MAPUTO – O combate à corrupção, declarado pelo Presidente da República, Armando Guebuza, é feito mediante “dois pesos e duas medidas”, no Estado, porque, enquanto alguns funcionários são detidos indiciados de defraudá-lo, há outros acusados do mesmo tipo de crime que passeiam, impunes, sua classe.
O “ex-super” ministro, na governação de Joaquim Chissano, que respondia pelas pastas do Interior, de Assuntos da Segurança, na Presidência da República e da Casa Militar, o piloto aviador Almerino Manhenje, está preso, acusado de defraudar os cofres do Ministério do Interior, MINT, em 220 biliões de meticais da antiga família, Segundo matéria constante no processo nº 771/PR/08.
Com ele, estão detidos, na Cadeia Civil, Lourenço Jaquessone Mathe, Manuel Luís Mome, Luís Rusé Colete, Rosário Carlos Fidelis, Serafim Carlos Sira, Álvaro Alves Nuno de Carvalho, Dionísio Luís Colege, quadros seniores daquele Ministério que, supostamente, em conluio com Manhenje, roubaram aos Cofres do Estado.
Na mesma cadeia e em conexão com o mesmo processo, está também encarcerado o Presidente do Conselho de Administração, PCA, do Instituto Nacional de Segurança Social, INSS, Armando Pedro Júnior.
A detenção de Manhenje e seus comparsas resulta de duas auditorias feitas, no MINT, a pedido do ministro José Pacheco, governante que, no passado mês de Março de 2007, entregou, pessoalmente, o “dossier MINT” ao ex-procurador Geral da República, Joaquim Madeira, que sustentou, na altura, haver matéria para ser analisada, em termos jurídicos.
O exemplo do ministro Pacheco de solicitar auditoria, nas contas do ministério que dirige, vem responder à letra do apelo lançado pelo Presidente da República, de combater a corrupção, “batalha” que fez de Manhenje e seus comparsas as primeiras vítimas.
Estranhamente, o passo corajoso dado pelo titular de pasta do Interior, Pacheco, no âmbito de combate à corrupção, já não encontra seguimento, pela parte do membro de Conselho de Ministros, o titular de pasta para os Assuntos dos Antigos Combatentes, o sobrevivente da UDENAMO, Feliciano Gundana, pois, no ministério que dirige, está “escondido” um director pensionista falso.
Trata-se de Isaias Aquimo, exdirector provincial para os Assuntos dos Antigos Combatentes, ao nível de Maputo, estudante, na Universidade Politécnica, que, durante 12 anos, defraudou o Estado, usando a capa de reformado da Luta de Libertação Nacional.
Para o efeito, Aquimo falsificou sua identificação, alterando o ano de nascimento, de 1964 para 1954, crime também praticado pelo seu subordinado, o chefe do Departamento de Assistência Social, Inácio Calulu, numa rede que inclui mais 38 pensionistas falsos distribuídos pela cidade da Matola e distritos de Manhiça, Boane e Namaacha, na província de Maputo e na Capital, incluindo alguns trabalhadores afectos, na sede do Ministério para os Assuntos dos Antigos Combatentes, MAAC.
Denunciado o “caso corrupção”, o ministro Gundana, através do seu Conselho Consultivo, nomeou uma comissão de inquérito que constatou que os acima referenciados se beneficiaram, ilicitamente, da pensão de reforma, desde 1995, e como medida, ordenou a cessação de funções dos dois dirigentes institucionais, instauração do processo disciplinar e remissão do assunto ao Gabinete de Combate à Corrupção.
Até aqui, tudo bem. Só que o MAAC bem como o Ministério das finanças recusam-se, redundantemente, trazer ao conhecimento público, os valores que a dupla acima referenciado e seus sequazes roubaram, ao Estado.
Aquimo foi transferido para o ministério de tutela, e Calulu continua, na mesma direcção, apenas, mudou de sector, encontrando-se afecto no Departamento de História. Quanto aos restantes pensionistas falsos, não se sabe da sua sorte.
O “caso corrupção”, nos Combatentes, foi analisado, na Assembleia da República, com Gundana a dar respostas evasivas. Porém, a 5 de Agosto do presente ano, o dossier foi entregue, ao Presidente da República, pela mão de Zauria Maimuna Adamo, funcionária do Aparelho do Estado, que, em resposta ao apelo de Guebuza, de combater a corrupção, foi transferida da Direcção Provincial dos Antigos Combatentes para a da Juventude e Desportos, tendo perdido o cargo de chefia, medida que “cheira” à vingança.
Com os pressupostos acima descritos, é caso para dizer que o combate à corrupção, “guerra” declarada pelo Chefe do Estado, está a ser tratado a dois “pesos e duas medidas”. Uns indiciados são presos e outros passeiam, impunes, sua classe. Por que o tratamento diferenciado aos que roubam dinheiro ao Estado? (R)
O “ex-super” ministro, na governação de Joaquim Chissano, que respondia pelas pastas do Interior, de Assuntos da Segurança, na Presidência da República e da Casa Militar, o piloto aviador Almerino Manhenje, está preso, acusado de defraudar os cofres do Ministério do Interior, MINT, em 220 biliões de meticais da antiga família, Segundo matéria constante no processo nº 771/PR/08.
Com ele, estão detidos, na Cadeia Civil, Lourenço Jaquessone Mathe, Manuel Luís Mome, Luís Rusé Colete, Rosário Carlos Fidelis, Serafim Carlos Sira, Álvaro Alves Nuno de Carvalho, Dionísio Luís Colege, quadros seniores daquele Ministério que, supostamente, em conluio com Manhenje, roubaram aos Cofres do Estado.
Na mesma cadeia e em conexão com o mesmo processo, está também encarcerado o Presidente do Conselho de Administração, PCA, do Instituto Nacional de Segurança Social, INSS, Armando Pedro Júnior.
A detenção de Manhenje e seus comparsas resulta de duas auditorias feitas, no MINT, a pedido do ministro José Pacheco, governante que, no passado mês de Março de 2007, entregou, pessoalmente, o “dossier MINT” ao ex-procurador Geral da República, Joaquim Madeira, que sustentou, na altura, haver matéria para ser analisada, em termos jurídicos.
O exemplo do ministro Pacheco de solicitar auditoria, nas contas do ministério que dirige, vem responder à letra do apelo lançado pelo Presidente da República, de combater a corrupção, “batalha” que fez de Manhenje e seus comparsas as primeiras vítimas.
Estranhamente, o passo corajoso dado pelo titular de pasta do Interior, Pacheco, no âmbito de combate à corrupção, já não encontra seguimento, pela parte do membro de Conselho de Ministros, o titular de pasta para os Assuntos dos Antigos Combatentes, o sobrevivente da UDENAMO, Feliciano Gundana, pois, no ministério que dirige, está “escondido” um director pensionista falso.
Trata-se de Isaias Aquimo, exdirector provincial para os Assuntos dos Antigos Combatentes, ao nível de Maputo, estudante, na Universidade Politécnica, que, durante 12 anos, defraudou o Estado, usando a capa de reformado da Luta de Libertação Nacional.
Para o efeito, Aquimo falsificou sua identificação, alterando o ano de nascimento, de 1964 para 1954, crime também praticado pelo seu subordinado, o chefe do Departamento de Assistência Social, Inácio Calulu, numa rede que inclui mais 38 pensionistas falsos distribuídos pela cidade da Matola e distritos de Manhiça, Boane e Namaacha, na província de Maputo e na Capital, incluindo alguns trabalhadores afectos, na sede do Ministério para os Assuntos dos Antigos Combatentes, MAAC.
Denunciado o “caso corrupção”, o ministro Gundana, através do seu Conselho Consultivo, nomeou uma comissão de inquérito que constatou que os acima referenciados se beneficiaram, ilicitamente, da pensão de reforma, desde 1995, e como medida, ordenou a cessação de funções dos dois dirigentes institucionais, instauração do processo disciplinar e remissão do assunto ao Gabinete de Combate à Corrupção.
Até aqui, tudo bem. Só que o MAAC bem como o Ministério das finanças recusam-se, redundantemente, trazer ao conhecimento público, os valores que a dupla acima referenciado e seus sequazes roubaram, ao Estado.
Aquimo foi transferido para o ministério de tutela, e Calulu continua, na mesma direcção, apenas, mudou de sector, encontrando-se afecto no Departamento de História. Quanto aos restantes pensionistas falsos, não se sabe da sua sorte.
O “caso corrupção”, nos Combatentes, foi analisado, na Assembleia da República, com Gundana a dar respostas evasivas. Porém, a 5 de Agosto do presente ano, o dossier foi entregue, ao Presidente da República, pela mão de Zauria Maimuna Adamo, funcionária do Aparelho do Estado, que, em resposta ao apelo de Guebuza, de combater a corrupção, foi transferida da Direcção Provincial dos Antigos Combatentes para a da Juventude e Desportos, tendo perdido o cargo de chefia, medida que “cheira” à vingança.
Com os pressupostos acima descritos, é caso para dizer que o combate à corrupção, “guerra” declarada pelo Chefe do Estado, está a ser tratado a dois “pesos e duas medidas”. Uns indiciados são presos e outros passeiam, impunes, sua classe. Por que o tratamento diferenciado aos que roubam dinheiro ao Estado? (R)
TribunaFax, edicão nr 813 de 02.10.2008
O Manhenje e companhia sao peixes graudos. Estes supostos antigos combatentes, sao carapau-miudo e passam facilmente por entre as malhas da rede de pesca. Thats' why! A Zauria continua acantonada?
ResponderEliminarParece-me que Zauria está ainda acantanada, mas ainda hoje postarei mais um artigo a respeito deste assunto.
ResponderEliminarHá semanas convidei o jovem Basílio Muhate para o debate em torno do assunto, mas ele mantem-se em silencio, talvez porque não quer desafiar os que se julgam de donos do país.
Ahahahah! Jonathan Mccharty
ResponderEliminarmuito bem meu amigo ainda não percebeu que ser Antigo Combatente é cartão de livre circulação portando todos os métodos que inflinge a Lei? os intocáveis são eles. Não é gente graudo como tal em relação ao antigo Guerrilheiro!
É por isso que se diz que há faxões no Grupão...