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sábado, maio 16, 2009

As analogias que nos convidam ao debate

Pretoria (Canal de Moçambique) - O Congresso dos Sindicatos da África do Sul (Cosatu) pretende que a primeiro-ministro da Província do Cabo Ocidental, Helen Zille, reconsidere a composição do seu elenco governativo por não incluir um número equitativo de mulheres e pelo facto do seus membros serem predominantemente brancos.
Helen Zille, antiga presidente do Concelho Executivo da Cidade do Cabo, é líder da Aliança Democrática que nas eleições de 22 de Abril obteve maioria na província do Cabo Ocidental, o que lhe permitiu liderar o respectivo governo. A campanha agora lançada pelo Cosatu é uma vista como uma reedição de idêntica acção orquestrada num passado recente pelo ANC que pretendia a anulação da chefia do pelouro da Cidade do Cabo pela então autarca, Helen Zille.
O Cosatu ameaça organizar greves contra membros do governo provincial liderado por Helen Zille. A central sindical, que conjuntamente com o ANC e o Partido Comunista Sul-Africano (SACP) formam a chamada Aliança Tripartida, insiste que os governos provinciais deverão reflectir realidades demográficas. O Cosatu considera ainda de “incompetentes” alguns dos membros nomeados por Helen Zille para o seu elenco governativo.
O executivo de Helen Zille é constituído por 10 membros do sexo masculino, sendo seis deles brancos, três mestiços e um de raça negra.
O Cosatu defende que 46% da população do Cabo Ocidental é mestiça, 32% é negra e 26% é branca.

Fonte: Canal de Moçambique

Nota: O Prof. Carlos Serra faz uma analogia a esta questão a que a bancada da Renamo-UE na Assembleia da República levantou quanto à origem dos últimos juízes nomeados nos últimos meses. Porque acho de assunto pertinente e que sempre que possível o discutirei, dei no diário o meu contributo independentemente se ele está errado, mas faço-o manifestando a minha liberdade. Não acredito naqueles que querem pôr o assunto debaixo dos tapetes. Achei interessante a seguinte contribuição do Prof. Serra: Num caso invoca-se a origem da comunidade, no outro a origem da pele. O que está dentro de cada embrulho? Etnicismo em si? Racismo em si? Não: luta por recursos de poder, benesses e prestígio. (Serra in Diário de um sociólogo)

4 comentários:

  1. Caro Reflectindo,
    Esta e' uma questao que entra em consonancia com o debate que estamos a ter! Os nossos amigos ca' do "burgo" que, andam a evadir-se da nossa realidade regionalista e,tal como eu, nao tenho duvidas que nutrem simpatias pelo ANC, precisam comentar sobre esta materia!!
    "Os governos devem reflectir realidades demograficas"!!
    O "Noticias" de hoje apresenta um artigo de opiniao da autoria de Felix Felipe que vale a pena ler aquiUm abraco

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  2. Na África do Sul os problemas do regionalismo e da inclusão são discutidos enquanto em Moçambique prefere-se adoptar a atitude da avestruz que ignora os problemas, a realidade é que se ignoramos os problemas eles não vão desaparecer.
    O revoltante é que aqueles que ignoram certos problemas depois veem a praça criticarem o nível da esfera pública.

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  3. Jonathan, não duvido que se não coincidisse com o que estamos a disticutir, esses nossos amigos já teriam enchido aqui de comentários ou escrito artigos longos nos seus blogs sobre Cabo. Mas aguardemos que um dia escreverão sobre os outros.

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  4. Caro José, é isso que tenho sempre dito. Na Europa discute-se o problema de etnicidade, exclusão, inclusão, integracão abertamente. escrevem-se teses sobre teses a respeito da matéria e ninguém aconselham a quem que seja um assunto para ignorar e nem chama a quem de incendiador.

    Aqui estamos mal, mas digo ainda que ainda bem que eles mostram a sua cara real.

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