Páginas

segunda-feira, julho 07, 2008

Quem é quem na África Austral?

Por Manuel de Araújo

Pelos sinais que temos vindo a receber, não estaríamos muito errados se desde já começássemos a prever que Oldemiro Baloi e Armando Emílio Guebuza iriam reconhecer Mugabe. Estaria positivamente feliz se este meu vaticínio fosse contrariado!
E razões não faltam.

O primeiro ensaio sobre a possível posição de Guebuza veio de Lusaka onde fontes diplomáticas na região, asseguraram-nos, para surpresa nossa, que Guebuza foi o maior defensor de Mugabe!

Depois foi a proibição da manifestação da sociedade civil, conjuntamente organizada pela Liga dos Direitos Humanos e pelo Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais (CEMO); A entrevista de Jorge Rebelo ao semanário Savana, só veio a dissipar algumas zonas de penumbra sobre aquilo que poderia vir a ser o posicionamento da Frelimo, e quiçá do Governo de Guebuza. Será que as vozes sensatas como a da mama Graça (Machel) já não são ouvidas no partido Frelimo?

E por último, veio a terreiro, segundo órgãos de informação pública, o porta-voz do partido a que ambos pertencem (Oldemiro e Armando) ao anunciar sem vergonha na cara que o partido Frelimo havia congratulado a ZANU-PF e Robert Mugabe pela sua vitória!

Que a Frelimo congratule a quem quer que seja, não me aquece nem arrefece, tanto mais que essa tem sido a linha com que se cosem suas acções na Província de Tete, Sofala e Manica, num autêntico ensaio ao que assistiremos nas eleições de 2009, quando o povo decidir dar o cartão vermelho a AEG! (Armando Emílio Guebuza)

O que espero ansiosamente é a posição do meu ESTADO, do meu GOVERNO e do meu PAÍS! O meu Estado não pode continuar mudo perante a morte lenta de um povo irmão! O compromisso de Moçambique, não foi, não é, e não deve ser com os facínoras, os déspotas sejam quem forem! O compromisso do Estado Moçambicano deve ser a defesa dos interesses nacionais de Moçambique conforme determinados pela Constituição de Republica. O compromisso de Moçambique, tanto ontem, hoje e amanhã deve ser para com o Povo Irmão do Zimbabwe, que hoje como ontem enfrenta a opressão, a violação sistemática dos seus direitos mais elementares – o direito à vida, à livre circulação, à opinião; o direito à expressão e o direito a uma vida normal e ao bem estar social.

Onde anda a sociedade civil moçambicana? Terá feito tudo ao seu alcance para apoiar o povo irmão do Zimbabwe? Onde anda a solidariedade moçambicana forjada durante a luta de libertação nacional, consolidada durante a luta pela democracia? Onde anda a juventude do meu país? Onde anda o Conselho Nacional da Juventude do meu país?

Não me calarei enquanto o povo irmão do Zimbabwe sofre! Nem que fique só e/ou rouco, pois quando uma causa e justa não importa o número, o que importa é a justeza da causa!

E tenho dito.

4 comentários:

  1. "Não me calarei enquanto o povo irmão do Zimbabwe sofre! Nem que fique só e/ou rouco, pois quando uma causa e justa não importa o número, o que importa é a justeza da causa!"

    E eu junto a minha voz a sua! Bom, é bom que apertemos os nossos cintos, isto é prenuncio do que nos reserva nos proximos pleitos eleitorais...

    ResponderEliminar
  2. Quem se pode calar mesmo frente a uma tragedia de tamanha magnitude? Acho que ninguem, a menos que essa pessoa tenha um desinteresse, um alheiamento ao sofrimento da pessoa humana.

    Tal homem que perante os media nacional e estrangeiro FELICITOU o regime despota de Mugabe, nos encheu de vergonha e tristeza!

    Como e' que os IRMAOS do Zimbabue podem contar a nossa Historia como PAIS? Errante!

    ResponderEliminar
  3. Caros amigos Ximbitane e Dede, a solidariedade com o povo irmão do Zimbabwe que sofre das atrocidades do ditador Robert Mugabe, aquele que esconde o outro assassino da Etiópia, é nossa missão humanitária. Mais do que nunca, agora nos tornámos mais fortes porque aqueles amputados a 29 de Marco, quando os zimbabweanos se expressaram contra o ditador Mugabe, hoje vêm a luz do dia para nos dizerem que fizeram parte da preparacão do golpe de estado no Zimbabwe, consumado a 27 de Junho. Basta ver os seus artigos no Herald do Maputo, aliás Notícias.

    ResponderEliminar
  4. Infelizmente o que nos resta mesmo é só sermos humanitarios já que os dirigentes de Africa optaram pela politica da avestruz!

    ResponderEliminar