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domingo, novembro 30, 2008

Educaçao retoma Unidade Nacional

No próximo ano, o Ministério da Educação e Cultura vai retomar o programa de Unidade Nacional, visando a movimentação para todas as províncias do país de candidatos aos cursos de formação de professores.
Segundo o director-adjunto do Instituto do Magistério Primário de Angónia, em Tete, os cabdidatos aprovados nos exames de admissão aos cursos de professores na província de oriegm, serão encaminhados para outras.
Paulo Chijua disse que com a retomada daquele programa, os Institutos de Formação de Professores passarão a ter 40 por cento de candidatos locais e os restantes das outras províncias do país.

Fonte: Rádio Moçambique ( 25/11/08)

Eis aqui uma acção muito interessante do Ministério de Educação e Cultura que podia criar um debate se não estivessemos numa sociedade conformista ou de que "eu sei o que vou fazer“ para contrariar as decisões do governo.

Umas perguntas surgem:

Imaginando que é o MEC que pagará as passagens dos estudantes duma província para outra, quanto custará este programa? Não seria melhor alocar esse dinheiro para o apetrechamento das escolas ou institutos de formação de professores?

Atendendo que há férias entre dois semestres, pelo menos, será que o MEC pagará as passagens dos estudantes à sua terra natal?

Qual será o ambiente de vida nos institutos de formação de professores para se concretizar essa unidade nacional? Directamente indo, vai se libertar os formandos aos bairros vizinhos para fabricarem filhos de todo Moçambique? Serão livre as relações entre os estudantes/formandos ? E depois do curso, como se resolverão as questões?

E a questão de colocação depois da formação?

O MEC já pensou que estudos em Mocambique constituem, em geral, um investimento familiar?
Eu podia colocar aqui mil e uma perguntas, ainda que conheço ao que se deu neste tipo de programa nos primeiros cursos de formação de professores. Como professor formando do terceiro curso e alguns anos professor metodólogo para além de eu ter sido um dos fornecedores de cursandos ao professorado, acho este programa de contra os direitos elementar do homem.

Que a Liga dos Direitos Humanos fique de olho!

4 comentários:

  1. Ya Reflectindo levantas quetões importantes as deslocações de quadros constituem dilema quase em todos os sectores da Administração Pública Moçambicana.

    Ainda neste fio de pensar, como é está o ensino bi-lingue com essa miscelánia justificada com a ponposa unidade nacional?

    abraço

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  2. Mestre, a sua experiencia traz a luz questoes que talvez nao tenham sido avaliadas aquando da tomada desta decisao de formaçao pela Unidade Nacional!

    Tendo em conta que em todo o pais ha centros de formaçao de professores, seria de facto bom que estes fossem ai formados. Isto nao so teria as suas compensaçoes no ambito financeiro como seria uma mais valia no ambito dos curriculos locais.

    Ademais, sabemos que muitos desses centros enfrentam problemas dee varia ordem sendo que o alojamento, alimentaçao e meios de formaçao sao os mais gritantes em termos de falta. Muitos formandos aproveitam-se do factor casa para poder alimentar-se um pouco melhor.

    Com este distanciamento de casa, tal nao sera possivel. Sera que ainda vale a pena por a caroça em frente dos bois em nome da unidade que destabilizara?

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  3. Caro Chacate, este programa entra sem dúvidas em contradicão com o ensino bilíngue e vai reflectir logo durante o estágio. Só 40 % numa formacão de professores primários, serão naturais das respectivas províncias????

    Por outro lado, o programa é contra o desenvolvimento humano. Funcionários em movimentos constantes, têm problemas em construir casas e demoram de constituir famílias.

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  4. Cara Ximbitane, há vezes que não reconheco Aires Aly. Acho que ele está sendo 100 % político, abandonando totalmente as suas qualidades de técnico de educacacão. Esta é uma medida sem consulta nem estudo o que é mau.

    Não tenho dúvidas que este programa vai ser muito caro ao estado.

    Já está à vista que o currículo local está excluído neste programa.

    Posso imaginar que se quer todos formandos em centros internatos, mas com que condicões? É o mesmo MEC e governo que não providencia alojamento e alimentacão para os estudantes do ensino superior? Este mesmo que não facilita que um estudante do ensino superior, se movimente em todo o país?

    Mas que fazer? Não há quem os contraria.

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