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sexta-feira, agosto 22, 2008

Reflectindo sobre um jovem que foi ébrio a um importante debate (2)

Premissas iniciais

Que atributos uma pessoa deve ostentar para investigar, criticar ou denunciar uma anomalia? Ao que tudo indica podemos desenvolvê-los, embora não seja para todos; ou seja, cada um os desenvolve à sua maneira . O processo de investigacão para ser completo precisa de cooperação (network) e complementaridade (sinergias) entre actores. E, isso deve funcionar, para que estes actores sejam capazes de investigar e seus resultados partilhados e validados quer entre os pares, quer com os demais que clamam o seu direito de cidadania participativa.

Por essa razão, temos instituições tanto formais como informais, só para citar alguns, a Polícia, a Procuradoria-Geral da República, a Assembleia da República, Comissões partidárias, Comissões disciplinares dos vários sectores, Recursos humanos em muitos organismos, Comités sindicais, cuja acção jurisprudente e legal inclui a aplicação de técnicas de investigação.

Qualquer denúncia que pese contra um dirigente, devia-se investigar. Nos países democráticos, a fasquia sobre a ética e moral dos governantes, políticos e outros dirigentes é alta. Na Suécia, por exemplo, uma simples suspeita de anómalias é publicada, identificando os suspeitos por nome e, muitas vezes, a fotografia. Em julgamento não se oculta a sua imagem. Ao contrário, o Zé Povinho é protegido pelo anonimato, isto é, não se publica o nome, lugar onde ele vive e em julgamento, a sua imagem é ocultada e isso, mesmo que morto. Esta contrariedade, que tanto me espantou, levou-me a perguntar da sua razão ao meu professor de educação cívica ao que me respondeu que era, porque o zé-povinho age individualmente, enquanto que o político, governante ou dirigente, muitas vezes, usa o poder para praticar uma anómalia. Por estas razões, acho sempre que ser político ou governante em países democráticos (nórdicos, por exemplo) não é tão fácil, como o é em Moçambique. Não é por acaso que, em países democráticos, auto-demissões de políticos e governantes, são frequentes e a imprensa é o quarto poder com um papel do bem comum.

Muitas vezes, já imaginei que, se o caso Bill Clinton vs Monica Lewinsky tivesse lugar/ocorresse em Moçambique, nunca se investigaria e podemos imaginar, o que seria da Linda Tripp. Confesso que, nos primeiros momentos desta saga, eu acreditava no Bill Clinton e pensei que a Linda Tripp estava, apenas, a procura de um enriquecimento fácil. Foi de facto graças a uma investigação que se apurou que o presidente tinha relações amorasas com a Monica. Na investigacão não houve consideração da performance de Bill Clinton, a quem, muitos como eu, o podem reconhecer, como um dos melhores presidentes dos Estados Unidos da América, nos últimos vinte anos. Alguém se deu ao luxo de investigar o jovem, membro da OJM, que foi, alegadamente, aos microfones da Antena Nacional, a rádio pública em estado de embriaguez, inalando um cheiro que até incomodou a um deputado da nossa Assembleida da República? Que eu saiba, nem palha nem talha foi removida par o efeito.
Prossigo este raciocinio na próxima brevemente.

16 comentários:

  1. Mas porque haveriam de investigar o tal jovem? Preferem (a policia) simular investigaçoes para recuperar um telemovel e com isso enriquecerem a custa do pobre coitado que foi alvo do roubo.

    Como se nao bastasse, o jovem continua impavido e sereno como se nada tivesse acontecido para um acto digno de registo no seu cv e quiça em registo criminal pela ofensa moral aos ouvintes. Tambem, se o fizessem, veriamos o tal registo criminal imaculadamente limpo...

    Ah, que saco!

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  2. O que tenho estado a matutar ultimamente e', como e' que se cria ou se torna um sistema judicial independente, autonomo, que nao ande a reboque do executivo (o da Africa do Sul podia nos servir de exemplo). Mocambique esta' a precisar urgentemente disso, como um dos pilares estruturais e fundamentais para uma democracia digna desse nome.

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  3. Corroborando aos que me secundam, a cultura de prestacao de contas, responsabilizacao e' um imperativo que urge conquistar para o nosso Mocambique de hoje. Senao, com esta maneira de fazer as coisas, estamos a pouco e pouco a leva-lo a uma Republica das bananas...

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  4. Cara Ximbitane, infelizmente o jovem antigo, pois já nem é jovem, que é a triste situacão das ligas juvenis dos nossos partidos em Mocambique, está aí sem sequer preocupar-se em pedir desculpas à nacão e há indivíduos em seu redor a defamar quem achou disso uma má conduta.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Caro jonathan,

    Todos, incluindo juristas sabem que precisamos disso. Porém, muitos e incluindo muitos juristas, se beneficiam da promiscuidade dos poderes pelo que não agem para que o nosso sistema judiciário seja independente. Chamar uma conferência de imprensa para simular a existência de independência é também uma falácia.

    Veja que embora todos nós não tenhamos o direito de julgar ou defender, temos o direito de conhecer a lei, sobretudo o que é básico. Em para este caso recomendo a leitura do artigo de Hermínio Morais (http://www.kas.de/wf/doc/kas_5489-544-5-30.pdf).

    África do Sul é um bom exemplo, mas como chegaremos até lá é um outro problema. Muitos dos nossos juristas são favoráveis ao nosso sistema porque não lhes exige trabalho sério.

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  7. Caro Dede,

    Só com responsabilizacão podemos sair da situacão em que nos encontramos. Uma sociedade democrática não permite o que estamos a assistir: ser-se chefe para ter o direito a má conduta. Eu já notei que há muitos chefes, deputados, políticos que tinham um bom comportamento antes de serem o que são, mas que uma vez isto, são totalmente ruins, infelizmente. Isto tudo é por falta de responsabilizacão e ao contrário, a posicão que ostentam dá-lhes o direito a bebedeira, andar nos prostíbulos, com quatorzinhas e tudo que é nocivo à nossa sociedade. Isto me preocupa bastante.

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  8. Ligas juvenis? Ahahahahaha! Ilustre, foi deveras interessante a postura das nossa ligas por estes dias.

    A Organizaçao da Juventude teve uma atitude digna dela mesma: no dia mundial da juventude ficaram num silencio sigiloso e aquando das eleiçoes do partidao se manifestam como apoiantes de sicrano e beltrano?

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  9. Ximbitane, vou organizar mais uma vez, algumas linhas para falar das ligas juvenis partidárias e porque não tbem as outras.

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  10. Nao existe activismo, seja juvenil ou outro, em Mocambique!
    Essas organizacoes nao passam de espantalhos do poder instituido. E aqui nao podemos culpar o governo. Eles querem garantir uma governacao tranquila e, quanto mais anestesiado estiver o mundo a sua volta, melhor!
    Nos tempos de estudante, uma curta passagem pela associacao de estudantes universitarios, deu-me logo a entender que as reitorias e o partido no poder, procuram e fazem com que estes organismos estejam "em boas maos".
    Se o jovem mocambicano nao se libertar e encontrar o seu caminho, continuaremos neste estado em que "tudo esta' bem"!

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  11. McCharty, yeaheee, verdade; so' uma viragem para um territorio onde impere o activismo jovenil, pode, e de que maneira, catapultar os jovens que sofrem de miopia, cujo epicentro sao os partidos.

    As veredas e os fins das organizacoes que militam (seguindo os programas dos partidos) e o sangue que corre nas veias dos jovens de hoje pode nao servir boas causas, se nao poderem girar 'fora da caixinha' e descobrir ha' outras vias que estas para participar no sonho do "nosso belo" Moc,ambique.

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  12. Caros, achos que os unicos jovens que ainda pensam nos outros e em todos somos nós? Será que é porque estamos acobertos pela virtualidade?
    Entao, porque não pensar na Associação Juvenil do Bloggers ou la outra designação?

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  13. Ximbitane, Só que logo que se criar essa associacão o poder quererá meter o nariz aí. Ou por outra o poder criará a sua associacão de bloggers para assombrar a independente. Lembras-te das ligas de direitos humanos? Viste qual a é funcão daquela associacão dos direitos humanos do poder, apesar de ela não ter conseguido assombrar a LDH da Alice Mabota?

    As vezes compreendo porque alguns sérios preferem agir individualmente.

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  14. Caro Jonathan, concordo que não podemos culpar o governo por existência de associacões sérias e independentes em Mocambique. Mas isso exige sacrifíco, requer que trabalho e não busca de benefícios. Associados que nunca pagam quotas e esperam dinheiro dos doadores ou favores do poder??? Eles devem saber em que pagam.

    Mais uma vez, podemos nos interrogar se as nossas ligas partidárias, não cobiçam a independência das congéneres sul-africanas, as ligas do ANC?

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  15. Caro Dede, até acho que seria bom se as ligas partidárias seguissem os programas partidários e não só, mas que exigessem o cumprimento rigoroso desses programas. Mas infelizmente.

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  16. Ai sim? Entao vou continuar com a minha Liga individual e que nao aceita a contestaçao ou mao de alguem!

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