luxo, limusinas, aviões e helicópteros. É preciso controlar melhor a aplicação financeira do apoio orçamental dos G 19. Nunca mais devem se repetir eleições tão manipuladas como as de 28 de Outubro.

    Carolina Tembo

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  8. O discurso de inclusão do PR aquando dasua tomada de posse começa a transformar-se em realidade. Boa postura a do Sr Daviz Simango em ter aceite o convite do mais alto Magistrado da Nação. Dhlakama perde sempre uma oportunidade de dar a cara no cenário político Moçambicano.
    Espero que estes sinais de abertura se reflictam no fortalecimento da democracia e da inclusão.

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  9. Caro Basílio

    Quanto ao discurso de inclusão, eu cá estou a espera de um programa concreto que me permita avaliar se se está ou não sendo cumprido ao nível nacional. Acho ser algo importante para ser conhecido concretamente pelas estruturas de base.
    No início do mandato passado houve um encontro igual mas que do resultado ninguém se lembra. O culpado pode não ser o Presidente da República, mas dos convidados, já que um deles pareceu-me nunca ter entendido que aquele era almoço de trabalho e que o relevante teria sido discutir a nação. Em abono de verdade não me lembro de qualquer questão colocada no almoço de 2005. Porém, desta vez Daviz Simango colocou ao PR, duas questões muito importantes: 1) respeito por aqueles que votaram nos oito deputados do MDM. Dir-se-á que o assunto é da Assembleia da República, mas ele foi colocado de formas que a própria AR o conhecesse; 2) a despartidarizacão da função pública - aqui não há espaço para manobras. É um assunto que só ele, o PR, pode dar uma melhor resposta.

    Nós esperamos arduamente da resposta do Presidente da República.

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  10. Reflectindo,
    O Presidente já demonstrou que está aberto ao diálogo com a oposição. Em Relação ao respeito pelos 8 deputados eleitos pelo MDM penso que a constituição os protege. Imagino que o MDM esteja preocupado em constituir bancada parlamentar, mas aqui voltamos à questões de lei que precisam ser revistas e o órgão legislador tem mandato para tal.

    Despartidarização da função pública é um aspecto debatido dentro da própria frelimo há anos que eu saiba, e agora assumido pela oposição. Neste ponto é preciso saber-se claramente o que é isso de despartidarização ou partidarização. eu pessoalmente ainda não consegui delimitar claramente esse conceito.

    O Mais importante é que há uma abertura ao diálogo e isto é de salutar para a nossa jovem democracia.

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  11. Caro Basílio

    A preocupacão é exactamente essa de o MDM constituir uma bancada. E, afinal isso não significa apenas ter uma cadeira para se sentar na Assembleia da República. É muito mais do que isso. É só imaginarmos o que foi na sexta-feira, ter um minuto para falar.
    O outro ponto que aponto como importantíssimo é que as coisas tenham que ser bem claras de maneiras que o pessoal de Ocua/Chiúre, p. ex. entenda. Veja que não vai surpreender-me/nos em ouvir que alguém foi preso por ter vestido uma camisola com imagem do líder da oposicão. Não discutimos sobre o ambiente da capital do país. O ambiente político á mais estagnado nas províncias, distritos, localidades e isso pode-se dever à falta de clareza. Portanto, que facamos accões viradas para interior do país e não o exterior.

    Quanto à despartidarizacão da funcão pública é bem possível que o meu amigo Basílio saiba da sua discussão dentro da Frelimo. Mas eu e demais sabemos só o que a oposicão tem se queixado apresentando nomes de vítimas da partidarizacão da funcão pública. Eu não gostaria que se visse isto como uma queixa do MDM, mas da oposicão, da sociedade civil, da imprensa, senão fica um assunto novo. Eu tenho aqui no Reflectindo postagens sobre o assunto que vêm desde 2006 e conheco outros arquivos. Pode ser que a oposicão nunca tenha colocado a questão duma maneira muito clara e muito menos para promover um debate sério sobre a questão. Quando dizes que não conseguiste delimitar o conceito despartidarizacão, dou-te o direito à razão - muitas vezes "esquivamos" o debate sobre este assunto. E vamos debatê-lo com seriedade? Eu posso elaborar um texto sobre partidarizacão/despartidarizacão, se for a questão.

    Amigo, não concordo totalmente contigo que uma sentada em mesa redonda de Guebuza e Simango seja o mais importante, isso que chamaste de diálogo. Achas que pelo facto de a Frelimo e Renamo terem tido um diálogo intensivo entre 1990 a 1992, os mocambicanos usufruiam a paz nesse tempo todo?
    Para mim, meu caro amigo, o MAIS IMPORTANTE é o fruto desse diálogo. Portanto, não basta que Simango tenha colocado algumas questões a Guebuza que até calham ser do conhecimento do último. O mais importante é que haja resposta satisfatória a essas questões.

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  12. Reflectindo

    Elabore sobre partidarização do Estado, sobre conceitos e o debate actual...depois voltaremos ao assunto.

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