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domingo, julho 26, 2009

Manuel de Araújo em entrevista exclusiva ao Canal de Moçambique:SISE e Frelimo usam imprensa para destruir oposição (1)

Um dos mais notáveis deputados da Assembleia da República na presente legislatura Manuel de Araújo acompanha a vida política do País a par e passo. Nesta entrevista exaustiva ao Canal de Moçambique, fala do Parlamento moçambicano, que o considera “irmão mais pobre” dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judicial). Diz que no actual sistema de eleição dos deputados, o Parlamento estará sempre ao serviço dos partidos políticos e não dos cidadaos (povo).
Considera que a Assembleia da República não desempenha, com zelo, nenhuma das suas tres funções. Acusa os doadores de terem substituído a Assembleia da República na fiscalização das acções do Governo.
Sem evasivas, Araújo torna-se num dos poucos, senão primeiro deputado a falar do SISE em entrevista a comunicação social. Aventa a possibilidade de o Serviço de Informação e Segurança do Estado estar a usar a imprensa para destruir partidos de oposição. Eis Manuel de Araújo em discurso directo.

Por: Borges Nhamirre

Como avalia o desempenho da Assembleia da República na presente VI legislatura?
Manuel de Araújo (MA)- Penso que foi o desempenho possível, dadas as circunstâncias e condições, quer humanas, quer em termos orçamentais. A nossa AR tem o potencial para fazer três vezes mais o que tem estado a fazer. Para que isso aconteça existe a necessidade de rever o modus operandi da Casa do Povo. É importante que a sociedade defina o que quer com aquela casa, pois a continuar assim acabaremos matando uma das pedras mais importantes da nossa democracia. A sociedade civil, os jornalistas, os partidos politicos, os jovens, as mulheres, os académicos, as minorias devem reverse na nossa AR. A AR deve ser o espelho da sociedade. Como sabe, a AR tem três funções fundamentais: a representativa, legislativa e fiscalizadora. Infelizmente, nenhuma destas funções é feita cabalmente por razões estruturais internas da própria Assembleia, mas também por razões estruturais e conjunturais externas.
A AR nos moldes actuais é prisioneira dos partidos politicos. É importante que ela se autonomize para que possa exercer cabalmente as funções que a Lei Mae e a sociedade esperam dela. Os deputados devem libertar-se para que possam libertar o povo!
A ser continuada

Nota: a entrevista foi conduzida pelo jornalista Borges Nhamirre do Semanário Canal de Mocambique

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