O governo de Nampula está a negociar com os homólogos das restantes províncias a possibilidade de absorverem os docentes formados nas diversas instituições de ensino superior da capital provincial, em troca dos que acabam de graduar nos Institutos Primários e outras instituições similares. A medida visa, por um lado, oferecer oportunidades de emprego aos jovens recém graduados na cidade de Nampula, actualmente com sete instituições superiores, e, por outro lado, resolver o problema da falta de professores com que se debate o sector de Educação e Cultura nesta região.
Segundo Páscoa de Azevedo, directora de Educação e Cultura, a falta de professores, sobretudo das disciplinas de Matemática, Física, Química, Biologia, Desenho, Inglês e Francês, constitui um dos maiores constrangimentos na província. Para minimizar esta situação, o sector recorre ao sistema de turno e meio e de horas extras, apesar desta prática estar a contribuir para a fraca planificação de aulas por parte dos respectivos professores.
A fonte disse que no próximo ano lectivo, a iniciar oficialmente a 18 de Janeiro, Nampula irá contar com cerca de 1.800 novos professores para o ensino primário e pouco mais de 150 dos níveis um e dois, respectivamente, número que, entretanto não deverá cobrir as necessidades da província, que contará com um universo de mais de um milhão de alunos, portanto, uma ligeira subida, em relação ao ano lectivo 2008.
De acordo, ainda, com aquela responsável, a província de Nampula está a obter resultados assinaláveis em quase em todas as áreas, sobretudo, na componente de infra-estruturas. Para além do progressivo aumento do numero da salas de aula, foram melhoradas algumas escolas construídas com material precário. Fonte: Wamphula Fax (22.12.2009) retirado do @Verdade.
Adenda 1: Segundo o Notícias, na sua edição de 21.12.2009, pelo menos dois mil dos 13 mil professores graduados este ano em diferentes instituições de formação no ramo de docência do nosso país não serão contratados devido à falta de cabimento orçamental. São dados que foram tornados públicos pelo director nacional adjunto dos Recursos Humanos para a área de Formação de Professores junto do Ministério de Educação, Joaquim Matavele durante a cerimónia de graduação de 223 docentes do ensino básico da Escola de Formação do Professor do Futuro em Nhamatanda, em Sofala. Segundo aquele dirigente os dois mil professores vão ter que procurar a sua sorte em outros locais, nomeadamente em escolas privadas ou outras áreas com algum enquadramento da sua profissão.
Adenda 2: do trabalho de Manuel Francisco Lobo e Ismael Cassamo Nhêze, sob o títuto “Qualidade de Ensino no Ensino Primário", encomendado pelo Movimento de Educação Para Todos (MEPT) consultar aqui. pode-se ler a situação dos professores nas páginas 20-26. O tema está em debate no blog do Professor Carlos Serra a conferir aqui.
Adenda 3: em Outubro de 2008, Chacate Joaquim, publicou uma postagem no Críticas e Reflexões, sobre o pronunciamento do director provincial de educacão em Inhambane, no qual dizia que quem se formar sem autorização da Direcção Provincial de Educação em Inhambane não será pago pelas habilitações que tiver reunido nessa formação. porque quem deve programar a formação dos Professores é esta Direcção"
Adenda 3: em Outubro de 2008, Chacate Joaquim, publicou uma postagem no Críticas e Reflexões, sobre o pronunciamento do director provincial de educacão em Inhambane, no qual dizia que quem se formar sem autorização da Direcção Provincial de Educação em Inhambane não será pago pelas habilitações que tiver reunido nessa formação. porque quem deve programar a formação dos Professores é esta Direcção"
esses nossos jornalistas!!!! Escrevem SITUAÇÃO com C.
ResponderEliminarLúcia
O nosso problema é que custa-nos identificar o problema, houve tanta consultoria para encomendar "formatação" de professores, hoje a solução virou problema. lembra-se deste facto aqui? http://intelectualismoadministrati.blogspot.com/2008/10/formao-de-professores-em-exerccio-ameaa.html
ResponderEliminarMuito obrigado mano Chacate por teres me recordado desta tua postagem. Vou inserí-la nesta postagem como adenda 3.
ResponderEliminarLúcia, desculpe-me! Fui eu a cometer o erro por razões que não sei bem explicar, mas penso que foi quando eu estava a mudar as letras dos substantivos do título e como os dois primeiros começam com C, prontos, ficou um hábito.
ResponderEliminarDesculpado Reflectindo,
ResponderEliminaro problema dos nossos dirigentes é falta de planificação. Tudo quanto fazem parece um teste.
Lúcia
Sem maka Lúcia.
ResponderEliminarDe facto, o problema é de falta de planificação, coordenação e o desconhecimento quanto for melhor e desculpável, desinteressante quanto for pior do impacto. Recordo-me de algo que aconteceu nos finais de 1980 com o início do Programa de Reabilitação Económica (PRE). Houve uma exigência do FMI, BM e doadores para um apertar cintos no Aparelho do Estado. Em cumprimento dessa exigência, em Nampula correu-se à expulsão/desvinculacão de alguns professores do MEC. Portanto, o professor de má fita com qualquer direcção distrital foi desvinculado. O que teriam pensado essas direcções? Que tinham professores suficientes e por quanto tempo? Como teriam as respectivas escolas solucionado as vagas deixadas pelos professores desvinculados? Com certeza enchendo as turmas dos restantes. CONFESSO que naquela altura reflecti muito pouco sobre isto o que hoje não faço.
Mas também podemos imaginar de alguma CHANTAGEM em relação aos professores como a quem um dia será o bode expiatório. Quanto aos professores recém-formados, já podemos imaginar de como estão a lutar para não pertencerem no grupo dos dois mil que não poderão ser contratados.
Eu entendo e quero entender assim mesmo que quando se fala de apertar cintos ou racionalizar os recursos no Estado, a primeira medida seja de reduzir o número de ministros e vicê-ministros, direcções provinciais, distritais, reduzir viagens dos governantes muitas das quais são um simples show-off. Devem haver sectores de que podemos morrer a defendê-los por serem vitais. É o caso da Educação, Saúde, sobretudo a saúde infantil, o da segurança pública, isto é a polícia, entre outros.
Abraço
Dizes bem Reflectindo: exigencia do Banco Mundial, FMI e doadores.
ResponderEliminarEsses grupos são autenticos cancros para nossa sociedade. Eles foram responsaveis pela queda na exportação da castanha de cajú, recorde-se que Moçambique era o maior exportador mundial.
Infelizmente o governo Moçambicano não tem sabido reagir as pressões desses grupos.
Muitas vezes, por falta de clareza, andam a reboque dessas instituições.
Por exemplo, apesar de detestar a Frelimo, não compreendo porque o G19 aparece com a ameaça de congelar o apoio em função da clarificação dos procedimentos eleitorais.
Eu fui delegada de mesa por parte da Renamo, nas eleições de 1999, assisti a coisas horriveis. Relatamos e o G19 virou-nos as costas.
Sinceramente, as falcatruas das eleições de 1999 foram largamente superiores as de 2009.
Lúcia
Lúcia, tocas um ponto de que um dia eu gostaria de desenvolver, mormente o de níveis de fraudes em diferentes actos eleitorais, a postura da comunidade internacional perante os factos, o papel dos partidos da oposicão em actos eleitorais, a razão do fracasso da Renamo desde as segundas eleicões gerais 1999), entre outros assuntos. Garanto-te que sei do que falo e falarei. Mas deixo isto para um tem apropriado ou para uma conversa entre tu e eu.
ResponderEliminarQuanto ao doadores em si, alinho ao ideal de Dambisa Moyo, James Shikwati e outros africanos que não consideram donativos uma via de desenvolvimento. Ainda não há quem tenha provado que donativos ajudaram algum país a desenvolver-se. Os que clamam por eles têm as suas razões particulares, acho eu.
Geralmente, não considero existência de alguma ameaca dos doadores, mas o que há é uma pressão sobre os que estão no terreno em Mocambique - os funcionários das agências de doacões. Infelizmente muitos mocambicanos confundem essas agências com governos dos seus países. Um exemplo da pressão é este da ASDI. Na Suécia o debate entre o governo e Agência Sueca de Desenvolvimento Internacional (ASDI em sueco SIDA) é uma batata quente, pois o Governo levantou ao máximo a fasquia de controle e ASDI acha-se quase incapaz de cumpri-lo. Uma coisa que muitos mocambicanos ligados ao poder é de não entenderem que ao longo do tempo todo, os pagantes de impostos nos países doadores foram se apercebendo do que se passa com os seus impostos que por solidariedade aos pobres, são enviados aos nossos países.
Mais um exemplo: o desvio de fundos doados pela Suécia pelo ex-Ministro da Educacão em Mocambique foram amplamente debatidos na TV sueca que em Mocambique. E, regularmente se discutem esses assuntos que são trazidos por jornalistas o que sufoca aos funcionários de ASDI, mais do que os desviantes/corruptos pensam. Confesso que há vezes que tenho pena dos funcionários das agências de fundos de desenvolvimento nos países em desenvolvimento pelo facto de não serem compreendidos nos dois lados.
Festas Felizes para ti e a família.