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quarta-feira, janeiro 28, 2009

Agudiza-se crise no seio da Renamo

Por Eleutério Fenita
Correspodente da BBC, em Maputo

Em Moçambique há sinais crescentes de um crise interna no maior partido da oposição, acentuada pela estrondosa derrota sofrida nas últimas eleições municipais.
Numa entrevista à BBC, a Chefe da Bancada Parlamentar da Renamo, Maria Moreno, reconhece a existência da crise e questiona o anúncio do seu líder Afonso Dhlakam de que iría empossar à força os candidatos daquela formação política derrotados no escrutínio de Dezembro.

Os actos de tomada de posse paralela pelos candidatos da Renamo, em municípios do centro e norte do país, seríam segundo disse o próprio Afonso Dhlakama, em protesto contra o que ele considera ter sido "um crime eleitoral".

Dlakama refere-se a alegadas irregularidades que na sua opinião terão adulterado os resultados finais do escrutínio de Dezembro, do qual a Renamo saíu derrotada em todas os municípios, incluindo os que governava, à excepção de Nacala que ainda vai a uma segunda volta.

Um desses municípios chama-se Cuamba, por cuja presidência e pela Renamo concorreu Maria Moreno, por sinal chefe da bancada parlamentar do maior partido da oposição. Foi a partir daquela cidade que ela falou à BBCparaÁfrica.

“Não sei se a governação e tomada de posse paralela vão resolver os problemas agudíssimos que temos em Moçambique de liberdade política e falta de democracia. Eu penso que este não é o caminho”.

Questionada sobre se isto significava que ela não iria aderir à estratégia do seu líder, Afonso Dhlakama, respondeu taxativamente que “Não, não vou. Em princípio não vou porque para mim até agora ainda não faz sentido.”

Contestado

Mas não terá este posicionamento o potencial para minar a autoridade do líder da Renamo, por sinal contestado ainda que à boca fechada por outros sectores do partido?

“Nós aguardávamos que houvesse um encontro entre deputados e o presidente do partido o que não foi possível, de forma que ficamos um pouco à solta para encontrarmos soluções para os nossos problemas locais," continuou Maria Moreno.

" Não sei há falta de concertação. Não podemos falar de alas ou grupos mas realmente é um momento sensível que carece de um encontro que até agora ainda não aconteceu”.

Perguntamos se achava que a Renamo estava em crise, a chefe da bancada parlamentar da Renamo reconheceu que “com o resultado nas autarquias a Renamo está em crise”.

E o que reserva então o futuro político da Renamo? Maria Moreno junta-se às figuras de algum peso que a partir das fileiras daquela formação política defendem ser tempo para uma profunda reflexão.

“Estamos desfazados”, sentenciou. Mas passará a resolução da crise pela saída de Afonso Dhalakama, como tem sido defendido por alguns?

”Um membro não sugere a substituição de um membro do partido, mas um congresso podería resolver estes problemas, encaminhando a pessoa se assim ficasse decidido ou escolhendo uma outra pessoa. Era necessário que houvesse um Congresso”, disse Maria Moreno.

Fonte: BBC (27.01.2009)

9 comentários:

  1. Palmas a Maria Moreno, pelo menos veio mostrar que ela ainda tem a cabeça no lugar, enquanto isso, o seu chefe continua se perdendo pelo mato.

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  2. De facto há orgãos deliberativos neste partido, o que as pessoas fazem é concordar ou descordarem sem no entanto decidirem se fulano continua ou sai, se assim fosse Dlakama já estaria fora da liderança da Perdiz.

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  3. Está de parabens a Moreno por este pronunciamento, é momento de cada um deixar clara a sua posição. O ser membro da Renamo não obriga a que se aceite ser idiota, como alguns "fieis" fazem entender. A coerencia e ensencia humana deve estar acima de qualquer "lambe-botismo".

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  4. O pronunciamento da MM, quanto a mim, revela mesmo o agudizar da crise da Renamo. É claro que uma pessoa com a ossatura intelectual da MM não tomaria posse num Gov. Paralelo e não é daí que veriamos sinais de crise.

    Esta crise nota-se quando ela fala de "desfasamento", "falta de concertação" e encontros necessários que não se realizam. Demonstram que politicamente a Renamo anda a deriva e o seu líder está longe do que se deveria fazer.

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  5. Caro Saiete, é mesmo de bater palmas para quem se distância do tipo de discursos do dono da Renamo.

    Uma das coisas que exijo a Dhlakama é dizer-me do paradeiro de Saide Amade de Mocímboa da Praia a quem ele tinha incitado para tomar posse como autarca palalelo e Álvaro Chale de Angoche de Angoche a quem tinha incitado para desobediência.

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  6. Amigo Chacate, quais órgãos? O único órgão da Renamo que funciona é o Presidente do Partido. É só ver que no portal da Renamo, só o nome do Presidente e depois uma lista dos compenetes do governo-sombra o qual não faz parte dos órgãos do partido. Não há lista dos componentes da Comissão Política nem do Conselho Nacional. Este último sabemos que se altera sempre que for necessário para satisfazer algum intriguista, tudo à margem dos estatutos.

    Esperava-se da realizacão do estatutariamente órgão máximo e talvez ajudaria em alguma coisa, mas...

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  7. Amiga Gata, concordo contigo. O nosso compromisso deve ser em primeiro lugar a Pátria Amada. Nunca devemos embarcar para coisas que servem para um derramamento de sangue em vão.

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  8. Caro Mutisse, sem dúvidas os actuais pronunciamentos revelam que muitos membros já não conseguem engolir sapos. Já engoliram até que bastou.

    Quanto aos encontros, até aqui não consigo perceber de como é possível que ele diz que vai empossar a quadros com quem ele não falou. Mesmo que isso fosse num sentido positivo, por exemplo, para o cargo de um ministro-sombra, não creio que se emposse alguém sem consultas à pessoa visada e ao partido.

    Para mim, soa-me apenas de uma jogada o discurso de Afonso Dhlakama. Uma ameaça, usando os candidatos como escudo.

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  9. Cá por mim, tambem penso que seja mais uma tagarelice do Dlakas, s´s para dizer algo, apesar de tudo que já nos mostrou ser capaz. Não creio que leve avante esta doidice, até porque não teria como e ele sabe disso. É mais uma conversa para adormecer boi. Palhaçada!

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