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sábado, setembro 13, 2008

O pretenso golpe contra um líder

As vezes, pensar alto nos leva de encontro as resposta que queremos. E, se é assim, espero que alguém mo diga, com que linhas se cosem os prevericantes pergaminhos da remoção forçada; ou seja, um golpe num partido ou organização política. Chamariamos golpe a “comédia política” cuja encenação girou a volta da informação mentirosa que o presidente deste partido recebeu de alguns oficiais da guerrilha? Haveriam razões bastantes de Afonso Dlhakama usar dessa calunia para virar o jogo, dizendo que Daviz Simango já não era o candidato do partido às eleições municipais? Estaria este a preparar um golpe contra o líder? Seria um golpe se Afonso Dhlakama deixasse de ser líder num próximo congresso da Renamo. Se até aqui fiz esta viagem introspectiva para melhor perceber a imagem do outro, colocaria minhas preocupações directas ao líder da Perdiz:

Porquê mesmo acreditando nesses oficiais da sua confiança, não usou do benefício da dúvida, consultando Daviz Simango, antes de tomar a decisão pouco informada de preterir a candidatura deste a edil do Município da Beira, custe o que custasse à Renamo?

O Presidente Dhlakama preferiu nunca acreditar ao que há muitos meses Daviz Simango dissera quanto à liderança do partido?

Preferiu o líder não evitar o que já se antevia, de antemão, pela opinião pública que um dia Daviz Simango seria sua próxima vítima, pelo facto ser dado como sendo o futuro líder da Perdiz por muitos moçambicanos?

Porquê razão, re/conhecidas que são as qualidades de líder de Daviz Simango desse grande partido a cair a pique, não se regozija dele realmente em levar avante a acção o seu partido rumo ao poder?

Para lá do Daviz Simango, que desde há muito pensei ou mesmo, muitos pensaram que evitaria candidatar-se a presidente da Renamo, precisamente para evitar situações destas, procurará o líder do partido nos dar um aviso à navegação de que ninguém que não seja antigos guerrilheiros se deve candidatar à liderança daquele partido?

Ao que percebo desta última posição do lider, na verdade, se deixou enganar ao não perceber os membros do seus partido que incluem académicos e cívis. É com estes que realmente a Renamo deve lutar pela democracia, porque dão o seu apoio incondicional. Os verdadeiros membros contribuem gratuitamente com seu saber para fortalecer os partidos políticos ou mesmo a sociedade civil. São os verdadeiros membros que ajudam no desenvolvimento da visão e acção partidárias. Porém, ao parece que os guerrilheiros moçambicanos, quer os da Frelimo, quer da Renamo, não entendem isto.
O papel das massas intelectuais dentro dos partidos foi e continua a ser muito mal percebido. Mas este é um tema para um debate que não cabe neste artigo. Resumindo, o líder da Renamo deve ter perdido [definitivamente] a oportunidade soberana de clarificar o seu reino, ao se auto-infligir esta crise que todos julgavamos que era da Frelimo. Vai ser difícil de sair desta crise, sem que Dhlakama possa ser [sublinhe-se, possa ser] também vitima. Mas se metodicamente for respondendo pela positiva meus questionamentos que coloco acima, uma sofrível recuparação pode ter lugar.

6 comentários:

  1. Uma crise muito grande que é medida pelo tamanho da unha do dedo mindinho. Infelizmente, pelo silencio de grande parte de perdizes, agora esta mais do que claro que o partido é a perdiz-mor.

    Se houvessem realmente pessoas, no seio do partido, com vontade de ver as coisas mudadas e melhoradas, eis uma grande ocasiao perdida.

    Ou seja, posto que nunca contestaram ou manifestaram-se contra ou ainda propuseram medidas urgentes de correcçao duma atitude tao desastrada e pouco abonatoria para um lider que se diz pai da democracia, agora so se podem calar para todo o sempre e feliz do Manuel Araujo que com frontalidade ousou exprimiu o que lhe ia a alma!

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  2. Penso que na perdiz-mor se precisa de muitos Manuel Araujo's p'ra que as coisas andem. De outra maneira e' fazer de conta que se faz oposicao.

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  3. Cara Ximbitane, acho que se pode falar de silêncio da maioria de perdizes, porém, comparando com com muitos partidos, incluindo o partidão, há muitas perdizes que desta vez ousam distanciar-se da ordem do boss.

    Infelizmente, não são dos membros do Secretariado-geral, da Comissão Política que estão perto do Boss. Talvez estes, excepto o malogrado David Aloni estejam na mesma panela com o Boss. Talvez sejam eles que decidiram em instalar a grande crise jamais vista na Renamo.

    Neste momento estou preocupado em saber se o Boss tem algum assessor político.

    E depois me interrogo do papel do Conselho Nacional. Porquê os membros deste órgão não usam o seu direito estatutário para convocar uma sessão, ainda que me parece que já vai um ano que não se realiza?

    Manuel de Araújo está a fazer o seu dever de cidadania, contribuir com o seu saber no processo democrático. Gosto imenso disto.

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  4. Dede, é isso, precisamos de cidadãos que não bajulam, mas que contribuem para a democracia.

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  5. Pois é, Mestre, lamentavel! E numa epoca em que se pensa em encerrar o Lhanguene, é incrivel que a Renamo lá cave a sua propria sepultura!

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  6. É isso e parece-me que a lideranca não entendeu isso e que a história lhe julgará.

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