Retirado na íntegra do Savana
Escrito por Emídio Beúla
Uma gripe inviabilizou a primeira aparição pública de Daviz Simango no comício organizado na tarde de último sábado pelo seu partido no putativo campo da Mafalala, na cidade de Maputo. Isso depois de ter orientado na manhã do mesmo dia a inauguração da sede da delegação do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) ao nível da capital moçambicana na rua que dá acesso ao que se pode considerar de monumento da economia informal do país: o mercado de Xipamanine.
Em Maputo o nome do filho de Urias Simango (primeiro vice-presidente da Frelimo e mais tarde “traidor” da causa nacional) não arrastou as multidões que lhe são características em missões políticas na Beira. Mas foi um público razoável e suficiente para transformar em hipótese a curta esperança de vida que os opositores do MDM avançam como dado adquirido. No seio dos presentes, os membros e simpatizantes do movimento distinguiam-se dos curiosos pela sua indumentária: camisetes e capulanas com o timbre do MDM.
“Lamentamos informar que o presidente Daviz não pode estar aqui connosco por recomendações médicas. Ele está incomodado”, explicou um membro da comitiva posicionada em cima da plataforma de um camião cavalo que servia de palco. Gada Jorge Cassacussa disse que o presidente do MDM foi aconselhado a descansar e não se esforçar sob risco de piorar a sua saúde. “Ele (Daviz) chegou aqui na noite da quinta-feira para receber mais um prémio internacional sobre boa gestão da cidade da Beira”, indicou. Segundo Cassacussa, o partido, que em grande parte resultou da cisão no seio da Renamo, já conta com aproximadamente 15 mil membros na capital moçambicana. “Ainda há fichas de inscrição a circularem nos bairros”, disse, entusiasmado pela receptividade na cidade tradicionalmente dominada pelo partido no poder, a Frelimo.
Do discurso
Apesar da “baixa anunciada”, o público permaneceu no campo do histórico bairro da Mafalala para ouvir o projecto político que norteia o MDM.
Se o colonialismo português foi o inimigo comum idealizado pela Frelimo para promover a unidade nacional na luta pela independência e construção da nação moçambicana, a “pobreza” de que padece mais de metade da população do país parece ser a eleita do MDM para conquistar mais simpatias dos potenciais eleitores.
Com um discurso pouco acessível a massas, Bernabé Lucas Nkomo - o autor do controverso livro “Urias Simango: Um Homem uma causa” - repetia que o destino era fatal porque os homens cultivaram e cultivam a fatalidade. Mas era bastante aplaudido quando descia àquilo que se tornou lugares comuns no exercício da política em Moçambique: “Hoje temos de-semprego, as fábricas foram levadas à falência, a criminalidade subiu porque alguém criou condições para isso, somos obrigados a pagar salários aos guardas das escolas quando dizem que o ensino primário é gratuíto (…)”. Enquanto os presentes aplaudiam, Nkomo sublinhava que as pessoas estavam a aderir massivamente ao movimento. “Alguns membros pedem para não serem identificados porque têm medo de sofrer represálias no seu posto de trabalho”, apontou, acrescentando que “as pessoas vivem arregimentadas porque têm medo de perder o emprego”.
Quanto à corrida à Ponta Vermelha, Nkomo, que se identifica como “mobilizador do partido” disse ao SAVANA que ainda estava em análise a provável candidatura de Daviz Simango, actual presidente da autarquia da Beira, a segunda maior cidade de Moçambique. “Estamos mais empenhados na preparação de pessoas para participar na fiscalização das eleições”, indicou.
Moreno quer governar
“Não estou atrás de cargos”, respondeu Maria Moreno quando o SAVANA pediu-lhe para comentar a ligação do seu nome com o cargo de Secretário-Geral do MDM que circula nos media. Mas a ex-chefe da Bancada Parlamentar da Renamo na Assembleia da República abriu parênteses para sublinhar que qualquer nomeação que venha a acontecer será por mero acaso. Sobre a sua presença quase despercebida no campo da Mafalala, Moreno foi categórica: “Estou aqui atrás de esperança, estou cansada de estar na oposição que nunca chega ao poder. Quero um dia ser do Governo”, disse no meio de risos.
Lembre-se que Moreno escreveu semana passada uma carta a Afonso Dhlakama, o presidente do partido, a informar da sua retirada da Renamo. “Desvinculei-me da Renamo porque não concordava com o líder e ele sabe muito bem disso”, voltou a referir sábado último ao SAVANA
Escrito por Emídio Beúla
Uma gripe inviabilizou a primeira aparição pública de Daviz Simango no comício organizado na tarde de último sábado pelo seu partido no putativo campo da Mafalala, na cidade de Maputo. Isso depois de ter orientado na manhã do mesmo dia a inauguração da sede da delegação do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) ao nível da capital moçambicana na rua que dá acesso ao que se pode considerar de monumento da economia informal do país: o mercado de Xipamanine.
Em Maputo o nome do filho de Urias Simango (primeiro vice-presidente da Frelimo e mais tarde “traidor” da causa nacional) não arrastou as multidões que lhe são características em missões políticas na Beira. Mas foi um público razoável e suficiente para transformar em hipótese a curta esperança de vida que os opositores do MDM avançam como dado adquirido. No seio dos presentes, os membros e simpatizantes do movimento distinguiam-se dos curiosos pela sua indumentária: camisetes e capulanas com o timbre do MDM.
“Lamentamos informar que o presidente Daviz não pode estar aqui connosco por recomendações médicas. Ele está incomodado”, explicou um membro da comitiva posicionada em cima da plataforma de um camião cavalo que servia de palco. Gada Jorge Cassacussa disse que o presidente do MDM foi aconselhado a descansar e não se esforçar sob risco de piorar a sua saúde. “Ele (Daviz) chegou aqui na noite da quinta-feira para receber mais um prémio internacional sobre boa gestão da cidade da Beira”, indicou. Segundo Cassacussa, o partido, que em grande parte resultou da cisão no seio da Renamo, já conta com aproximadamente 15 mil membros na capital moçambicana. “Ainda há fichas de inscrição a circularem nos bairros”, disse, entusiasmado pela receptividade na cidade tradicionalmente dominada pelo partido no poder, a Frelimo.
Do discurso
Apesar da “baixa anunciada”, o público permaneceu no campo do histórico bairro da Mafalala para ouvir o projecto político que norteia o MDM.
Se o colonialismo português foi o inimigo comum idealizado pela Frelimo para promover a unidade nacional na luta pela independência e construção da nação moçambicana, a “pobreza” de que padece mais de metade da população do país parece ser a eleita do MDM para conquistar mais simpatias dos potenciais eleitores.
Com um discurso pouco acessível a massas, Bernabé Lucas Nkomo - o autor do controverso livro “Urias Simango: Um Homem uma causa” - repetia que o destino era fatal porque os homens cultivaram e cultivam a fatalidade. Mas era bastante aplaudido quando descia àquilo que se tornou lugares comuns no exercício da política em Moçambique: “Hoje temos de-semprego, as fábricas foram levadas à falência, a criminalidade subiu porque alguém criou condições para isso, somos obrigados a pagar salários aos guardas das escolas quando dizem que o ensino primário é gratuíto (…)”. Enquanto os presentes aplaudiam, Nkomo sublinhava que as pessoas estavam a aderir massivamente ao movimento. “Alguns membros pedem para não serem identificados porque têm medo de sofrer represálias no seu posto de trabalho”, apontou, acrescentando que “as pessoas vivem arregimentadas porque têm medo de perder o emprego”.
Quanto à corrida à Ponta Vermelha, Nkomo, que se identifica como “mobilizador do partido” disse ao SAVANA que ainda estava em análise a provável candidatura de Daviz Simango, actual presidente da autarquia da Beira, a segunda maior cidade de Moçambique. “Estamos mais empenhados na preparação de pessoas para participar na fiscalização das eleições”, indicou.
Moreno quer governar
“Não estou atrás de cargos”, respondeu Maria Moreno quando o SAVANA pediu-lhe para comentar a ligação do seu nome com o cargo de Secretário-Geral do MDM que circula nos media. Mas a ex-chefe da Bancada Parlamentar da Renamo na Assembleia da República abriu parênteses para sublinhar que qualquer nomeação que venha a acontecer será por mero acaso. Sobre a sua presença quase despercebida no campo da Mafalala, Moreno foi categórica: “Estou aqui atrás de esperança, estou cansada de estar na oposição que nunca chega ao poder. Quero um dia ser do Governo”, disse no meio de risos.
Lembre-se que Moreno escreveu semana passada uma carta a Afonso Dhlakama, o presidente do partido, a informar da sua retirada da Renamo. “Desvinculei-me da Renamo porque não concordava com o líder e ele sabe muito bem disso”, voltou a referir sábado último ao SAVANA
Fonte: Savana
A afluencia ao comicio da Mafalala nao me aflige mesmo nada, pelo menos ninguem foi obrigado a participar ou aliciado para tal. O povo de Maputo, na sua maioria, embora haja excepcoes, sempre foi muito do 'deixa andar, amanha e outro dia, porque trabalhar no duro, nada se pode fazer, tem de ser mesmo assim, etc' - um tanto fatalistas, aposto que o mesmo nao se sucede nas restantes provincias do pais. Maputo nao representa Mocambique inteiro, alias, as pessoas em Maputo estao muito mal habituadas, muitas sao bem comodistas, sempre foram mais protegidas, mesmo no tempo da guerra, e o MDM e um partido acabado de nascer, um tanto desconhecido, e sem os fundos e meios que a Frelimo possui - de modo que ainda levara o seu tempo para que a semente comece a germinar. A maioria das pessoas que conheco em Maputo, nem sequer se preocupa em votar, os que votam sao, na sua maioria, membros da Frelimo ou pessoas que usufruiem beneficios por serem simpatizantes. Maria Helena
ResponderEliminarEsta é uma versão diferente daquela que certos espertalhões teem divulgado.Não houve uma multidão mas tambem não foram só 50
ResponderEliminaros presentes.
O importante mesmo foi o teor do discurso e a constatação de que muitos ainda não se identificam abertamente com o MDM por medo de represálias.
Tinhas sugerido, e muito bem, que deveriamos reflectir porque o MDM arrasta mais gente em certos lugares mas os tais detractores nao querem discutir isso. De qualquer modo, a Maria Helena, de forma simples e eloquente, apresenta um excelente contributo para responder a questao da Mafalala.
o "Jose saudosista" fala coisas que nao sabe nem viu. Mafalala foi umfracasso e e importante reconhecer o fracasso. Quando gente como o jose se pronuncia ficamos arrepiados porque sao pessoas que so se expressam porque algum dia tieram a oportunidade de "estar" na blogosfera.
ResponderEliminarDepois deste post o Jose vai escrever alguma baboseira em reaccao como tem sido habito, mas aceitamos porque estamos habituados ao seu "discurso inocente".
Voz
o amorim tinha razao, a Maria Helena e o Reflectindo sao a mesma pessoa. O discurso de obrigar pessoas a participar nos comicios e do Reflectindo.
ResponderEliminarReflectindo, nao arranje desculpas para inventar o vosso fracasso na Mafalala...se nao vamos dizer que as pessoas que vao ao comicio da MDM na Beira tambem sao obrigadas.
Temos vistos carros com timbre do municipio da Beira a transportar pessoas com bandeiras do MDM...sera que os carros do municipio estao a servico do MDM? Temos visto carros do municipio a tansportar arreia para obra do Daviz no estoril...sera o uso indevido dos bens do estado?
Voz (Xana,etc.), começo a acreditar que tu e o Amorim são duas faces da mesma moeda devido ao uso de verborreia incoerente e recurso ao insulto vil.
ResponderEliminarAqui e agora, quero-te garantir que inconsequentes como tu jamais me conseguirão incomodar e muito menos silenciar.
Eu apenas sugeri que há versões diferentes da tua sobre o comício na Mafalala. A propósito, estiveste no comício? Sabes onde fica a Mafalala?
Já que gostas tanto de comentar sobre o MDM e como o teu amigo (?) Amorim reside em Nampula, agradecia que explicasses o retumbante sucesso do MDM em Nampula. Nâo és tu que afirmas que o MDM é só um Partido municipal?
Seria bom que em vez de usares o insulto como arma, respeites opiniões diferentes e uses argumentos coerentes.
Como se costuma dizer, vozes de burro não chegam ao céu!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNão me preocupo por Xanas, mas ainda bem que os Xanas lêem o que posto no Reflectindo.
ResponderEliminarMDM e Daviz Simango são a esperanca de um
Mocambique para todos.
Seu "Voz", mais valia que voce fosse mudo. De onde conhece o Jose? Porque diz tantas mostruosidades? Sera que e por ele ser 'branco'? O discurso dele nao e 'inocente', e verdadeiro e nao interesseiro como o seu e pessoas da sua laia. Mocambique nao precisa de pessoas como voce, para si so ha lugar na Frelimo.
ResponderEliminarno post anterior ninguem insultou o Jose "saudosista", nemusou nenhum termo racista contra ele.
ResponderEliminarConhecemos muito bem os contornos da mafalala, inclusive o palco do Comicio falhado.
jose fica descansado que ninguem o ker silenciar, nem e possivel, apenas estamos a dizer que reconhecemos a sua ignorancia factual daquilo que acontece em Mocambique.
o MDM e um partido municipal sim, estamos a espera do famoso encontro de nampula para ver se desligam-se as aliancas de Buzi e comeca-se a pensar num partido provincial.
Voz
Quem escreveu este artigo aqui foi o jornalista Emídio Beúla. E ele explica a indivíduos como Amorim e Voz.
ResponderEliminarOs milhares de aderentes ao MDM na Zambézia não vêm de Búzi nem os que receberam calorosamente aos membros do Conselho Nacional ontem na cidade de Nampula vinham de Búzi. Acorda, Xana!!!
O Voz tem que reconhecer duma vez para sempre que o MDM é um partido muito sério em Moçambique. O MDM vai te incomodar tal igual te incomodou a reeleição do Daviz, isso é verdade. O teu desejo de volta ao regime comunista está falhando. Portanto, saudosista és tu, saudosista do regime comunista, da ditadura comunista, como escreveste no cabeçalho do teu blog.
Voz (Xana, etc.), para além dos insultos e da verborreia incoerente, não acrescentas mais nada?
ResponderEliminarHá boas notícias chegadas de Nampula! Não vais comentar?
MOÇAMBIQUE PARA TODOS!